Milhares saem às ruas nos EUA em protesto contra Trump
18 de outubro de 2025
Sob o lema "No Kings", organizadores esperam bater recorde de público dos protestos de junho, que reuniram 5 milhões. Cidades na Europa também tiveram atos.
Mais de 2,6 mil atos foram convocados por cerca de 200 organizações em todos os 50 estados do paísFoto: Tom Hudson/ZUMA/picture alliance
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Milhares de pessoas saíram às ruas nos Estados Unidos neste sábado (18/10) para protestar contra o que consideram uma escalada autoritária do presidente Donald Trump, no que promete ser o maior protesto contra o republicano desde o início de seu mandato, em janeiro.
Mais de 2,6 mil atos foram convocados por cerca de 200 organizações em todos os 50 estados do país, sob o lema "No Kings" ("Não queremos reis"). Uma rodada anterior de protestos, em 14 de junho, tinha 2,1 mil atos programados e reuniu cerca de cinco milhões de pessoas, segundo os organizadores.
Esta é a terceira mobilização em massa desde o retorno de Trump à Casa Branca e ocorre em meio a uma paralisação do governo que já entrou em sua terceira semana. A paralisação, além de fechar programas e serviços federais, testa o equilíbrio entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e ameaça, segundo os organizadores, colocar o país na rota do autoritarismo.
O clima no país é de crescente tensão política também pela decisão de Trump de mobilizar militares em várias cidades governadas pela oposição democrata, sob o argumento de combater o crime e apoiar o trabalho dos agentes de imigração.
A pauta dos manifestantes é diversa. Eles se opõem às operações para prender imigrantes nas ruas, cortes na saúde, à presença de militares nas cidades e às modificações dos distritos eleitorais, feitas para tentar garantir uma vitória do Partido Republicano de Trump nas eleições de meio de mandato de 2026.
Times Square, em Nova York, também teve atos anti-TrumpFoto: Olga Fedorova/AP Photo/picture alliance
Protestos também na Europa
Entre os pontos mais emblemáticos de concentração dos manifestantes destacam-se a Times Square, em Nova York; o Capitólio, em Washington; e o centro de Chicago, onde nas últimas semanas foram registrados protestos contra operações para prender imigrantes irregulares.
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Também foram convocados protestos em cidades como Atlanta, Boston, Honolulu, Houston, Nashville, Nova Orleans, San Diego e San Francisco. Houve ainda algumas concentrações de solidariedade em cidades europeias, como Berlim, Paris e Roma.
Trump passa o dia em sua mansão privada de Mar-a-Lago, na Flórida, sem agenda oficial, e deve retornar a Washington só no domingo.
Até a publicação deste texto, os protestos transcorriam pacificamente. No entanto, vários líderes republicanos advertiram para possíveis distúrbios e o governador do Texas, Gregg Abbott, aliado de Trump, ordenou a mobilização da Guarda Nacional em Austin para prevenir atos violentos.
O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, disse que os protestos eram uma demonstração de "ódio contra os Estados Unidos", liderada, segundo ele, por simpatizantes do Hamas e membros do movimento antifascista (Antifa), declarado recentemente como grupo terrorista por Trump.
O nome do movimento "No Kings" alude à percepção de que o presidente age como um monarca e lembra que os Estados Unidos foram fundados em 1776 com base na rejeição ao poder absoluto de um soberano.
"Dizem que me comporto como um rei. Não sou um rei", afirmou Trump em uma entrevista à emissora Fox News veiculada na sexta-feira.
Trump sugeriu ainda que os democratas atrasaram as negociações para destravar o orçamento do governo, paralisado desde 1º de outubro, para incitar os protestos.
Já os democratas dizem pressionar por mais recursos para a saúde e acusam Trump de violar a Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão, por supostamente tentar calar vozes críticas ao seu governo – como quando a Casa Branca pressionou para cancelar o programa do comediante Jimmy Kimmel por zombar da reação republicana ao assassinato do ativista Charlie Kirk em setembro. O programa acabou voltando ao ar uma semana depois.
