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Merkel visita Grécia para estreitar laços no pós-austeridade

11 de janeiro de 2019

Encontro de Angela Merkel e Alexis Tsipras em Atenas é marcado por troca de elogios. Essa é a primeira vista da chanceler federal da Alemanha ao país desde 2014, quando foi recebida com violentos protestos.

Angela Merkel aperta a mão de Alexis Tsipras em viagem a Atenas
Essa foi a primeira visita de Merkel à Atenas no governo TsiprasFoto: picture-alliance/dpa/A. Tzortzinis

Na primeira visita da chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, à Grécia após o país deixar o plano de resgate financeiro da zona do euro, Berlim e Atenas deixaram para trás anos de tensão provocados pelo programa.

Em sua chegada ao país nesta quinta-feira (10/01), Merkel elogiou o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e destacou como as diferenças iniciais entre Berlim e Atenas foram superadas ao longo dos anos. "A confiança foi desenvolvida entre nós. Sei que pessoas passaram por grandes dificuldades [na Grécia] e tiveram que enfrentar duras reformas", disse.

Merkel acrescentou, porém, que Atenas precisa manter as reformas impostas pelos credores para endireitar as finanças do país. "Claro que não é o fim de um período de reformas, mas o início de uma nova situação".

Muitos gregos culpam Merkel pela austeridade imposta ao país na última década no decorrer da chamada crise da dívida, que causou uma profunda e prolongada recessão, além da queda abrupta do nível de vida da população. Essa visita é a primeira da chanceler ao país desde 2014, quando foi recebida com violentos protestos.

A Alemanha foi o principal contribuinte nos três pacotes de resgate impostos à Grécia entre 2010 e 2018, em plena crise financeira e que quase implicou a saída do país balcânico da zona euro. Na sequência destes empréstimos, sucessivos governos promoveram aumentos de impostos e baixaram pensões e salários. Em agosto do ano passado, a União Europeia (UE) e Atenas anunciaram o fim da crise da dívida grega.

Ao lado de Merkel, Tsipras destacou a melhora das relações com Berlim. "As dificuldades ficaram para trás e a Grécia é um país diferente que pode ver o futuro com um otimismo maior", disse.

Dezenas de manifestantes protestaram contra visita de MerkelFoto: Reuters/A. Konstantinidis

Apesar de terem se encontrado diversas vezes nos últimos anos, essa é a primeira vez que a chanceler visitou Atenas desde que Tsipras assumiu o governo em janeiro de 2015, após promover uma feroz campanha anti-resgate e anti-Merkel. Posteriormente, o premiê abandonou essa postura e acabou implementando as reformas exigidas pelos credores gregos.

No encontro, os dois líderes também falaram sobre migração, uma questão na qual ambos possuem posições semelhantes, além do acordo firmado entre a Grécia e a Macedônia para a mudança do nome do país para Macedônia do Norte, que abrirá caminho para a integração da Macedônia na UE e na Otan.

Atenas era contra a utilização do nome Macedônia pelo país, temendo que isso pudesse levar a nação vizinha a reivindicar o território homônimo localizado no norte da Grécia, cuja capital é Salônica. Devido à disputa, a Grécia vetava a integração do país no bloco europeu.

Merkel elogiou a postura de Tsipras na negociação do acordo. "Por meio da cooperação, todos podemos ter um futuro melhor e não através do nacionalismo, que frequentemente conduziu a Europa ao desastre", afirmou.

O premiê grego argumentou que o acordo trará estabilidade e crescimento para a região. "A Grécia que era parte do problema, agora se tornou parte da solução", acrescentou.

Um forte esquema de segurança, com cerca de 2 mil policiais, um helicóptero e drones, foi montado em Atenas para receber Merkel. Diversas ruas e estações de metro foram fechadas por motivos de segurança. 

Diferente de 2014, quando milhares de pessoas foram às ruas contra a chanceler federal alemã, o protesto contra a visita de Merkel nesta quinta-feira reuniu um pequeno grupo de manifestantes. A polícia usou gás lacrimogêneo quando os ativistas tentaram romper uma barreira.

CN/afp/ap/efe/lusa

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