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Militares turcos da Otan pedem asilo na Alemanha

28 de janeiro de 2017

Vários soldados turcos estacionados em bases da Otan requerem asilo às autoridades alemãs, segundo informações da mídia. A divulgação vem em momento complicado, uma vez que Merkel viaja na próxima semana para Turquia.

Foto: Reuters

Um grupo de 40 soldados turcos destacados em bases militares da Otan solicitou asilo na Alemanha, segundo informações divulgadas neste sábado (28/01) pela revista Spiegel e pela emissora de televisão pública alemã ARD.

Parte desses militares tem patente de oficiais, de acordo com essas fontes, que destacam a crescente pressão que isso representa para o governo da chanceler federal Angela Merkel, já que na próxima semana ela realizará uma visita de trabalho à Turquia, país aliado na Otan.

Dois dos militares turcos, cujas identidades não foram reveladas, disseram à revista que, caso sejam entregues à Turquia, correm risco de sofrer torturas na prisão. Eles estiveram estacionados na base da Otan em Ramstein, no sudoeste da Alemanha, e negam qualquer envolvimento com a tentativa de golpe de Estado do ano passado.

Segundo esses testemunhos, o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan realizou um expurgo dentro das Forças Armadas que nada tem a ver com supostos vínculos com os golpistas. "Os soldados afetados pelo expurgo têm algo em comum: são pró-Ocidente e defendem um Estado secular", afirmou um dos militares à revista.

A Spiegel cita fontes do governo da chanceler federal que apontam para a impossibilidade de repatriar esses soldados à Turquia, perante o perigo que então sejam mandados imediatamente para a prisão.

"As solicitações de asilo são, do ponto de vista legal, legítimas e não podem se prender a considerações de oportunidade política", declarou o presidente da Comissão de Relações Exteriores no Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão, Norbert Röttgen.

Dificuldades diplomáticas

O pedido de asilo dos militares vem dois dias depois de a Suprema Corte da Grécia ter negado a extradição de oito soldados turcos foragidos desde a tentativa fracassada de golpe de Estado do ano passado e acusados por Ancara de golpistas. Em resposta à decisão grega, autoridades turcas emitiram um mandado de captura para os oito militares.  

Além do pacto de refugiados com a União Europeia (UE), a Turquia também tem um acordo bilateral de repatriamento com a Grécia, que deverá ser revogado, afirmou na sexta-feira a emissora estatal turca TRT, citando o ministro do Exterior do país, Mevlut Cavusoglu.

A divulgação do pedido de asilo dos militares turcos na Alemanha vem em momento complicado, uma vez que Merkel na quinta-feira – um dia antes da cúpula da UE em Malta – viaja para negociações políticas na Turquia.

CA/dpa/efe

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