1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Milhares voltam às ruas na Alemanha contra medidas anticovid

18 de dezembro de 2021

Manifestantes protestaram contra exigência de passaporte vacinal, imunização de crianças e a imposição de possível vacinação obrigatória. Maior protesto ocorreu em Hamburgo, reunindo cerca de 8 mil pessoas.

Muitas pessoas usando roupas de frio. Elas usam máscaras de proteção.
Manifestantes foram obrigados a usar máscara em HamburgoFoto: Fabian Bimmer/REUTERS

Milhares de pessoas que se opõe à vacinação contra a covid-19 e às políticas do governo alemão para conter a pandemia voltaram às ruas neste sábado (18/12) para protestar em várias cidades alemãs.

O maior protesto ocorreu em Hamburgo, onde cerca de 8 mil pessoas estavam inscritas para participar do evento, sob o lema "Tirem as mãos de nossas crianças".

A vacinação na faixa etária de 5 a 11 anos começou esta semana na Alemanha, mas alguns pais ainda estão céticos. Os antivacinas também protestam contra uma possível introdução de imunização obrigatória no próximo ano e a exigência do passaporte vacinal para acessar vários lugares, como lojas, cinemas e restaurantes.

A polícia bloqueou várias ruas importantes do centro de Hamburgo. De acordo com um regulamento que entrou em vigor na sexta-feira, todos os manifestantes tiveram que usar máscaras, ao contrário das semanas anteriores.

"Minha criança não é seu super-herói, Pfizer", diz cartaz em protesto em HamaburgoFoto: Fabian Bimmer/REUTERS

Em Schwerin, capital do estado de Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, cerca de 1.900 pessoas se deslocaram pelo centro da cidade, segundo a polícia. Os organizadores afirmam que foram 2.300 participantes.

Os manifestantes carregavam cartazes com dizeres como "Pare com a loucura da vacinação" e "Ao Chanceler Scholz: Somos a linha vermelha". Segundo a porta-voz da polícia, havia muitas famílias com crianças. A cidade de Schwerin impôs aos organizadores a obrigação de garantir que o distanciamento fosse respeitado e os manifestantes foram "fortemente recomendados" a usar máscaras, segundo a polícia.

Em Düsseldorf, capital do estado da Renânia do Norte-Vestfália, cerca de 4.000 protestaram, segundo a polícia.

Em Düsseldorf, cerca de 4.000 participaram de atoFoto: INA FASSBENDER/AFP/Getty Images

Protesto proibido em Berlim

Em Berlim, apesar de proibido pela polícia pelo risco de os manifestante não respeitarem o distanciamento e uso de máscaras, um protesto em frente ao Portão de Brandemburgo que tinha cerca de 2.000 inscritos acabou reunindo algumas dezenas de pessoas, em meio a turistas que visitavam o local.

Em Dresden, cerca de 185 veículos participaram de uma carreata pelas ruas da cidade.

Também houve manifestações em algumas cidades da Baixa Saxônia e de Baden-Württemberg. Em Osnabrück, cerca de 1.900 protestaram sob o lema "os direitos básicos não são negociáveis".

Em Freiburg, cerca de 2.500 participantes eram esperados nos protestos e em Neumarkt, na Baviera, cerca de 1.500.

Na noite de sexta-feira, 360 policiais interrompera um protesto em Rathenow, no estado de Brandenburg, citando a falta de observação dos requisitos de uso de máscara.

Em Hanover, na Baixa Saxônia, o partido de ultradireita a Alternativa Pra Alemanha (AfD, na sigla em alemão) convocou uma manifestação no parlamento estadual sob o lema "Acabar com a loucura 2G - liberdade para o país e os cidadãos", reunindo cerca de 300 pessoas.

Passaportes falsos

A Alemanha tenta combater o crescimento dos casos de passaportes de vacina falsificados. Desde novembro, uma lei mais rígida está em vigor e o número de casos aumentou significativamente. Embora haja vacinas contra covid-19 amplamente disponíveis, muitos alemães se recusam a se imunizar.

Os escritórios de investigação criminal estaduais responsáveis ​​relataram pelo menos 6.543 investigações sobre fraude em carteiras de vacinação, de acordo com o portal de notícias "Business Insider". Autoridades afirmam que o número real de falsificações é muito superior ao divulgado, já que nem todos os escritórios de investigação criminal estaduais foram capazes de fornecer dados exatos.

De acordo com o site Our World in Data, da Universidade de Oxford, 69,62% dos alemães estão vacinados com duas doses, número bem abaixo de países da Europa ocidental, como Portugal (88,9%) e Espanha (80,8%).

Radicalização dos antivacinas

No início deste mês, negacionistas da pandemia desfilaram portando tochas em frente à casa da secretária da Saúde da Saxônia, provocando indignação nos políticos.

Na quarta-feira, a polícia alemã realizou buscas e apreendeu armas durante uma operação contra suspeitos de envolvimento em um suposto plano para matar o governador do estado da Saxônia, Michael Kretschmer, e outros políticos.

As operações foram realizadas em Dresden e Heidenau após ameaças de morte serem lançadas por grupos de céticos da vacina e negacionistas da pandemia.

Em Berlim, vários políticos, jornalistas e instituições receberam cartas com ameaças por defenderem um projeto de vacinação obrigatória, revelou a polícia da capital alemã, também nesta quarta-feira.

le (ots)