Militares e oposição acertam governo transitório no Sudão
5 de julho de 2019
Após meses de protestos e violenta repressão no país norte-africano, generais e líderes civis aceitam compartilhar o poder por um período de três anos, após o qual deverão ser realizadas eleições.
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Os militares e a oposição no Sudão chegaram a um acordo para estabelecer um governo transitório de poder compartilhado, após semanas de impasse e violentos protestos no país. A medida foi anunciada nesta sexta-feira (05/07) pelos mediadores da União Africana.
Os militares e o principal grupo de oposição, as Forças para a Liberdade e Mudança (FFC, na sigla em inglês), se revezarão no comando do chamado Conselho Soberano, que governará o país por um período de três anos e três meses, após o qual serão realizadas novas eleições.
O conselho será composto por cinco civis que representarão o movimento pró-democracia e cinco militares. O 11º membro será um civil escolhido por ambas as partes. Nos primeiros 21 meses, o governo transitório será presidido por um militar, que será sucedido por um civil, segundo comunicado.
O pacto sugere que houve concessões significativas por parte dos manifestantes, que anteriormente insistiam em um presidente civil para o Conselho Soberano. Em contrapartida, o acordo garantiu uma das maiores exigências da oposição: que os membros civis do gabinete sejam escolhidos independentemente da vontade dos generais.
"Asseguramos ao povo sudanês que esse acordo não excluirá nenhum grupo", afirmou Mohamed Hamdan Dagalo, vice-presidente do conselho militar que governa interinamente o país. A liderança do FFC afirmou que se tratar de "um passo essencial na direção certa para atingir os objetivos revolucionários".
O maior entrave para o acordo foi a questão de quem iria liderar o conselho, um militar ou um civil, o que teria sido resolvido pela proposta de poder compartilhado. Os dois lados prometeram investigar os atos de violência ocorridos recentemente no país, que resultou em dezenas de mortes.
Os militares tomaram o poder no Sudão após derrubarem o presidente Omar al-Bashir, que comandou a nação africana por três décadas, em meio a protestos em massa contra seu governo. A onda de protestos eclodiu em dezembro, desencadeada pela grave crise econômica no país, e resultou na queda de Bashir em abril deste ano.
Os manifestantes continuaram a sair às ruas mesmo após a deposição de Bashir, temendo que os militares se mantivessem no poder e continuassem com as políticas do ex-presidente.
O governo transitório de poder compartilhado entre militares e civis já havia sido acordado no final de abril. Mas, após a escalada dos protestos e a violenta repressão a uma manifestação no dia 3 de junho, que, segundo a oposição, resultou na morte mais de uma centena de pessoas, o Conselho Militar do Sudão cancelou o pacto e convocou eleições gerais no país, que deveriam ocorrer dentro de um período de nove meses.
A União Africana e a Etiópia intensificaram os esforços para que generais e opositores voltassem à mesa de negociações, o que ocorreu no início desta semana, após milhares de manifestantes saírem às ruas nas maiores cidades do país, nos maiores protestos desde os atos do dia 3 de junho. Ao menos 11 pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança, segundo os organizadores.
Depois de a notícia do novo acordo ser divulgada na manha desta sexta feira, muitos saíram as ruas em comemoração. Os líderes dos movimentos pró-democracia no Sudão exaltaram o novo acordo. "Hoje, nossa revolução venceu e brilha a nossa vitória", disse a Associação dos Profissionais Sudaneses, um dos grupos que liderou os protestos.
RC/ap/afp
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Desfile do 14 de julho destaca poderio militar
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Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Euler
Tirando consequências do massacre de Christchurch
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Foto: Getty Images/New Zealand Police
Turquia recebe sistemas de mísseis russos e gera alerta nos EUA
A Rússia iniciou a entrega dos sistemas avançado de mísseis S-400 para a Turquia, após a Ancara confirmar a aquisição em junho. A medida aumenta a perspectiva de possíveis sanções dos EUA contra um país aliado na Otan, e criam nova fissura na aliança militar dos países do Ocidente. Washington afirma que o equipamento militar russo não é compatível com os sistemas utilizados pela Otan. (12/07)
Reino Unido denuncia ação do Irã no Estreito de Ormuz
A Marinha do Reino Unido disse ter evitado que três embarcações paramilitares iranianas impedissem a passagem de um petroleiro britânico no Estreito de Ormuz. O episódio ocorreu no dia seguinte a um alerta feito pelo presidente iraniano, Hassan Rohani, sobre consequências após o Reino Unido aprender um petroleiro do país em Gibraltar na semana passada. (11/07)
Foto: picture-alliance/AP/UK Ministry of Defence
Câmara aprova com folga reforma da Previdência em primeiro turno
A Câmara aprovou, em primeiro turno, o texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC) que muda as regras do sistema previdenciário do Brasil. Dos 510 deputados presentes, 379 votaram a favor da proposta, e outros 131 votaram contra. O placar superou com folga os 308 votos necessários para aprovar a proposta, que deve passar por mais uma rodada na Casa antes de seguir para o Senado. (10/07)
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
França anuncia taxa ecológica sobre passagens aéreas
O governo francês anunciou uma taxa ecológica em todas as passagens aéreas de voos que partirem de aeroportos do país. A taxa entrará em vigor em 2020, e a arrecadação, estimada em 180 milhões de euros anuais, será destinada ao financiamento de projetos de transporte menos poluentes. (09/07).
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O Tribunal Penal Internacional considerou Bosco Ntaganda, ex-líder das Forças Patrióticas para a Libertação do Congo, culpado de 13 crimes de guerra e cinco contra a humanidade. As condenações incluem assassinato, estupro e alistamento de crianças-soldados na Grande Guerra da África, conflito que começou no contexto das tensões pós-genocídio em Ruanda e causou 3,8 milhões de mortes. (08/07)
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O time dos Estados Unidos manteve o título na Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019, ao vencer por 2 x 0 a campeã europeia Holanda no estádio de Lyon lotado. O primeiro gol, aos 15 minutos do 2º tempo, coube à capitã Megan Rapinoe (c.), cuja oposição aberta ao atual presidente de seu país tem atraído quase tanto a atenção da mídia quanto seus méritos de atleta. (07/07)
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O veleiro Alex aportou na ilha italiana de Lampedusa, apesar do veto do ministro do Interior do país. O pequeno barco de resgate leva a bordo 41 migrantes, salvos no Mediterrâneo. A ONG italiana Mediterranea - Saving Humans segue assim a linha da capitã alemã Carola Rackete, que atracou sem permissão depois de passar 17 dias no mar com 40 migrantes. Ameaçada de prisão, ela já foi liberada. (06/07)
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