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Microsoft denuncia ação de hackers russos

21 de agosto de 2018

Empresa diz que cibercriminosos ligados ao governo da Rússia teriam tentado agir para interferir nas eleições legislativas americanas de novembro. Kremlin nega as acusações.

Hackers criaram portais que imitavam websites como os do Senado americano e de grupos políticos conservadores
Hackers criaram portais que imitavam websites como os do Senado americano e de grupos políticos conservadoresFoto: Reuters/K. Pempel

Hackers associados ao governo da Rússia tentaram manipular portais de internet de grupos conservadores de direita nos Estados Unidos, alertou nesta terça-feira (21/08) a Microsoft. A denúncia sugere que os cibercriminosos estariam aumentando suas atividades nos EUA, com a aproximação de eleições legislativas no país, em novembro.

Através de uma ação judicial, a Microsoft se apropriou de seis portais de internet falsos que estariam envolvidos nessas tentativas. Um destes imitava o website do Senado americano, informou Brad Smith, presidente da gigante da tecnologia, em seu blog, Ele afirmou que os hackers estariam ligados à inteligência militar russa, conhecida como GRU.

A estratégia seria ludibriar os usuários que, ao tentarem acessar os portais de determinados grupos políticos, eram redirecionados para websites falsos, tendo suas senhas e outras informações roubadas pelos hackers.

Smith disse ainda que um dos portais reproduzia o do grupo International Republican Institute, do qual fazem parte senadores republicanos como John McCain, crítico ao presidente russo Vladimir Putin. Outro website falso de aparência semelhante ao original imitava o domínio utilizado pelo Hudson Institute, que promove discussões sobre vários temas, inclusive de cibersegurança.

"Nossa preocupação é que esta e outras tentativas representem ameaças de segurança para uma variedade crescente de grupos ligados aos dois partidos políticos americanos [majoritários] enquanto se aproximam as eleições de 2018", disse Smith. Alguns especialistas afirmam que o objetivo seria atingir os críticos de Putin.

"Essa é mais uma demonstração de que os russos não tentam apenas atacar os partidos. Eles planejam ataques que entendem ser em seu próprio interesse nacional", disse Eric Rosenbach, diretor do projeto Defending Digital Democracy ("Em Defesa da Democracia Digital") da Universidade de Harvard ao jornal americano The New York Times. "O objetivo é prejudicar e depreciar qualquer grupo que conteste o modo como Putin age em seu país e no mundo."

"Para que fique claro, não temos até o momento provas de que esses domínios foram utilizados em ataques bem sucedidos antes que a DCU [a unidade para crimes digitais da empresa] transferisse o controle destes e tampouco temos provas que indiquem a identidade dos alvos finais de qualquer um dos ataques planejados envolvendo esses domínios", disse a empresa.

Kremlin nega ter conhecimento

O Facebook afirmou no mês passado que removeu 32 páginas e perfis falsos em suas plataformas, numa tentativa de combater interferências externas nas eleições americanas.

A denúncia da Microsoft ocorre em meio ao agravamento das tensões envolvendo as eleições americanas e supostas tentativas de interferência nas eleições nos EUA por parte de Moscou.

Em julho, a Justiça americana indiciou 12 membros da inteligência russa acusados de terem invadido as redes de computadores do Partido Democrata e de sua candidata às eleições presidenciais em 2016, Hillary Clinton.

O procurador especial Robert Mueller investiga a suposta interferência russa nas eleições de 2016 e um possível conluio da campanha republicana que elegeu o presidente Donald Trump. Tanto a Rússia quanto Trump negam as acusações.

O Kremlin afirmou nesta terça-feira não ter conhecimento das denúncias. "Não sabemos de quais hackers estão falando", disse o porta-voz do governo russo Dmitry Peskov. "De quem falam, exatamente? Não compreendemos quais são as provas e o fundamento para que eles cheguem a essas conclusões", afirmou.

RC/afp/rtr

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