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Ministra da Agricultura não pretende renunciar

(sv)18 de janeiro de 2002

Políticos da oposição exigem o afastamento de Renate Künast, alegando incompetência da ministra verde no caso do "escândalo do camarão".

Ministra alemã da Agricultura Renate KünastFoto: AP

A ministra alemã da Agricultura, Renate Künast (Partido Verde), revidou nesta sexta-feira as exigências da oposição democrata-cristã para que renuncie após o "escândalo do camarão", tornado público na última segunda-feira. "Sinto que estamos no caminho certo, ou seja, tomamos as devidas providências em relação aos funcionários envolvidos", afirmou Künast em Berlim, referindo-se às medidas tomadas em relação a dois chefes de departamento de seu Ministério, acusados de não terem encaminhado imediatamente às repartições de controle as informações sobre a ração animal contaminada.

Após uma sessão especial da Comissão Parlamentar para Defesa do Consumidor e Agricultura, deputados da União Democrata Cristã (CDU) haviam pedido a renúncia de Künast, alegando que ela não estaria em condições de controlar o "fluxo de informações" dentro de seu próprio Ministério. Künast chamou a possibilidade de renúncia de "absurda".

Políticos da CDU lembraram o escândalo envolvendo os ministros da Agricultura, Karl-Heinz Funke (SPD), e da Saúde, Andrea Fischer (Partido Verde), há cerca de um ano, afastados do cargo em função da crise da vaca louca. Funke e Fischer foram levados a renunciar depois de não terem sido informados adequadamente em seus ministérios sobre denúncias em relação à BSE.

Aparências

- O deputado Heinrich-Wilhelm Ronsöhr, da bancada democrata-cristã, levantou a suspeita de que Künast teria informado a opinião pública sobre o problema da ração animal contaminada com atraso, com o objetivo de evitar escândalos durante a Semana Verde, a Feira Internacional de Agricultura que acontece em Berlim. Künast tachou a suposição de Ronsöhr como "bobagem".

O deputado do Partido Liberal, Ulrich Heinrich, afirmou que é ainda necessária uma próxima sessão da Comissão Parlamentar, marcada para a próxima quarta-feira, antes de que sejam tomadas decisões sobre uma eventual renúncia da ministra.

Cloranfenicol

- O "escândalo do camarão" estourou no início da semana, quando foram divulgados casos de contaminação de ração animal no país, composta à base de restos de peixe.

Na última segunda-feira, foi divulgado que 27,5 toneladas de camarões importados da Ásia, tratados com o antibiótico cloranfenicol, não haviam sido eliminados como prevê a lei. Foram, ao invés disso, ilegalmente exportados para a cidade alemã de Cuxhaven, e aproveitados no preparo de ração animal à base de restos de peixes.

O camarão contaminado, misturado a outros componentes, resultou em mil toneladas de ração para aves e porcos, repassadas a sete empresas alemãs e a distribuidoras de 18 países europeus. O cloranfenicol, proibido na União Européia desde 1994, pode causar alterações no sangue e na visão.

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