Ministro alemão alerta contra "ressurgimento do ódio"
30 de setembro de 2018
Heiko Maas chama atenção para o perigo da ascensão do populismo de direita e de discursos racistas. Declaração é feita em evento na Itália lembrando massacre nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
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O ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Maas, alertou neste domingo (30/09) para o perigo do ressurgimento do "ódio e do racismo” na Europa. "Se em todo o mundo os populistas pregam nacionalismo e isolacionismo, então devemos trabalhar juntos por mais cooperação internacional, por mais liberdade, por mais respeito", disse Maas durante evento em Marzabotto, povoado italiano nos arredores de Bolonha.
No vilarejo, tropas da SS executaram um massacre contra civis tido como o pior ocorrido na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Entre 29 de setembro e 5 de outubro de 1944, soldados nazistas assassinaram centenas de pessoas da aldeia e de vilarejos vizinhos, incluindo mais de 200 crianças.
A chacina foi iniciada como retaliação por ataques de combatentes da resistência contra tropas nazistas.
Entre as vítimas da matança, estavam 316 mulheres e 216 crianças menores de 12 anos, algumas delas ainda bebês, de acordo com o site do município de Marzabotto.
Em um episódio do massacre, cerca de 200 pessoas que buscaram refúgio dentro de uma igreja, incluindo 50 crianças, foram abatidas pelos soldados nazistas.
Maas visitou um memorial em Marzabotto que lembra os mais de 770 civis mortos pelos alemães. Ele depositou uma coroa de flores no lugar, juntamente com o ministro do Exterior italiano, Enzo Moavero Milanesi.
A Itália entrou na Segunda Guerra Mundial como aliada da Alemanha nazista, mas trocou de
lado após a deposição do ditador fascista Benito Mussolini, em 1943. A queda de Mussolini foi seguida por sangrentos combates entre tropas aliadas, auxiliadas por combatentes da resistência, e as forças alemãs, apoiadas por soldados italianos ainda fiéis a Mussolini.
MD/afp/dpa
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Mais de 70 anos após o conflito mundial, estima-se que milhares de explosivos continuem escondidos em solo alemão. Todos os anos, peritos desarmam cerca de 5 mil bombas, além de toneladas de outras munições.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Bockwoldt
Caos no coração de Berlim
Uma bomba da Segunda Guerra Mundial provocou caos na movimentada região em torno da estação central de Berlim em 20 de abril de 2018. O artefato de 500 quilos foi encontrado por trabalhadores de uma construção na área. Cerca de dez mil pessoas tiveram que deixar suas casas. A estação ferroviária e partes do centro da cidade foram bloqueadas e evacuadas.
Foto: picture-alliance/dpa/Polizei Berlin
Megaoperação em Frankfurt
A maior operação para o desarmamento de uma bomba da Segunda Guerra Mundial na Alemanha ocorreu em Frankfurt. Mais de 60 mil pessoas – cerca de 8% da população da cidade – foram obrigadas a deixar suas casas em 3 de setembro de 2017. Muitos aproveitaram o tempo em museus ou foram ao centro de exposições da cidade, onde comida e sofás foram disponibilizados.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Arnold
Outras grandes cidades
Em maio de 2017, cerca de 50 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em Hannover para que especialistas desativassem ao menos cinco bombas encontradas numa obra. Dois meses antes, em Düsseldorf (foto), a descoberta de um artefato de 500 quilos levou à retirada de 8 mil moradores.
Foto: picture alliance/dpa/R.Weihrauch
Uma bomba no Natal
Em 2016, especialistas em Augsburg, no sul da Alemanha, precisaram agir em pleno Natal para desarmar uma bomba de quase duas toneladas. Após 12 horas de muito trabalho, o artefato foi neutralizado, e as cerca de 54 mil pessoas retiradas de suas residências puderam retornar.
Foto: picture alliance/dpa/S. Puchner
Em último caso, explodir
Em agosto de 2012, uma bomba aérea americana da Segunda Guerra precisou ser detonada em Munique, após falharem as tentativas de desativar o artefato de 250 quilos. As ondas de choque causadas pela explosão assistida destruíram fachadas e quebraram janelas. O mesmo ocorreu em 2017 em Oranienburg, no estado de Brandemburgo, que possui a maior concentração de bombas enterradas em solo alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
Trabalho arriscado
Em meados de 2010, no meio do processo de desarmar uma bomba em Göttingen, na Baixa Saxônia, o artefato acabou explodindo acidentalmente. Três especialistas morreram, e várias pessoas ficaram feridas. Anos antes, a detonação acidental de uma bomba aérea também deixou mortos na pequena cidade de Wetzlar. Apesar de raros, incidentes desse tipo já mataram 11 peritos desde 2000.
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Munição no fundo do mar
Artefatos explosivos da Segunda Guerra, como bombas e granadas, estão também no Mar Báltico, no Mar do Norte e em águas continentais da Alemanha. Estima-se que 1,5 milhão de toneladas dessas munições sigam debaixo d'água. Muitas foram despejadas pelos próprios alemães durante a guerra para que não caíssem nas mãos dos Aliados; outras foram jogadas no mar a mando das forças vitoriosas.
Alvo de muitos ataques aéreos durante a Segunda Guerra Mundial, Koblenz viu várias bombas serem desarmadas ao longo dos últimos anos. Os residentes da cidade precisaram deixar suas casas em 1999, 2011 e 2015 para que peritos pudessem fazer seu trabalho. Em dezembro de 2011, a desativação e detonação de uma série de artefatos no rio Reno levou à retirada de 45 mil pessoas.
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Grande evacuação em Ludwigshafen
Em 1997, uma mina aérea britânica de quatro toneladas foi encontrada na cidade de Ludwigshafen, ao sul de Frankfurt. A desativação do explosivo levou à maior evacuação da história pós-guerra até aquela época: 26 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.