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Novas chances na África

Ute Schaeffer (av)4 de outubro de 2007

A premiê alemã realiza viagem de cinco dias ao continente vizinho. Na qualidade de presidente do G8, ela colocou a África no topo das prioridades. Caso contrário, a UE está ameaçada de perder a corrida para a China.

Angela Merkel (e) e primeiro-ministro etíope Meles ZenawiFoto: picture-alliance/dpa

Angela Merkel vê progresso e novas perspectivas em diversas nações da África, como declarou por ocasião da cúpula do G8. Por isso, a primeira visita da chanceler federal ao continente vizinho se dirige aos Estados em vias de reforma e aos que oferecem bons exemplos.

Entre 3 e 7 de outubro, a premiê passa pela África do Sul, mais forte parceiro econômico da Alemanha na região; Etiópia, sede da União Africana (UA), cuja meta é fomentar a paz e a democracia no continente; e Libéria, que se liberta do jugo de uma guerra civil devastadora.

Tanto a Libéria (tendo como presidente a decidida Ellen Johnson-Sirleaf, eleita democraticamente) como a África do Sul são exemplos de países reformistas, que levam a sério a democracia e o Estado de direito, e deles fazem sua política. No futuro, estes países se beneficiarão da cooperação para o desenvolvimento mais do que os demais.

No topo das prioridades

A premiê alemã insiste que a ajuda ao desenvolvimento só está bem aplicada onde haja vontade política e as instituições necessárias. "Só podem combater a pobreza de forma duradoura os países que garantam uma certa segurança de direitos, que não permitam a dissipação das verbas, onde gente que vem da pobreza também tenha direitos."

Bom governo e reformas políticas fazem igualmente parte das metas declaradas da União Africana. Foi em sua sede em Adis Abeba que Merkel iniciou a viagem. A UA é um importante interlocutor institucional, tanto para o G8 como para a União Européia.

O giro de Merkel está intimamente relacionado à presidência alemã do G8, durante a qual a África se encontra no topo da pauta. O governo de Berlim quer cumprir suas promessas na prática: em 2008 a ajuda alemã ao desenvolvimento será acrescida de 750 milhões de euros.

Exemplo chinês

Porém ajuda está longe de ser a única questão, já que há muito "política para a África" tem significado exclusivamente política de desenvolvimento. Na opinião de Merkel, isso deve mudar. Um fato que a China, por exemplo, já reconheceu há um bom tempo.

É preciso ver as chances da África – sublinhou a chefe de governo, antes da viagem –, como produtora de energia, mercado consumidor do futuro e locação para empresas alemãs. Ela se baterá por estes aspectos durante sua visita, e não apenas junto à delegação econômica que a acompanha.

A Europa vê com olhos críticos o engajamento da China nos países africanos produtores de matérias-primas. "Observamos esta relação com muita atenção, pois às vezes tememos que se comprem matérias-primas na África, mas que as exigências de um tratamento justo dessas matérias não sejam respeitadas."

Imagem imprecisa

Por sua vez, a UE quer aumentar seu empenho no continente. "Sabemos que a China se engaja muito na África. A UE organizará em dezembro uma cúpula afro-européia. No ano passado, a China realizou um encontro deste tipo", comentou a premiê alemã.

Os interlocutores africanos de Merkel saúdam o engajamento da China, que concede novo impulso à economia da região. Esta viagem é uma oportunidade de reforçar a ainda imprecisa imagem da Alemanha na África.

No geral, tal imprecisão é atribuível a décadas de desinteresse da política externa e à ausência de interlocutores alemães. Contudo, as repetidas viagens do presidente Horst Köhler e o giro do ministro do Exterior Frank-Walter Steinmeier em agosto de 2007 já foram os primeiros passos na nova direção.

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