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CriminalidadeFrança

Militares voltam a defender intervenção na França

10 de maio de 2021

Em nova carta, ativos das Forças Armadas apoiam generais da reserva que alegaram suposto risco de guerra civil no país. Documento anônimo é publicado em revista de extrema direita.

Soldado em frente ao Louvre, em Paris
Signatários da carta teriam feito parte da operação SentinelleFoto: Getty Images/AFP/A. Jocard

Menos de três semanas depois de militares da reserva defenderem uma "intervenção" na França, um grupo da ativa publicou uma carta aberta afirmando que uma guerra civil está se formando no país, e pedindo que o presidente francês, Emmanuel Macron, tome alguma medida diante do "colapso" que a nação estaria enfrentando.

Apoiada até agora por 133 mil leitores, a carta anônima foi publicada na revista de extrema direita Valleurs Actuelle. O documento tem um tom semelhante a uma publicação atribuída a militares da reserva divulgada em 21 de abril, que tinha passado despercebida até a líder extremista de direita Marine Le Pen convidar os signatários a se unirem a ela nas eleições presidenciais de 2022. A atitude provocou várias críticas pela tentativa de politizar as Forças Armadas.

"Nossos superiores têm total razão. Vemos a violência nas nossas cidades", diz um trecho da nova carta. "Vemos que o ódio contra a França e sua história passa a ser norma", acrescenta o documento, endereçado a Macron e seus ministros.

O grupo de militares alega que, por supostamente ser "apolítico", consegue fazer uma análise "profissional" sobre a situação francesa. "Estamos falando da sobrevivência de nosso país", ressalta.

O documento ainda critica supostas concessões feitas ao islamismo pelo governo francês, e diz que, em algumas comunidades religiosas, a França "é apenas objeto de sarcasmo, desprezo ou ódio".

"Falta de coragem"

Ainda não está claro quem está por trás da nova carta e quantos militares apoiaram a iniciativa. Os autores afirmam que fazem parte de uma geração jovem de militares, dos quais muitos fizeram parte da operação Sentinelle, lançada no país após os ataques jihadistas de 2015.

A carta anterior gerou furor e repúdio na França, com a ministra das Forças Armadas, Florence Parly, prometendo punir o grupo de militares que assinou o documento.

Após a nova publicação, o ministro do Interior, Gerald Darmanin – um aliado próximo de Macron –, classificou o documento como "uma manobra grosseira", e acusou os signatários anônimos de falta de "coragem". Já o ministro francês de Economia e Finanças, Bruno Le Maire, acusou o grupo de assumir a retórica da extrema direita.

cn/ek (Efe, AFP)

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