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Merkel sai em defesa de imigrantes após ataques extremistas

2 de março de 2020

Chanceler federal alemã diz que o combate ao racismo e à xenofobia é a maior preocupação de seu governo. Ela se reuniu com grupos de imigrantes para discutir formas de proteger as pessoas da violência de extrema direita.

Chanceler federal alemã, Angela Merkel, se reúne com representantes de grupos de migrantes após ataques de cunho racista no país
Merkel afirmou que todo mundo na Alemanha tem o direito de se sentir seguro, "independente de sua cor ou crença"Foto: AFP/J. MacDougall

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, assegurou durante uma reunião com representantes de grupos de imigrantes no país que o combate ao racismo e à xenofobia é prioridade de seu governo. O encontro ocorreu nesta segunda-feira (02/03), na esteira de uma série de ataques a pessoas de origem migratória atribuídos a extremistas de direita.

No mês passado, um homem de 43 anos matou nove pessoas de origem estrangeira em Hanau, próximo a Frankfurt, num massacre que gerou uma onda de condenações no país. Após o incidente, a polícia encontrou vídeo e texto de autoria do atirador com conteúdos xenófobos e racistas.

Merkel disse que seu governo trabalha num pacote de medidas para combater o racismo, a xenofobia e a intolerância religiosa desde o ataque contra uma sinagoga na cidade de Halle em outubro de 2019, no qual duas pessoas foram mortas. "Esperamos que isso possa surtir efeito", afirmou a chanceler.

A chefe de governo, no entanto, disse aos representantes dos grupos de imigrantes que compreende que "isso não muda a forma como vocês se sentem". Por isso ela convocou as entidades para lhes consultar sobre o que mais o governo pode fazer para assegurar "a todos no país, não importa qual seja sua cor ou crença", a proteção aos seus direitos fundamentais.

Segundo a chanceler federal, seu governo planeja criar um comitê ministerial para lidar com o extremismo de direita, com a participação dos ministérios da Justiça e do Interior. Ela disse considerar a luta contra o racismo, o antissemitismo e a xenofobia "a maior preocupação" de sua gestão.

Na reunião, a encarregada do governo para migração, refugiados e integração, Annette Widmann-Mauz, disse que a Alemanha precisa de um "barômetro nacional do racismo", e ressaltou a necessidade de se criar um serviço de apoio para pessoas de origem estrangeira, uma vez que muitas delas se sentem ameaçadas.

A proposta inclui uma central telefônica de atendimento e um departamento de mediação na polícia para lidar com essas questões.

Widmann-Mauz também ressaltou a necessidade de treinamento intercultural para professores e funcionários da administração pública, do Judiciário e da própria polícia, e pediu maior financiamento para o auxílio às vítimas.

Ao mencionar as consequências do ataque em Hanau, Merkel admitiu o fracasso do Estado em evitar esse tipo de crime. "Devemos ser alertados muito antes do uso da violência; isso diz respeito à nossa cultura do debate, à escolha das palavras, ao clima social."

"Meu avô era polonês", lembrou a chanceler federal, cuja família já está na quarta geração, levando em conta a origem migratória

RC/ap/epd

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