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Islamismo

26 de junho de 2011

O ministro alemão do Interior se encontrou com líderes da comunidade muçulmana do país para discutir a prevenção do radicalismo entre jovens. Líderes muçulmanos e oposição criticaram foco dado ao evento.

Ministro alemão do Interior, Hans-Peter Friedrich
Ministro alemão do Interior, Hans-Peter FriedrichFoto: dapd

O ministro alemão do Interior, Hans-Peter Friedrich, pediu à comunidade muçulmana da Alemanha para que se esforce mais a fim de evitar a propagação do extremismo entre seus jovens. Em uma reunião com líderes muçulmanos em Berlim na sexta-feira (26/06), ele disse que as famílias precisam agir cedo para prevenir que seus jovens escolham o caminho do radicalismo.

"Nem as autoridades de segurança nem os cidadãos muçulmanos comuns podem fazer muita coisa depois que os jovens se tornam extremistas. É responsabilidade dos pais e do resto da família observar o que seus filhos estão fazendo e como seu comportamento está mudando", disse o ministro.

Friedrich, que é membro da União Social Cristã (CSU) da Baviera, convocou a reunião para discutir os riscos de crescimento do terrorismo dentro do país.

Inimigo comum

"Nós queremos combater o extremismo e o mau uso da religião juntos. Todos os cidadãos deste país, não importa de que orientação política ou religião, precisam ajudar na luta contra o radicalismo e o terror", complementou Friedrich.

Durante a reunião de três horas, Friedrich falou do jovem Arid Uka, de 21 anos, natural do Kosovo e criado na Alemanha, que matou dois aviadores norte-americanos no dia 2 de março, ao atacar um ônibus militar dos Estados Unidos no aeroporto de Frankfurt.

Friedrich disse que Uka foi radicalizado "não no ambiente clássico de uma mesquita ou de uma sociedade muçulmana, mas na internet".

Críticas da oposição

A oposição alemã condenou a reunião, dizendo que o governo corre o risco de estigmatizar todos os muçulmanos.

"Se quisermos isolar extremistas que são inclinados à violência, precisamos dar apoio aos muçulmanos moderados e fazê-los se sentirem bem-vindos na Alemanha", disse o líder do partido social-democrata Thomas Oppermann.

O chefe do Conselho Central de Muçulmanos na Alemanha, Aiman Mazyek, participou da reunião, mas se disse contra o foco dado ao evento. "Temos mais de 2,5 mil mesquitas e não há sequer uma dúzia de grupos marginais. Precisamos deixar claro que eles são um grupo cada vez menor, e que ao discutirmos sobre eles e exageramos sua importância e os deixamos mais fortes", alertou.

Mazyek aconselhou o governo a se esforçar mais para fazer os muçulmanos se sentirem em casa na Alemanha e promover campanhas contra a "islamofobia". Ele disse que a falta de integração na sociedade é a principal causa da radicalização de jovens muçulmanos.

Mazyek ressaltou também que os grupos muçulmanos já cooperam com o governo para prevenir o terrorismo e disse que os esforços não deveriam ser uma "via de mão única".

Autor: David Levitz (ff)
Revisão: Marcio Damasceno

Reunião enfocou prevenção ao radicalismo islâmicoFoto: dapd
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