ra (EFE, AP, AFP)
O mês de outubro em imagens
Veja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Eyad Baba/AFP/Getty Images
Ibama autoriza Petrobras a explorar a Foz do Amazonas
A Petrobras obteve licença para prospectar petróleo em um poço localizado na bacia da Foz do Rio Amazonas. De acordo com a empresa, a sonda exploratória já se encontra na região e a perfuração está prevista para começar "imediatamente". Para críticos, a exploração trará impactos diretos ao meio ambiente. Ibama afirma que exigências ambientais foram atendidas. (20/10)
Foto: Panthermedia/IMAGO
Ladrões roubam joias "inestimáveis" do Louvre à luz do dia
Em ação espetacular que durou menos de dez minutos, criminosos invadiram museu parisiense usando um elevador de carga para acessar a Galerie d'Apollon, um salão abobadado na ala Denon que exibe parte das joias da Coroa da França. Grupo levou nove peças e fugiu de motocicleta. Um dos itens, uma coroa cravejada de diamantes e esmeraldas, foi recuperada na rua. (19/10)
Foto: Dimitar Dilkoff/AFP/picture alliance
Milhares saem às ruas nos EUA em protesto contra Trump
Com mais de 2,6 mil atos convocados em todos os 50 estados do país, cerca de 200 organizações chamaram americanos para protestar contra o que veem como uma escalada autoritária do presidente Donald Trump, sob o mote "No Kings" ("Sem reis"). Foi a terceira mobilização em massa desde o início do governo dele, desta vez em meio a uma paralisação do governo por falta de orçamento. (18/10)
Foto: Seth Harrison/Imagn Images/IMAGO
Trump e Zelenski se encontram na Casa Branca sob impasse sobre mísseis
O presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que seria prematuro fornecer a Kiev os mísseis americanos Tomahawk, frustrando a principal demanda levada pelo líder ucraniano, Volodimir Zelenski, a um encontro na Casa Branca. Segundo o americano, a guerra na Ucrânia poderia ser encerrada sem o emprego do armamento de longo alcance contra alvos no interior da Rússia. (17/10)
Foto: Win McNamee/Getty Images
Tumulto em velório do líder da oposição queniana deixa dois mortos
Duas pessoas morreram em Nairóbi depois que a polícia abriu fogo contra apoiadores que acompanhavam o velório do líder da oposição queniana, Raila Odinga, morto na quarta-feira. Agentes também lançaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão que acompanhava a cerimônia. Centenas ainda tentaram invadir o parlamento, onde o governo havia inicialmente programado uma visitação pública. (16/10)
Foto: Andrew Kasuku/AP Photo/picture alliance
Trump concede medalha póstuma a Charlie Kirk
O presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu postumamente ao ativista de direita Charlie Kirk a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honraria civil do país. Kirk foi morto a tiro em 10 de setembro passado durante um evento universitário no estado de Utah. A medalha foi entregue à viúva de Kirk, Erika, durante cerimônia nos jardins da Casa Branca. (15/10)
Foto: Kevin Dietsch/Getty Images
Hamas devolve mais 4 corpos a Israel, que limita ajuda a Gaza
Na Faixa de Gaza, a fome aflige mais de meio milhão de palestinos, mas caminhões com mantimentos ainda não foram autorizados a entrar no território na quantidade máxima prevista. O Hamas entregou mais quatro corpos de reféns mortos após Israel anunciar que limitará o fluxo de ajuda humanitária, afirmando que o plano de paz não está sendo respeitado pela organização islamista. (14/10)
Foto: Eyad Baba/AFP/Getty Images
Trump e líderes árabes assinam acordo de paz para Gaza
Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia assinaram uma declaração como garantidores do acordo de paz em Gaza, dias após o início da trégua entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. "Juntos, conseguimos o que todos diziam ser impossível. Finalmente, temos paz no Oriente Médio", disse Donald Trump em um discurso dirigido aos líderes internacionais reunidos no encontro, no Egito. (13/10)
Foto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance
Ajuda chega a Gaza após garantia de liberação de reféns
Grupos de ajuda humanitária intensificaram os esforços de socorro a Gaza, devastada por dois anos de guerra. Os envios foram autorizados após o Hamas confirmar que seguirá o cronograma de libertação de reféns. Diante do quadro de fome generalizada causado pelo bloqueio imposto por Israel, entidades se preparam para enviar cerca de 600 caminhões com alimentos e suprimentos médicos por dia. (12/10)
Foto: Stringer/REUTERS
Protestos pró-palestinos se espalham pela Europa
Manifestantes pró-palestinos marcharam por várias cidades da Europa no segundo dia de cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza. Milhares de pessoas ocuparam as ruas de Londres, Berlim e Viena. Em Berna, na Suíça, houve confrontos com a polícia. Em Tel Aviv, israelenses comemoraram o acordo de paz com gritos pró-EUA. (11/10)
Foto: Jaimi Joy/REUTERS
Palestinos iniciam retorno ao norte de Gaza após cessar-fogo
Dezenas de milhares de palestinos caminham rumo ao norte de Gaza para retornar às suas casas, após o exército israelense recuar de suas posições como parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, que entrou em vigor ao meio-dia (horário local). Um intenso bombardeio ainda foi registrado no território durante a manhã. A expectativa é que os reféns sejam libertados até segunda-feira. (10/10)
Foto: Eyad Baba/AFP
Milhares se reúnem para comemorar cessar-fogo em Gaza
Milhares de pessoas tomaram as ruas de Tel Aviv para comemorar o acordo que propõe colocar fim à guerra entre Israel e o grupo radical palestino Hamas. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ratificou o texto e deve recuar suas tropas. A expectativa é que 20 reféns israelenses sejam devolvidos até segunda-feira. (09/10)
Foto: Ilia Yefimovich/dpa/picture alliance
Israel e Hamas firmam 1ª fase do acordo de paz em Gaza
Representantes de Israel e do grupo islamista Hamas concordaram com a primeira fase do plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê um cessar-fogo no conflito na Faixa de Gaza. A resolução prevê a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos (08/10).
