Milhares protestam em Berlim por uma sociedade mais justa
4 de setembro de 2021
Às vésperas das eleições federais alemãs, aliança "Unteilbar" (Indivisível) foi às ruas para chamar atenção para temas como mudanças climáticas, racismo, violência contra minorias e crise no Afeganistão.
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Milhares de pessoas participaram de um protesto neste sábado (04/09) em Berlim por uma sociedade mais justa e solidária.
A pouco mais de três semanas das eleições alemãs que definirão o sucessor da chanceler federal, Angela Merkel, os manifestantes chamaram a atenção para temas como mudanças climáticas, racismo, violência contra minorias e outras formas de injustiça social que, segundo eles, põem em perigo a coesão social e o futuro das pessoas na Alemanha e em todo o mundo.
A manifestação foi organizada pela aliança Unteilbar (Indivisível, em alemão), que conta com a participação de cerca de 350 organizações, incluindo a Confederação Sindical Alemã, o grupo de direitos humanos Anistia Internacional e o movimento climático Fridays for Future.
Parte dos manifestantes chamou atenção para a crise humanitária emergente no Afeganistão e em países vizinhos depois que o Talibã assumiu o poder. A Anistia Internacional apelou aos Estados-Membros da União Europeia para que mantenham as fronteiras abertas para os afegãos que procurem refúgio na Europa.
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Regras de distanciamento social
Em razão das regras de higiene e distanciamento social para prevenir a disseminação da covid-19, os participantes se espalharam por vários quilômetros. A polícia estima que 10 mil pessoas participaram do ato. Os organizadores afirmam que havia 30 mil inscritos.
Nos dias anteriores à manifestação, os organizadores apelaram para que os participantes respeitassem as regras de distanciamento social e usassem máscaras, de preferência PFF2. Segundo a polícia, os pedidos surtiram efeito.
"Os atuais regulamentos de higiene estão sendo amplamente cumpridos", tuitou a polícia de Berlim, enquanto o protesto percorria as ruas da capital alemã.
Desde 2018, a aliança Unteilbar vem organizando grandes protestos em defesa de uma sociedade aberta e mais justa, muitos deles em torno das eleições estaduais ou após incidentes violentos, como o ataque de extrema direita à sinagoga em Halle.
Participação de partidos
Representantes do Partido Verde, do Partido Social-Democrata (SPD) e de A Esquerda também participaram da manifestação. Segundo alguns analistas, as três siglas poderiam formar um governo de coalizão, caso a liderança do SPD nas pesquisas se confirme nas urnas.
Em um levantamento da Deutschlandtrend divulgado na quinta-feira, o SPD aparece em primeiro lugar, com 25% das intenções de votos. A União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel, junto com sua legenda-irmã na Baviera, a União Social Cristã (CSU), registraram 20%.
le (afp, epd, dpa, ots)
Os candidatos a chanceler federal da Alemanha
Conheça os possíveis sucessores de Angela Merkel na chefia do governo alemão. Eles representam os seis partidos que devem ter representação no Parlamento após as eleições gerais de setembro, e sua eleição é indireta.
Annalena Baerbock (Partido Verde)
Annalena Baerbock, de 40 anos, é copresidente do Partido Verde desde 2018. Desde 2013, ela é deputada federal no Bundestag. Formada em Direito Internacional em Londres, é a mais jovem candidata a chanceler federal desde 1949. Seus apoiadores a veem como determinada, corajosa, ambiciosa, autoconfiante. Seus oponentes apontam para sua falta de experiência no governo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
Armin Laschet (CDU)
Armin Laschet, de 60 anos, é o presidente do Partido Democrata Cristão (CDU, sigla do nome em alemão) e é governador da Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais populoso da Alemanha. Ele representará os partidos conservadores CDU e CSU nas eleições parlamentares de setembro. Há mais de três décadas na política, ele é descrito por aliados como "um batalhador".
Foto: picture-alliance/dpa/G. Fischer
Olaf Scholz (SPD)
O atual vice-chanceler e ministro das Finanças tem a missão de recuperar a influência do Partido Social-Democrata (SPD), em declínio nos últimos anos. Segundo Lars Klingbeil, secretário-geral do SPD, Scholz, de 62 anos, representa quatro objetivos principais: neutralidade de carbono em 2045, um sistema de transporte mais moderno, soberania digital e um forte sistema de saúde.
Foto: Imago Images/R. Zensen
Christian Lindner (FDP)
Christian Lindner, de 42 anos, entrou para o Partido Liberal Democrático (FDP) aos 16 anos de idade e preside o partido desde 2013. O oficial da reserva e filho de professor é nascido no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália e estudou Ciências Políticas. Ele espera juntar-se a uma coalizão governista após as eleições de setembro, e a conservadora união CDU/CSU é sua preferência declarada.
Dietmar Bartsch, de 63 anos, e Janine Wissler, de 39, complementam-se. Bartsch vem do leste da Alemanha e é um pragmático que lidera seu partido no Parlamento desde 2015. Wissler vem do oeste alemão e é copresidente do partido desde fevereiro. Ela representa as posições mais radicais da esquerda, como o fim imediato das missões militares no exterior e de todas as exportações de armas.
O copresidente Tino Chrupalla, de 46 anos, juntou-se à Alternativa para a Alemanha (AfD) em 2015, atraído pela plataforma anti-imigração. O pintor e decorador da Saxônia é deputado desde 2017 e apoia a ala de extrema direita, mas defende uma linguagem de campanha moderada. Weidel, economista de 42 anos, é copresidente da bancada da AfD no Bundestag. Membros da AfD a acusam de não saber se impor.