Milhares de mulheres protestam contra Trump nos EUA
18 de outubro de 2020
Segundo organizadores da Marcha das Mulheres, mais de 100 mil pessoas participaram de centenas de atos espalhados pelo país contra a reeleição do presidente americano e sua indicação conservadora à Suprema Corte.
Anúncio
Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades dos Estados Unidos para a Marcha das Mulheres, em protesto contra o presidente Donald Trump e sua indicada a uma vaga na Suprema Corte americana, a conservadora Amy Coney Barrett.
Organizadores afirmam que mais de 100 mil pessoas participaram de mais de 400 manifestações realizadas neste sábado (17/10) em todo o país, de Nova York a Los Angeles.
Os protestos – inspirados na primeira Marcha das Mulheres ocorrida em Washington no dia seguinte à posse de Trump em 2017 – também homenagearam a ex-juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg, que morreu em 18 de setembro, aos 87 anos.
A diretora-executiva da marcha, Rachel O'Leary Carmona, abriu o dia de manifestações pedindo aos participantes que mantivessem distâncias seguras entre si devido à pandemia de coronavírus, afirmando que o único evento "superpropagador" de covid-19 deveria ser um recente promovido pela Casa Branca. Aos manifestantes foi recomendado o uso de máscaras.
Carmona falou ainda sobre o poder das mulheres para tirar Trump do poder. "A presidência dele começou com mulheres marchando e agora vai acabar com mulheres votando. Ponto final."
Cartazes erguidos por manifestantes durante as marchas ecoavam o discurso pró-voto, trazendo mensagens como "Vote para o futuro de sua filha" e "Lute como uma garota".
"É muito importante estar aqui e tentar encorajar pessoas a votarem contra Trump e suas políticas misóginas, especialmente agora, com a covid-19, quando muitas pessoas estão isoladas", disse à agência de notícias AFP a manifestante Yvonne Shackleton, em Nova York.
A cidade foi palco de cinco marchas separadas, incluindo uma pequena no Brooklyn, bairro onde Ruth Bader Ginsburg cresceu.
Em Washington, os manifestantes marcharam da Casa Branca até o Capitólio, sede do Congresso americano, e a Suprema Corte. Um pequeno contraprotesto ocorreu a favor de Barrett.
O apoio das mulheres a Trump caiu consideravelmente. O presidente está 23 pontos percentuais atrás de seu adversário democrata, Joe Biden, entre as prováveis eleitoras do sexo feminino, segundo uma pesquisa de opinião realizada pelo Washington Post/ABC News.
A possível substituta de Ginsburg
Ícone na defesa dos direitos das mulheres, Ruth Bader Ginsburg foi uma das mais célebres figuras progressistas do tribunal, e sua morte abriu uma vaga na Suprema Corte americana, a qual Amy Barrett pretende agora ocupar. Mas as duas não poderiam ser figuras mais contrastantes.
Anúncio
Com Barrett, os conservadores americanos veem uma adição robusta na composição da Corte para tentar reverter bandeiras progressistas, como o direito ao aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e leis que restringem posse e porte de armas.
Vários manifestantes expressaram indignação com o fato de os republicanos estarem dispostos a confirmar a indicação feita por Trump tão perto das eleições presidenciais de 3 de novembro.
Em 2016, parlamentares do partido se recusaram a ouvir o candidato para a Suprema Corte nomeado pelo ex-presidente Barack Obama mais de seis meses antes das eleições, justificando que o próximo presidente eleito deveria escolher o ocupante da vaga. Enquanto isso, uma votação sobre a nomeação de Barrett está marcada para a próxima quinta-feira.
Caso seu nome seja efetivamente aprovado pelo Senado, a juíza federal de 48 anos, uma novata no sistema Judiciário, com apenas três anos de experiência, pode se tornar uma das mais jovens integrantes da Suprema Corte dos EUA, influenciando a vida pública americana pelas próximas décadas e sedimentando uma orientação conservadora do tribunal.
EK/ap/afp/rtr
Mulheres e suas invenções revolucionárias
Sabia que uma atriz de Hollywood inventou a base da telefonia por celular? Conheça mulheres que revolucionaram a ciência com suas pesquisas, descobertas e inventos – do filtro de café a sistemas de computação.