Foto: Hassan Jedi/Anadolu Agency/IMAGO
Guerra entre Israel e Hamas completa dois anos
Em 7 de outubro de 2023, combatentes do Hamas realizaram um ataque-relâmpago contra Israel, matando quase 1,2 mil pessoas e sequestrando outras 251. Reação israelense deu início à guerra na Faixa de Gaza, onde, depois de dois anos, mais de 66 mil palestinos morreram em meio ao conflito, segundo Ministério da Saúde local administrado pelo Hamas. (07/10)
Foto: Chris McGrath/Getty Images
Premiê da França renuncia após menos de um mês no cargo
O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu apresentou sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron, que a aceitou, após a oposição ameaçar derrubar o novo governo. A renúncia inesperada e sem precedentes aprofunda ainda mais a crise política na França, causada pela falta de uma maioria para Macron na Assembleia Nacional. (06/10)
Foto: Eliot Blondet-Pool/SIPA/picture alliance
Síria realiza a primeira eleição pós-ditadura
Após mais de 50 anos de ditadura e uma década de guerra civil, a Síria realizou suas primeiras eleições parlamentares. Mas o processo de votação está longe de ser simples – e está repleto de controvérsias e polêmicas. Nem todos os sírios foram às urnas. Também não houve partidos políticos. Os votos foram emitidos por vários comitês, razão pela qual a eleição é descrita como "indireta". (05/10)
Foto: Mahmoud Hassano/REUTERS
Japão prestes a eleger a primeira mulher para comandar o país
O Partido Liberal Democrático (PLD), que governa atualmente o Japão, escolheu a conservadora linha-dura Sanae Takaichi como líder da legenda, abrindo caminho para ela se tornar a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra do país. (04/10)
Foto: Kim Kyung-Hoon/POOL/AFP/Getty Images
Nos 35 anos da reunificação, Merz pede união frente a autocracias
No dia em que a reunificação da Alemanha completa 35 anos, o chanceler federal Friedrich Merz fez um apelo por união em meio a mudanças na ordem econômica mundial e à ascensão de autocracias. "Vamos fazer um esforço conjunto por uma nova união em nosso país", disse em Saarbrücken, falando a uma plateia que incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron. (03/10)
Foto: Jean-Christophe Verhaegen/AFP
Ataque perto de sinagoga deixa 2 mortos no Reino Unido
Duas pessoas morreram e três ficaram feridas após um agressor dirigir contra um grupo de pedestres e esfaquear um segurança próximo a uma sinagoga em Manchester, na Inglaterra. O incidente ocorreu no Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico. O primeiro-ministro britânico Keir Starmer ordenou que a segurança de sinagogas em todo o Reino Unido seja reforçada. (02/09)
Foto: Peter Byrne/PA/AP Photo/picture alliance
Israel intercepta flotilha humanitária rumo a Gaza
A flotilha internacional que transportava ajuda humanitária e cerca de 500 ativistas de vários países rumo à Faixa de Gaza, incluindo a sueca Greta Thunberg e um grupo de brasileiros, foi interceptada por navios militares israelenses. O Ministério do Exterior de Israel disse que "Greta e seus amigos estão seguros e saudáveis" e foram levados para um porto em Israel. (01/10)