Microchip: a tecnologia "invisível"
2 de fevereiro de 2013A inteligência artificial parece ser realmente o futuro da tecnologia. Cientistas estão cada vez mais próximos de desenvolver máquinas que possam exercer a função de raciocinar e agir por conta própria. Mas tanta tecnologia sempre vai depender de um componente inventado há mais de meio século, o microchip. Invenção considerada tão importante quanto a eletricidade, o telefone, etc.
Este objeto é um circuito eletrônico miniaturizado, capaz de realizar milhões de funções diferentes, dependendo do objetivo para o qual foi construído, e por isso há inúmeros modelos diferentes. Quase todos os equipamentos digitais precisam desse sistema, seja de forma simples, como num relógio digital, ou complexo, como o de um computador de última geração.
Estes circuitos são compostos por diversos componentes eletrônicos, sendo que o principal é o transistor, responsável pela amplificação e chaveamento do sistema.
Eles são posicionados de acordo com a função que devem exercer, podendo existir milhares num único circuito, dependendo da função e da complexidade do projeto.
No cotidiano
O microchip foi inventado pelo americano Jack Kilby em 1958. Com o passar dos anos, a indústria foi aprimorando esse componente, tornando-o cada vez mais eficiente e barato, garantindo assim sua produção em larga escala.
Hoje o microchip está por todos os lados, fazendo com que essa tecnologia "invisível" faça parte do cotidiano das pessoas. A começar pelo despertar com um relógio digital; a geladeira com programação de lista de compras que avisa quando algum alimento acabou; o smartphone e o tablet que facilitam o trabalho, estudos e lazer; carros que reconhecem o condutor e fazem ajustes interno; painéis digitais por toda a cidade com propaganda e interatividade; e jogos de videogame com sensor de movimento que fazem tudo parecer real.
No Brasil
As pesquisas com o chip ou Circuito Integrado (CI) em solo brasileiro começaram no Instituto Tecnológico da Aeronáutica, em 1953, e no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), na década de 1960. Mas o primeiro chip 100% nacional foi construído em 1971 pelo Laboratório de Microeletrônica (LME) da Escola Politécnica da USP.
O grande salto nesse segmento, no Brasil, aconteceu recentemente. Em 2008 foi fundado o Centro de Excelência e Tecnologia Eletrônica (Ceitec), que desenvolve chips com tecnologia nacional.
Trata-se da única fábrica de chips na América latina. Sua capacidade de produção é de 100 milhões de unidades por ano e o foco está na identificação por radiofrequência e outros equipamentos da comunicação sem fio.
Além disso, a fábrica produz chip para carros, contendo todas as informações de identificação do veículo. Mas o principal é o chip para rastrear rebanhos, que foi o primeiro a ser produzido e comercializado em grande escala no país.
A Ceitec também tem metas mais ousadas. De acordo com o superintendente de desenvolvimento de produtos e negócios, Reinaldo de Bernardi, além de suprir a demanda interna, a empresa terá condições de exportar chips, atendendo principalmente o mercado latino-americano.
No mundo
Em termos globais, uma das principais produtoras do microchip é a Intel. Desde 1971, esta empresa norte-americana produz parte dos microprocessadores mais potentes do mundo.
O futuro deverá ser ainda mais automatizado. Como podemos notar ao nosso redor, o desenvolvimento de novas tecnologias tem avançado rapidamente. Chips cada vez mais sofisticados e com capacidade de operação ampliada e mais rápida devem tornar a criação da inteligência artificial cada vez mais realidade.