Milhares em manifestações pró-UE em Londres e Berlim
25 de março de 2017Desafiando o clima de insegurança após o atentado terrorista no centro de Londres, dezenas de milhares de cidadãos foram às ruas da capital britânica neste sábado (25/03), com faixas e bandeiras azuis, para protestar contra a iminente retirada do país da União Europeia.
Os manifestantes portavam mensagens como "Terrorismo não nos dividirá, o Brexit sim", "Brexshit", "Quero estar dentro da UE", "Tenho 15 anos: quero meu futuro de volta!" ou "Parem de sonambulismo, parem com essa loucura".
Após o ataque da quarta-feira em que morreram três transeuntes e um policial, além do autor, houve apelos para que se cancelasse a passeata, mas os organizadores da manifestação "Unidos pela Europa" replicaram que não se deixariam intimidar. Segundo eles, 80 mil pessoas compareceram. A agência de notícias AFP registrou presença policial "discreta".
No referendo de 23 de junho de 2016, 52% dos votantes britânicos optaram pelo Brexit. A primeira-ministra Theresa May anunciou para a próxima quarta-feira o acionamento do Artigo 50 do Tratado de Lisboa da UE, dando início à contagem regressiva de dois anos até a saída definitiva do Reino Unido do bloco.
"We rock Europe"
Também em Berlim, pelo menos 4 mil saíram em passeata a favor do projeto europeu, por ocasião do jubileu dos Tratados de Roma. A convocação para o manifesto partiu de diversas associações e sindicatos, em nome de uma Europa unida e livre, e "contra o retrocesso ao nacionalismo, o isolacionismo e a confrontação".
Com balões e bandeiras da UE, e cartazes anunciando "Alguns a chamam de Europa, nos a chamamos de lar" e "Levanta, Europa!" os manifestantes desfilaram da praça Bebelplatz até o Portão de Brandemburgo, onde derrubaram um muro simbólico de caixas de papelão. Os eventos paralelos incluíram um concerto e um flash mob sob o slogan "We rock Europe". Está planejada a realização mensal de manifestações semelhantes.
Ambos os protestos coincidem com o encontro dos líderes da UE na capital da Itália, para assinar a Declaração de Roma, em comemoração aos 60 anos do tratado que fundou a Comunidade Econômica Europeia (CEE), antecessora da UE.
No atual documento, os chefes de Estado e governo ressaltam a unidade e indivisibilidade dos Estados-membros e reafirmam a vontade de seguir avançando no projeto europeu. Theresa May declinou de participar da cerimônia em Roma.
AV/afp,dpa