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Virada na política americana

28 de abril de 2009

Convocada pelo presidente Obama, conferência internacional sobre clima marcou mudança dos EUA na política climática. Para ministro alemão, todavia, propostas norte-americanas ainda deixam muito a desejar.

Hillary Clinton anunciou mudança de atitude americanaFoto: AP

O encontro de dois dias terminou nesta terça-feira (28/04), em Washington, mas já na segunda-feira, pouco antes do início, o discurso da secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, deixou claro que, após anos de política de bloqueio, os Estados Unidos decidiram participar da luta mundial contra a mudança do clima.

Após o discurso de Clinton, o ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, saudou a nova política norte-americana. Em comparação com o governo Bush, a administração de Obama assumiu uma posição completamente nova quanto à proteção do meio ambiente, apontou Gabriel em Washington.

O ministro afirmou, todavia, que as medidas planejadas pelos EUA para reduzir sua emissão de gases do efeito estufa ainda ficam aquém das pretensões europeias. Em matéria de combate às mudanças climáticas, americanos e europeus viveriam "em dois mundos diferentes", afirmou o ministro alemão.

O encontro sobre energia e clima contou com a participação de representantes de 17 países industrializados e de países emergentes, como o Brasil, Rússia, China e África do Sul. Juntas, as nações presentes em Washington são responsáveis por 76% das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa.

Plano de ação significativo

Na segunda-feira, a secretária de Estado norte-americana conclamou a comunidade internacional a um plano de ação para reduzir as emissões gases-estufa. Clinton assegurou que a proteção ao clima é um ponto central da política de Relações Exteriores de Washington.

Sigmar Gabriel exigiu maior empenho dos EUA na proteção ao climaFoto: picture-alliance/ dpa

Em seu discurso, a secretária de Estado alertou que as mudanças climáticas são um perigo real para o mundo, requerendo medidas imediatas. Clinton garantiu que o presidente Obama e seu gabinete estão preparados para assumir esta tarefa.

Para Gabriel, que foi recebido de surpresa para uma curta conversa com o presidente Obama nesta segunda-feira, esta é a primeira oportunidade de travar "negociações substanciais". Pela primeira vez, os EUA estariam dispostos a assinar acordos internacionais, comprometendo-se a reduzir a emissão de gases-estufa. "O clima e o clima de negociações mudaram completamente", acresceu Gabriel.

Proposta de redução americana muito aquém da europeia

O novo governo dos Estados Unidos quer se distinguir da administração de George W. Bush, que se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto para proteção ao clima.

No entanto, apesar do clima de otimismo em Washington, o ministro Gabriel afirmou que ainda há muito a se fazer nos próximos sete meses, até a conferência mundial sobre o clima, a ser realizada em Copenhague, na Dinamarca, em dezembro próximo

O fórum sobre energia e clima em Washington funcionou como preparação da cúpula de Copenhague, que deverá debater o acordo sucessor do Protocolo de Kyoto, a expirar em 2012.

"Até quanto as nações industrializadas estão dispostas a reduzir as emissões de gases do efeito estufa? A ciência nos diz que seria necessária uma redução de 25% a 40%. A sugestão norte-americana está muito aquém disso", afirmou Gabriel.

Com vista à cúpula mundial sobre o clima em Copenhague, os Estados Unidos propuseram uma redução de 20% das emissões de gases poluentes até 2020, tomando como base o ano de 2005. A proposta da União Europeia é de reduzir pelo menos 20% até 2020, tendo como referência as emissões registradas no ano de 1990.

CA/dpa/dw

Revisão: Simone Lopes

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