Milhares protestam em repúdio à convenção da AfD na Saxônia
11 de janeiro de 2025
Mais de 10 mil pessoas participam de manifestação em pequena cidade do leste alemão contra a convenção nacional do partido ultradireitista. SPD confirma candidatura de Olaf Scholz e lança manifesto eleitoral.
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Milhares de pessoas participaram de uma manifestação contra o partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) na pequena cidade alemã de Riesa, no estado da Saxônia, durante a convenção da sigla que confirmou o nome da líder Alice Weidel como candidata à chefia de governo nas eleições de fevereiro na Alemanha.
Os organizadores do protesto contaram 12.000 manifestantes presentes e disseram que pessoas de cerca de 70 cidades teriam se deslocado até Riesa em mais de 100 ônibus. Segundo a polícia, 10.000 pessoas participaram do protesto.
A convenção da AfD é parte da campanha do partido para as eleições federais de 23 de fevereiro, convocada após o colapso do governo de coalizão do chanceler federal, Olaf Scholz.
A manifestação atrasou o início da convenção durante algumas horas. Segundo a organização, um pequeno grupo realizou um bloqueio de uma estrada próximo ao local do evento. Os manifestantes também bloquearam temporariamente as entradas do local da convenção
Um helicóptero e drones estavam sendo usados nas operações policiais para controlar o protesto. Os confrontos entre manifestantes e agentes de segurança deixaram seis policiais com ferimentos leves, informou a polícia em suas redes sociais. Segundo relatos, policiais usaram sprays de pimenta para conter os manifestantes.
As pesquisas de opinião indicam que a AfD estaria prestes a se tornar a segunda maior força no Bundestag (Parlamento alemão) após a votação.
AfD acusa manifestantes de serem "antidemocráticos"
Na convenção, Weidel disse que a AfD planeja "derrubar todas as turbinas eólicas" e recolocar as usinas nucleares em funcionamento, assim como o gasoduto Nord Stream, através do qual a Alemanha importava gás natural vindo da Rússia até o inicio da guerra na Ucrânia.
Ela disse que o partido quer enviar a mensagem de que as fronteiras da Alemanha estão "fechadas" e planeja realizar deportações "em larga escala" se assumir o poder.
O colíder do AfD, Tino Chrupalla, agradeceu à polícia por seus esforços e acusou os manifestantes de comportamento "antidemocrático".
A Saxônia e vários outros estados no leste da Alemanha são vistos como redutos do AfD. Nas eleições federais de 2021, o partido ficou em primeiro lugar na Saxônia com 24,6% dos votos, enquanto a legenda tradicional conservadora União Democrata Cristã (CDU) ganhou 17,4%.
Em setembro do ano passado, a AfD foi o partido mais votado nas eleições regionais nos estados da Saxônia e da Turíngia, ambos no leste do país. Ainda assim, não conseguiu formar uma coalizão de governo devido à rejeição de todos os demais partidos.
O Partido Social-Democrata (SPD) confirmou oficialmente neste sábado o chanceler Olaf Scholz como seu principal candidato às eleições de fevereiro. Ele já foi nomeado pela Executiva do partido no final de novembro, mas ainda precisava da aprovação dos delegados.
Os delegados também aprovaram por unanimidade um manifesto eleitoral de mais de 60 páginas, no qual o partido promete cortes de impostos, aumento do salário mínimo, pensões estáveis e maiores investimentos públicos.
No documento, o SPD apoia gastos com defesa de pelo menos 2% da produção econômica, em linha com a meta da Otan, e reformas no chamado "freio da dívida" da Alemanha, que impõe limites aos empréstimos do governo.
As entregas de armas para a Ucrânia devem continuar "com prudência e senso de proporção", de acordo com o programa do partido, que descarta a entrega dos mísseis de longo alcance Taurus solicitados por Kiev.
Sobre a questão da migração, o SPD afirma que está comprometido com "deportações rápidas e consistentes", especialmente de criminosos, mas ainda prefere o retorno voluntário de migrantes sem o direito de permanecer na Alemanha para seus países de origem.
rc (AFP, AP, DPA, EPD)
O mês de janeiro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: MATTHEW HINTON/AFP
Milhares protestam contra convenção da ultradireita na Alemanha
Mais de 10 mil pessoas participam de uma manifestação em uma pequena cidade do leste alemão contra a convenção nacional do partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD). A convenção é parte da campanha do partido para as eleições federais de 23 de fevereiro, convocada após o colapso do governo de coalizão do chanceler federal, Olaf Scholz. (11/01)
Foto: EHL Media/IMAGO
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