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MH17 foi atingido por grande número de objetos, afirmam investigadores

9 de setembro de 2014

Relatório preliminar não aponta culpados nem fala em míssil, mas corrobora tese de que avião foi abatido. Falhas humana ou técnica são descartadas pelos investigadores.

Foto: picture-alliance/dpa

A queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia possivelmente aconteceu devido a uma causa externa, concluiu o Dutch Safety Board (conselho investigativo de segurança, no nome original em holandês), responsável pelas investigações sobre acidente que deixou 298 mortos no último dia 17 de julho.

As apurações de caráter preliminar foram divulgadas nesta terça-feira (09/08) e não apontam culpados. Mais investigações ainda serão necessárias para determinar as causas com maior precisão. Porém, as conclusões corroboram a tese de que o avião tenha sido abatido por um míssil.

De acordo com o documento, o voo MH17 "se partiu no ar provavelmente em decorrência de danos estruturais provocados por um grande número de objetos de elevada energia que penetraram na aeronave vindos de fora".

"É provável que esse dano tenha resultado na perda de integridade estrutural da aeronave, levando a uma ruptura em pleno voo. Isso também explica o corte abruto dos registros da caixa-preta, a perda simultânea de contato com o controle de tráfico aéreo e o sumiço do avião dos radares."

O relatório afirma ainda que não há indícios de que a queda do avião tenha sido provocada por alguma avaria técnica ou por falhas por parte da tripulação. "O gravador de voz da cabine, o gravador de dados do voo e informações do controle de tráfego aéreo sugerem que o voo MH17 procedeu normalmente até às 13:20:03 (UCT), quando foi interrompido abruptamente. A análise integral das comunicações entre a tripulação no gravador do voz não revelaram nenhum sinal de falhas técnicas ou de uma situação de emergência", diz o texto.

Segundo os investigadores, não foram detectados sons de alarme na cabine, e os parâmetros do motor da aeronave operavam normalmente durante o voo, não tendo sido registrada nenhuma ligação de emergência da tripulação da cabine para o controle de tráfego aéreo ucraniano.

"Com base no histórico disponível de manutenção, a aeronave estava apta para o voo quando decolou de Amsterdã e não apresentava nenhum problema técnico conhecido", acrescentaram os especialistas.

Uma investigação conclusiva sobre o acidente, no entanto, só deverá estar pronta um ano após a data da queda do avião, prevê o comitê. Também participam da investigação os governos da Malásia, Ucrânia, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e Austrália.

O Boeing 777 da Malaysia Airlines voava de Amsterdã para Kuala Lumpur no dia 17 de julho quando caiu no leste da Ucrânia, uma região de conflito entre separatistas pró-Rússia e forças leais ao governo de Petro Poroshenko. O Ocidente suspeita que os insurgentes tenham derrubado o avião, além de acusar a Rússia de colaborar com os rebeldes.

O relatório completo pode ser acessado no site do #link:http://www.onderzoeksraad.nl/uploads/phase-docs/701/b3923acad0ceprem-rapport-mh-17-en-interactief.pdf:Dutch Safety Board# (em inglês).

IP/dpa/ap/afp

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