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Dinheiro só com abertura

Agências (as)25 de maio de 2008

Vários países, entre eles Alemanha e Estados Unidos, declaram-se dispostos a elevar suas doações a Mianmar desde que o governo militar permita o acesso de especialistas estrangeiros à região afetada pelo ciclone Nargis.

Alemães da Technisches Hilfswerk tiveram acesso à região afetada neste domingoFoto: AP

Os mais de 50 países reunidos na conferência internacional de doadores de Yangun, em Mianmar, prometeram neste domingo (25/05) cerca de 50 milhões de dólares adicionais para o socorro às vítimas do ciclone Nargis. Mas vários disseram que a ajuda virá apenas caso o governo militar birmanês mantenha sua palavra e permita o ingresso de equipes de ajuda humanitária estrangeiras na região afetada.

Os Estados Unidos disseram estar dispostos a repassar mais do que os 20,5 milhões de dólares já enviados. "Entretanto, para que isso aconteça, o governo deve permitir que especialistas internacionais em assistência a desastres conduzam uma avaliação exata da situação", afirmou o representante americano, Scot Marciel.

"Antes de fazer mais ofertas, precisamos de uma avaliação mais precisa sobre o que é urgentemente necessário. E essa deverá ser a posição da maior parte da comunidade internacional", afirmara o vice-ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Gernot Erler, ainda antes da conferência. Até o momento, a Alemanha ofereceu 4 milhões de euros a Mianmar.

Auxílio alemão

Vítimas do ciclone diante de suas barracasFoto: AP

Na sexta-feira passada, o chefe da junta militar, Than Shwe, prometera ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que as equipes de ajuda internacionais teriam acesso à região afetada. A promessa foi cumprida neste final de semana, mas a comunidade internacional quer garantias de que ela seja mantida.

Neste domingo, cinco trabalhadores da Technisches Hilfswerk (THW), organização voluntária pertencente ao governo alemão, tiveram acesso à região da tragédia. Eles colocaram em funcionamento duas máquinas de tratamento de água em Bogale.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Gernot Erler, classificou a permissão para os trabalhos da THW como uma "verdadeira mudança" na posição do governo birmanês. Nos próximos dias, a THW pretende colocar mais máquinas de tratamento de água em funcionamento.

Mais doações

Ban Ki-Moon (e) obteve promessa de abertura do governoFoto: AP

A presidência eslovena da União Européia prometeu 17 milhões de euros adicionais ao governo de Mianmar, além dos 46 milhões de euros já oferecidos. A China, que também passa por dificuldades por causa do terremoto na província de Sichuan, ofereceu mais 6,3 milhões de euros.

As Nações Unidas calculam que são necessários cerca de 200 milhões de dólares. Cerca de 57 milhões já haviam sido oferecidos antes do início da conferência. O governo de Myanmar disse que são necessários quase 11 bilhões de dólares para a reconstrução do país, mas não especificou como chegou a esse valor.

O primeiro-ministro de Mianmar, Thein Sein, disse que o país agradece toda a ajuda, desde que ela seja motivada por "boa vontade" e não haja a imposição de condições ou ocorra politização. Segundo ele, as mais de mil toneladas de mercadorias trazidas por navios de guerra americanos, franceses e britânicos e que estão diante da costa de Mianmar somente poderão ser levadas para Yangun em navios civis.

O ciclone Nargis atingiu Mianmar em 2 de maio, causando a morte de 78 mil pessoas e deixando 56 mil desaparecidas. As Nações Unidas calculam que 2,4 milhões de vítimas necessitam de ajuda humanitária.

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