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Mike Pompeo é confirmado como secretário de Estado

26 de abril de 2018

Senado aprova nomeação em votação apertada, e ex-diretor da CIA toma posse como novo chefe da diplomacia americana. Homem de confiança de Trump, ele já tem viagens oficiais marcadas para Bruxelas e Oriente Médio.

Mike Pompeo, novo secretário de Estado americano
Tido como um linha-dura, Mike Pompeo tem visões semelhantes às de Trump em relação à política externaFoto: Getty Images/J. Raedle

Em votação apertada, o Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (26/04) a nomeação do ex-diretor da CIA Mike Pompeo ao cargo de secretário de Estado, tornando-o a primeira pessoa a comandar a principal agência de inteligência do país e também a diplomacia americana.

Pompeo foi indicado ao posto pelo presidente Donald Trump em março, após a demissão do então secretário Rex Tillerson – com quem o republicano tinha divergências frequentes sobre vários tópicos da política externa dos Estados Unidos.

Leia tambémOpinião: Demissão de Tillerson isola ainda mais os EUA

A escolha foi alvo de críticas entre os democratas, que mencionam a atitude linha-dura de Pompeo, suas posições conservadoras em questões como o casamento gay e uma visão de política externa muito semelhante à de Trump: mais agressiva do que diplomática.

A indicação foi confirmada pelos senadores com 57 votos favoráveis e 42 contrários. O resultado é o segundo pior dos últimos 50 anos para um candidato à chefia do Departamento de Estado – em fevereiro de 2017, Tillerson bateu o recorde ao ser confirmado por 56 votos a 43.

Todos os republicanos – que são maioria no Senado americano, com 51 parlamentares ante os 49 democratas – votaram a favor de Pompeo, além de outros seis senadores da oposição.

Políticos republicanos, incluindo o vice-presidente americano, Mike Pence, comemoraram a aprovação. "Mike tem anos de serviço público e competência para o cargo. Trump e eu sabemos que ele servirá nossa nação com distinção e fará um excelente trabalho para o povo americano", escreveu Pence no Twitter.

O novo secretário, que tomou posse no cargo momentos após a votação no Congresso, deixa Washington nesta mesma quinta-feira rumo a Bruxelas para uma reunião entre os ministros do Exterior da Otan. No fim de semana, ele segue para Arábia Saudita, Jordânia e Israel.

"Nenhum outro secretário de Estado da história recente partiu em viagem oficial tão rapidamente como ele", declarou a porta-voz do Departamento de Estado Heather Nauert.

Linha-dura e próximo a Trump

O novo chefe da diplomacia é um republicano ultraconservador e um "falcão" visto como extremamente leal a Trump e que costuma defendê-lo de críticas.

Como diretor da CIA, Pompeo costumava informar pessoalmente o presidente sobre os assuntos de inteligência. Foi assim que conquistou a confiança de Trump, que encontrou no subordinado uma pessoa de posições parecidas com as suas.

"Com Mike Pompeo tenho uma forma de pensar similar. Ele tem uma tremenda energia, um tremendo intelecto. Sempre estamos na mesma onda", afirmou o presidente em março, ao anunciar a decisão. "A nossa relação é realmente boa."

Pompeo é um cético do clima, como Trump, e já defendeu várias vezes romper o acordo nuclear firmado em 2015 com o Irã, em linha com a posição do presidente.

Além disso, sempre favoreceu a linha dura no tratamento com a Coreia do Norte, defendendo que fosse considerada a opção militar. Na semana passada, Trump confirmou que Pompeo fizera recentemente uma viagem à Coreia do Norte para um encontro confidencial com Kim Jong-un, enquanto os dois países preparam uma reunião entre os dois líderes.

Mesmo antes de ser confirmado secretário de Estado, Mike Pompeo se reuniu secretamente com Kim Jong-unFoto: Reuters/U.S. Government

Ao longo dos seus 14 meses à frente da CIA, Pompeo funcionou como um apaziguador das tumultuadas relações entre a agência e o presidente.

No novo cargo, tem como pontos a favor a confiança do presidente, sua experiência dentro da administração e também o conhecimento sobre o funcionamento do Congresso e as boas relações com alguns congressistas. Mas críticos afirmam que, com ele no lugar de Tillerson, os EUA vão se afastar ainda mais de aliados, isolando-se.

Além disso, funcionários da CIA acusam Pompeo de selecionar a inteligência que repassava a Trump, por exemplo diminuindo a importância das informações sobre a interferência da Rússia na eleição de 2016 – ou seja, dizendo ao presidente aquilo que ele gostaria de ouvir.

Do Congresso à CIA

Pompeo estudou engenharia na Academia Militar de West Point, serviu por cinco anos como oficial do Exército e, em seguida, estudou Direito na Universidade de Harvard. Mais tarde fundou uma empresa de engenharia no Kansas, financiado pelos irmãos Koch, milionários do setor petrolífero.

Os Koch, com elevada influência no Partido Republicano, deram apoio a Pompeo nas eleições para o Congresso em 2010, e ele foi eleito para a Câmara dos Representantes pelo estado do Kansas. Pompeo logo integrou o Comitê dos Serviços de Inteligência do Senado, no qual teve acesso a segredos de Estado.

Em 2012 fez parte do comitê republicano que investigou o assassinato de um embaixador americano e de três outros compatriotas em Benghazi, na Líbia. Nesse papel, Pompeo tornou-se uma das vozes mais críticas à então candidata democrata, Hillary Clinton, na eleição presidencial de 2016, culpando-a destas mortes, ocorridas durante o seu período como secretária de Estado.

Em 2017, no início do governo Trump, foi para a CIA. O Senado o aprovou para o cargo com 66 votos a favor e 32 contra. Ele é visto como uma pessoa engajada, mas também agressiva com seus subordinados, e foi contra classificar o polêmico método waterboarding como tortura. Pompeo é também um forte apoiador do uso de ferramentas de vigilância em massa.

EK/AS/afp/ap/efe/rtr/dw

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