Ministro alemão promete ajuda ao Peru
5 de março de 2002Na primeira estação de sua visita de cinco dias à América do Sul, o ministro do Exterior da Alemanha, Joschka Fischer, prometeu, em Lima, manter o nível da ajuda alemã ao desenvolvimento para o Peru. Apesar da concentração no Afeganistão e no Oriente Médio, a América Latina não pode ser esquecida, disse o político do Partido Verde, depois de ver um protesto barulhento de desempregados na frente do palácio presidencial e de ouvir promessas do presidente peruano, Alejandro Toledo, de combater a pobreza e a recessão, bem como superar vícios do regime ditatorial do seu antecessor Alberto Fujimori.
Toledo disse ao ministro alemão que vai reduzir os gastos militares e investir em projetos sociais e gerar empregos para beneficiar principalmente os mais pobres. Ele se qualificou como um guerreiro contra a miséria e disse esperar que países ricos como a Alemanha apoiem esses esforços.
Revolução suave
- O ministro Fischer destacou que as questões decisivas na América Latina são os direitos humanos e sociais, bem como o desenvolvimento econômico. Em comparação com o nível da violência cotidiana em países latino-americanos, como a Colômbia, o ministro alemão considerou que o Peru encontra-se num bom caminho.Para Fischer, o governo de sete meses do presidente Toledo já fez, depois do regime autoritário de Fujimori, o que na Europa se chamaria de "revolução suave". E o governo do chanceler federal, Gerhard Schröder, segundo ele, tem interesse em apoiar este curso em nível bilateral e no âmbito da União Européia, porque a América Latina é de importância cada vez maior.
País de esperança - Fischer qualificou o peru como "o país da esperança na América Latina". Por isso tem de continuar recebendo a ajuda alemã ao desenvolvimento de 1,5 bilhão por ano, o nível mais alto entre os países sul-americanos. A Alemanha é o quarto doador de recursos à região, depois dos Estados Unidos, Japão e Espanha. Fischer visitará a seguir o Chile e a Argentina.
Em sua conversa com o ministro alemão, o presidente peruano se queixou que, embora rico em matérias-primas, o Peru exporta apenas o equivalente a US$ 100 milhões enquanto as importações somam o dobro. O remédio para este desequilíbrio, segundo ele, seria o retorno dos investimentos estrangeiros que foram afugentados durante os dez anos da ditadura do seu antecessor Fujimori, atualmente foragido no seu país de origem, o Japão.