Milhares protestam em Bonn contra combustíveis fósseis
4 de novembro de 2017
Manifestantes pedem ao próximo governo alemão que encerre utilização de carvão e apoie energias renováveis. Marcha antecede cúpula do clima da ONU, que começa em dois dias na cidade alemã.
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Milhares de pessoas saíram neste sábado (04/11) às ruas de Bonn, no oeste da Alemanha, para exigir o fim do uso de combustíveis fósseis, em especial o carvão, dois dias antes de a cidade receber a 23ª Conferência do Clima da Nações Unidas (COP23).
Segundo os organizadores, a marcha, que seguiu do centro da cidade até a sede local das Nações Unidas, reuniu 25 mil pessoas. A polícia calculou o número de participantes em 10 mil. A manifestação foi convocada por cerca de cem organizações ambientais e de direitos civis.
"Juntos enviamos hoje um importante sinal para uma luta consciente contra a mudança climática e o abandono do carvão. O abandono rápido e socialmente suportável do carvão conta com apoio do núcleo da sociedade", afirmaram os organizadores, em comunicado divulgado pela ONG Amigos da Natureza.
Além disso, os manifestantes exigiram que o próximo governo do país, ainda não formado, aplique de forma efetiva o Acordo de Paris, assinado durante a COP21, e apoie cada vez mais o uso das energias renováveis.
Em paralelo, cerca mil ciclistas pedalaram cerca de 30 quilômetros de Colônia a Bonn para defender o abandono do uso de combustíveis fósseis no trânsito.
A COP23 começa na próxima segunda-feira na cidade alemã e pretende detalhar como será a implementação do Acordo de Paris para conter a mudança climática e o aquecimento global. O encontro deverá reunir cerca de 23 mil pessoas, vindas de 197 países.
A reunião é a primeira depois do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que vai tirar o país do acordo.
AS/efe/ard/rtr/afp
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.