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Ministro alemão da Economia insiste que saída da Grécia do euro não assusta

29 de julho de 2012

Philipp Rösler foi a público mais uma vez para falar da crise grega e repreender o governo em Atenas por não implementar as reformas prometidas – e voltou a comentar a polêmica permanência da Grécia na zona do euro.

Foto: picture-alliance/dpa

"Há muito tempo deixou de ser segredo que há dúvidas sobre a possibilidade de a Grécia cumprir com as reformas acordadas", disse o ministro alemão da Economia, Philipp Rösler, neste domingo (29/7) ao jornal Bild am Sonntag. "Não existe até hoje um comando para a aplicação de mudanças na economia", acrescentou. Rösler destacou que quase nada aconteceu em relação à prometida privatização de bens do Estado.

O presidente do conservador Partido Liberal Democrático (FDP) descartou, neste momento, novos pagamentos de ajuda ao país quase falido. Se a Grécia não cumprir o acordo firmado com os doadores internacionais, nenhuma ajuda adicional seria destinada.

O ministro da Economia e vice-chanceler federal causou polêmica com suas declarações na semana passada sobre "ter perdido o medo" de uma saída da Grécia da zona do euro. Ele foi acusado, tanto na Alemanha como no exterior, de profetizar o fracasso dos esforços para o resgate da Grécia.

Rösler defendeu seu polêmico comentário à rádio alemã na semana passada, em que disse que não tinha mais medo de uma saída da Grécia da zona do euro. Segundo ele, se o país ficar insolvente, cabe a Atenas decidir se permanece na moeda comum. "Eu só disse que a saída da Grécia do euro deixou de ser um horror – para muitos especialistas, para o FDP e para mim", afirmou Rösler.

Os temores sobre um efeito dominó depois da hipotética saída da Grécia da zona do euro foram descartados pelo ministro da Economia. "Há fortes argumentos contra essa possibilidade", disse ele. Primeiro, pela existência de mecanismos de resgate como o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Mas também porque países como Espanha, Itália, Portugal e Irlanda mostraram importantes reformas estruturais. "Os países que implementarem as reformas podem "contar com 100% de solidariedade", disse Rösler.

Philipp Rösler causou polêmica com suas declaraçõesFoto: dapd

Grécia à prova

No momento, inspetores internacionais analisam as finanças da Grécia, o implante dos impopulares cortes no orçamento e as reformas exigidas em troca do programa que tem impedido o país de ir à falência.

As autoridades gregas pediram mais tempo para implementar as medidas, mas a paciência dos credores está se esgotando rapidamente. Se o relatório dos inspetores, a ser divulgado em setembro, for negativo, Atenas pode parar de receber os empréstimos de resgate, tornar-se insolvente e ser obrigado a sair da moeda comum.

"As condições do programa de resgate já são bastante confortáveis. Eu não vejo onde possa haver mais concessões", disse o ministro alemão das Finanças, ao jornal Welt am Sonntag neste domingo.

FF/dap/afp/rtr

Revisão: Marcio Pessôa

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