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Milhares participam de vigílias após ataque em Paris

7 de janeiro de 2015

Manifestantes exibem cartazes com o slogan "Eu sou Charlie" e defendem a liberdade de imprensa. Hollande decreta dia nacional de luto após atentado à redação de semanário.

Foto: AFP/Getty Images/V. Hache

Dezenas de milhares de pessoas se juntaram a vigílias em Paris e outras cidades da França para homenagear as vítimas do ataque terrorista à redação do semanário satírico Charlie Hebdo, cometido nesta quarta-feira (07/01), na capital francesa, e em defesa da liberdade de imprensa.

Cerca de 35 mil pessoas se reuniram na Praça da República, em Paris, distante apenas um quilômetro do local onde ocorreu o massacre. Outras 20 mil pessoas saíram às ruas de Lyon e Toulouse, afirmou a polícia francesa.

Os manifestantes seguravam velas, capas do semanário e canetas – principal ferramenta de trabalho dos cartunistas e, agora, símbolo de protesto pela liberdade de imprensa. Cartazes com os slogans "Je suis Charlie" ("Eu sou Charlie", em francês) e "Charb mort libre" ("Charb morreu livre"), em referência ao editor-chefe do semanário, Stephane Charbonnier, eram exibidos pela multidão.

Charbonnier foi um dos quatro cartunistas mortos no ataque. Perto do meio-dia, Três homens encapuzados, armados com fuzis kalashnikov, invadiram a sede do Charlie Hebdo e abriram fogo. Ao menos 12 pessoas – dez funcionários do semanário e dois policiais – morreram.

Os terroristas conseguiram fugir e estão sendo caçados por mais de 3 mil homens da polícia parisiense. O atentado gerou uma onda de condenações da comunidade internacional e ameaça acirrar o debate sobre a relação entre islã e radicalismo, atualmente em alta na Europa, sobretudo na Alemanha e na França.

Manifestantes seguram capas do semanário Charlie Hebdo em vigília na Praça da República, na capital francesaFoto: AFP/Getty Images/D. Charlet

Também em outras cidades europeias pessoas foram às ruas mostrar solidariedade. Tanto na frente do Parlamento Europeu, em Bruxelas, como na Trafalgar Square, em Londres, ou em frente à embaixada francesa em Madri, a cena se repetiu: centenas de pessoas segurando o panfleto com a frase "Eu sou Charlie". Em Berlim, aproximadamente mil pessoas compareceram à Praça Paris, ao lado do Portão de Brandemburgo – algumas com bandeiras da União Europeia.

Hollande decreta luto nacional

Numa declaração breve e solene transmitida à nação francesa pela televisão, o presidente da França, François Hollande, decretou luto nacional para esta quinta-feira. Esta é apenas a quinta vez em 50 anos que um dia de luto foi declarado na França.

"A unidade é a nossa melhor arma", declarou Hollande, acrescentando que as bandeiras ficarão a meio mastro em todo território francês por três dias. "Nada pode nos dividir, nada deve nos separar. A liberdade será sempre mais forte do que a barbárie", afirmou o presidente. Horas antes, ele esteve no local do ataque terrorista e já havia garantido que "os autores deste ato serão perseguidos".

Hollande elogiou ainda os "corajosos cronistas" do Charlie Hebdo, uma revista que provocou indignação no mundo muçulmano após publicações de charges do profeta Maomé. "Eles tocaram, através de sua influência, sua insolência e sua independência, gerações e gerações de franceses. Em seus nomes, iremos defender essa mensagem de liberdade", finalizou Hollande.

Em Berlim, aproximadamente mil pessoas demonstram solidariedade às vítimas do massacre em ParisFoto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka

PV/afp/rtr

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