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Criminalidade

Militar é morto após cometer massacre na Tailândia

9 de fevereiro de 2020

Sargento matou o próprio comandante e depois abriu fogo em diferentes locais, antes de ser morto por policiais em cerco que durou horas. Ataque deixou ao menos 29 mortos e 57 feridos, a maioria em centro de compras.

Forças de segurança tailandesas resgatam pessoas em shopping
No shopping Terminal 21, atirador resistiu a um cerco policial durante toda a noiteFoto: Reuters/A. Perawongmetha

Um soldado tailandês matou ao menos 29 pessoas e feriu outras 57 durante um massacre que envolveu quatro localidades na cidade de Nakhon Ratchasima, no nordeste da Tailândia. O autor do ataque foi morto a tiros neste domingo (09/02) pelas forças de segurança do país.

A maioria das vítimas foi assassinada no shopping Terminal 21, onde o atirador resistiu a um cerco durante toda a noite com armas e munição roubadas de sua base militar.

A polícia identificou o autor como Jakrapanth Thomma, um sargento do Exército tailandês de 32 anos de idade. Autoridades do país suspeitam que a ação tenha sido consequência de um problema pessoal, um conflito de terras em que ele estaria envolvido. O porta-voz do Ministério da Defesa, Kongcheep Tantrawanit, por sua vez, qualificou o ataque como um "surto".

Tudo começou na tarde de sábado, quando ele matou a tiros o próprio comandante e uma familiar do comandante, após uma discussão sobre o suposto conflito de terras.

Em seguida, ele se dirigiu a uma base militar nos arredores da cidade, onde matou um guarda e roubou armas e munição, antes de fugir em um carro. O militar levava um arsenal de armas automáticas, entre elas uma metralhadora M60, além de um fuzil HK33.

Antes de chegar ao shopping, ele parou em um templo budista, onde abriu fogo e matou cerca de nove pessoas, incluindo um policial. Nesse momento, o soldado já estava sendo perseguido por forças de segurança.

Ele chegou ao centro de compras por volta das 17h30 (hora local), cerca de duas horas e meia depois de fazer suas primeiras vítimas. Ali, abriu fogo contra os clientes, que tentavam fugir do local em pânico.

"Foi assustador, porque eu podia ouvir os tiros. Esperamos muito tempo até a polícia chegar e nos ajudar. Foram muitas horas", contou Suvanarat Jirattanasakul, de 27 anos, com voz trêmula.

Centenas de pessoas foram retiradas do shopping em pequenos grupos pela polícia, enquanto agentes procuravam o atirador. "Ficamos assustados e corremos para nos esconder no banheiro", relatou Sumana Jeerawattanasuk, uma das pessoas resgatadas pelos policiais.

"Ele estava atirando para todos os lados, e seus tiros eram muito precisos", relatou sobreviventeFoto: Reuters/A. Perawongmetha

Nattaya Nganiem e sua família, por sua vez, tinham acabado de comer e estavam deixando o shopping quando ouviram tiros. "Primeiro eu vi uma mulher correndo histericamente do shopping. Depois um motociclista na frente dela simplesmente correu e deixou sua moto lá", contou ela, que fez um vídeo da cena em seu celular.

Outro sobrevivente disse à emissora local Amarin que o atirador estava "mirando as cabeças". "Ele estava atirando para todos os lados, e seus tiros eram muito precisos." Muitos morreram também fora do shopping, alguns em carros e outros caminhando nos arredores.

Pouco antes da meia-noite (hora local), a polícia anunciou que havia garantido a segurança de parte do shopping, mas que ainda buscava o atirador. Na manhã deste domingo, autoridades informaram em entrevista coletiva que o agressor havia sido morto a tiros.

"Foi um incidente sem precedentes na Tailândia", afirmou neste domingo o primeiro-ministro do país, Prayuth Chan-ocha, que se dirigiu à cidade de Nakhon Ratchasima e visitou feridos no hospital. "Espero que este seja o único e o último incidente, e que nunca aconteça novamente."

O autor do massacre fez uma série de postagens no Facebook antes e depois do ataque. "Ninguém pode escapar da morte", dizia uma mensagem. Outra perguntava: "Eu deveria desistir?" Em um post mais tarde, ele escreveu: "Eu já parei."

Antes do massacre, uma publicação criticava pessoas que enriquecem à base de trapaças. "Rico por trapacear. Tirar vantagem de outras pessoas. Eles pensam que podem gastar dinheiro no inferno?", questionava a mensagem em tailandês, citada por agências de notícias.

Horas mais tarde, o Facebook informou que removeu o perfil do suspeito. "Não há lugar no Facebook para pessoas que cometem esse tipo de atrocidade, nem permitimos que pessoas exaltem ou apoiem esse ataque", disse um representante da rede social em nota.

Violência armada não é inédita na Tailândia, onde armas de fogo podem ser obtidas legalmente, e muitos tailandeses possuem armas. Massacres como esse, contudo, são raros no norte do país.

EK/dpa/ap/efe/rtr

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