Foto: picture alliance/IMAGO
Hedy Lamarr e a transmissão de dados sem fio
Ela e o compositor George Antheil inventaram um sofisticado sistema de comunicação para despistar radares, patenteado em 1942 por George Antheil e Hedy Kiesler Markey, nome original da atriz austríaca. Hoje, o "frequency hopping" (alternância de frequência) é base da moderna comunicação por espalhamento espectral. Essa técnica é usada nos protocolos Bluetooth, Wi-Fi e CDMA.
Foto: picture-alliance/ dpa
Ada Lovelace, primeira programadora
Já no início do século 19, Ada Augusta King, condessa de Lovelace (1815-1852), delineou o mundo dos computadores de hoje com sua invenção. Em 1835, a matemática inglesa desenvolveu um programa complexo para um computador mecânico nunca concluído, o "mecanismo analítico". Foi a base para as linguagens de programação posteriores, o que a tornou a primeira programadora do mundo.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Barbe-Nicole Clicquot, "Grande Dame" do champanha
A francesa Barbe-Nicole Clicquot (1777-1866) inventou o método hoje conhecido como "remuage": as garrafas de champanhe são armazenadas com o gargalo para baixo e agitadas e giradas com regularidade, para que os sedimentos da levedura se depositem junto à rolha provisória. Isso garante uma bebida clara, sem a perda da efervescência.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Remy de la Mauviniere
Josephine Cochrane e a máquina de lavar louça
Se não fosse essa americana rica, muita gente ainda estaria brigando para decidir quem lava a louça. Josephine Cochrane (1839-1913) gostava de organizar festas e se irritava com os empregados, que com frequência quebravam os pratos. Para zelar por sua fina porcelana, ela patenteou a máquina de lavar louça em dezembro de 1886.
Foto: public domain
Marie Curie, a primeira Prêmio Nobel
Marie Curie (1867-1934) é uma das mais importantes cientistas da história. A polonesa naturalizada francesa foi a primeira mulher a ganhar um Nobel, ao lado do marido, Pierre Curie, em 1903, por suas pesquisas na área da física. Em 1911, ganhou o Nobel de Química. Ela pesquisou a radioatividade e descobriu os elementos químicos polônio e rádio.
Foto: picture-alliance/empics/PA Wire
Melitta Bentz e o filtro de café
Quando a mãe e dona de casa alemã Melitta Bentz (1873-1950) tomava café, ela sempre se incomodava com os irritantes grãozinhos entre os dentes. Certo dia, ela espontaneamente pegou o mata-borrão dos cadernos dos filhos, colocou-o em uma lata perfurada e serviu o café. Assim nasceu o filtro de café, que foi patenteado por ela em 1908, quando tinha 35 anos.
Foto: DW
Grace Hopper, pioneira da computação
A cientista da computação Grace Murray Hopper (1906-1992) ensinou o computador a falar. Enquanto os pioneiros da computação ainda se comunicavam em uma linguagem enigmática, esta pioneira já transformava os programas de computador de código binário em linguagem compreensível. Ela desenvolveu a linguagem de programação que serviu de base para a criação do Cobol (Common Business Oriented Language).
Foto: picture-alliance/Newscom/J. S. Davis
Gertrude Elion, pioneira da medicina
Quando o avô da americana Gertrude Belle Elion (1918-1999) morreu de câncer, ela decidiu pesquisar a doença. A bioquímica e farmacologista fez contribuições significativas para o avanço da quimioterapia, ao desenvolver uma droga usada para tratar a leucemia até hoje. Em 1989, ela recebeu o Nobel de Medicina.
Foto: CC By Unbekannt 4.0
Mária Telkes e a energia do futuro
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cientista húngaro-americana Mária Telkes (1900-1995) inventou uma usina de dessalinização movida a energia solar. Em 1947, ela e a arquiteta Eleanor Raymond construíram uma casa completamente aquecida por energia solar. A base dessa tecnologia é usada ainda hoje.
Foto: Gemeinfrei
Margaret Hamilton e a conquista da Lua
A matemática e cientista de computação americana Margaret Hamilton (1936) chefiou durante muitos anos a divisão de software do programa Apollo, da Nasa. Ela desenvolveu o programa de voo usado pela Apollo 11, a primeira missão tripulada que aterrissou na Lua. Além disso, desenvolveu vários conceitos que são hoje a base dos sistemas de software.