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Milei envia carta para Lula convidando para posse

26 de novembro de 2023

Presidente eleito da Argentina muda o tom e diz que gostaria da presença do brasileiro quando assumir o poder, em 10 de dezembro. Documento foi entregue ao ministro Mauro Vieira pela futura chanceler argentina.

De óculos, Milei fala ao microfone
Populista de direita Javier Milei foi eleito na semana passada novo presidente da ArgentinaFoto: Tomas Cuesta/Getty Images

Uma semana após ter sido eleito presidente da Argentina, Javier Milei parece ter moderado o discurso. Durante a campanha, o argentino chamou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de corrupto e comunista e desdenhou do Mercosul.

No entanto, neste domingo (26/11), a deputada argentina eleita Diana Mondino, escolhida por Milei como futura chanceler, esteve em Brasília e se reuniu com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira. 

Mondino entregou a Vieira pessoalmente um convite assinado por Milei para que Lula compareça à posse do argentino no dia 10 de dezembro.

Além disso, segundo o Itamaraty, Mondino e Vieira também discutiram aspectos da relação bilateral e do atual estágio das negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia. A reunião foi acompanhada pelos embaixadores do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli, e da Argentina em Brasília, Daniel Scioli.

Apesar da cordialidade de Mondino, ainda não está confirmado que Lula viajará a Buenos Aires para a posse de Milei. Segundo interlocutores, um dos obstáculos seria a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, que estará na capital argentina acompanhado de uma delegação que inclui seus filhos Flávio e Eduardo e sua esposa, Michelle.

Mudança de tom

A vitória do candidato populista de direita para presidência da Argentina levantou dúvidas em relação ao futuro das relações diplomáticas e econômicas com o Brasil devido à postura do candidato ao longo da campanha. 

Milei defendeu a saída da Argentina do Mercosul, mas depois recuou e passou a pedir apenas mudanças no bloco econômico, que reúne também Uruguai, Brasil e Paraguai. 

Durante a campanha, Milei também disse que seu país não faria mais negócios com o Brasil, nem com a China, dois dos principais parceiros comerciais da Argentina.

No entanto, no decorrer da semana, Milei já baixou o tom de várias de suas declarações – o presidente não tem maioria absoluta no Congresso e, segundo observadores, precisa maneirar o discurso se quiser aprovar projetos.

Um exemplo da mudança de tom foi a relação com o papa Francisco, a quem chegou a acusar de estar ligado a "ditaduras sangrentas".

Esta semana, Milei conversou por telefone com Francisco e convidou o pontífice a visitar a Argentina como chefe de Estado do Vaticano e líder da Igreja Católica.

le (Agência Brasil, ots)

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