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Migrantes da Ucrânia levam Alemanha a população recorde

27 de setembro de 2022

Afluxo de refugiados gera alta populacional de 1% no primeiro semestre do ano. Nação mais populosa da UE supera os 84 milhões de habitantes, apesar de registrar mais mortes que nascimentos.

Mulheres com crianças saem de trem
Chegada a Berlim: principalmente mulheres e crianças fugiram da guerra na UcrâniaFoto: DW

O afluxo de refugiados ucranianos para a Alemanha levou a população do país a um novo recorde histórico, ao ultrapassar 84 milhões, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27/09) pelo Serviço Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis).

Até o final de junho, a população do país aumentou em 843 mil pessoas, o correspondente a 1%, em relação ao final de 2021. Em comparação, a população cresceu em 82 mil pessoas, ou 0,1%, em todo o ano de 2021.

Cerca de 750 mil refugiados ucranianos chegaram à Alemanha no primeiro semestre de 2022 em busca de refúgio, por causa da invasão russa. A maioria deles é do sexo feminino, informou o Destatis, acrescentando que até o final de junho aumentou em 501 mil o número de mulheres e meninas ucranianas vivendo na Alemanha em relação ao final de 2021, enquanto o número de homens e meninos ucranianos aumentou em 248 mil.

A população feminina da Alemanha cresceu 1,2%, significativamente mais que a população masculina, que aumentou 0,8%, refletindo o fato de que principalmente mulheres e crianças fugiram da guerra na Ucrânia. Homens em idade de combate são proibidos de deixar o país.

Ao todo, a imigração líquida foi de cerca de 1 milhão de pessoas, cifra sete vezes maior do que no primeiro semestre de 2021, conforme o Destatis.

A Alemanha experimentou saltos populacionais dessa magnitude em 1992 e 2015, ambos relacionados à imigração.

Em 1992, logo após a queda do comunismo e da reunificação da Alemanha, chegaram cerca de 700 mil pessoas ao país, fugindo da guerra na Iugoslávia e saídas da Europa Oriental após o fim da Cortina de Ferro.

Em 2015, quase 1 milhão de migrantes chegaram de países devastados por guerras, como Síria, Iraque e Afeganistão.

Mais mortes que nascimentos

Ao mesmo tempo, foram registradas mais mortes do que nascimentos, o que tem efeito atenuante sobre o crescimento populacional. Foram 161 mil mortes a mais que nascimentos nos primeiros seis meses deste ano.

No geral, o número de habitantes aumentou em todos os estados alemães. No entanto, existem diferenças regionais: os maiores aumentos foram em Berlim (mais 1,3 %), assim como na Baviera e em Hessen (ambos com 1,2%). Os menores aumentos foram registrados em Bremen (0,5%), na Turíngia (0,6%) e no Sarre (0,7%).

De acordo com a Secretaria Federal, os números da população foram calculados com base no censo de 2011. Assim que os resultados do censo de 2022 estiverem disponíveis, o novo deverá ser a base de cálculo. Isso poderá fazer com que o número total de habitantes seja revisado para menos de 84 milhões, mas o salto populacional no primeiro semestre de 2022 não será afetado.

md/lf (DPA, AP)

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