Ministro alemão questiona solução militar para Gaza
11 de maio de 2025
Em visita a Israel, o novo chefe das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, defendeu solução política para o conflito e rechaçou expulsão de palestinos ou ocupação permanente do território.
O Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, visitou o memorial do Holocausto Yad Vashem, em JerusalémFoto: GIL COHEN-MAGEN/AFP/Getty Images
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O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, afirmou neste domingo (11/05) que o conflito em Gaza não pode ser resolvido por meios militares. Durante uma visita a Jerusalém, ele defendeu que uma solução política deve ser encontrada para acabar com a guerra permanentemente e apelou para as partes aceitarem um acordo de cessar-fogo.
"Não acredito que esse conflito possa ser resolvido de forma permanente por meios militares", disse Wadephul. "No entanto, é urgentemente necessário que o Hamas seja desarmado e que não possa mais ter controle militar sobre Gaza."
Para ele, a campanha militar não garante a segurança de Israel. "É por isso que estamos apelando para um retorno às negociações sérias sobre um cessar-fogo."
No início desta semana, o gabinete de segurança de Israel aprovou um plano que previa a "conquista" de Gaza, e o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, disse que esperava que a população palestina ficasse confinada a apenas uma pequena faixa de terra nos próximos seis meses.
Segundo o ministro recém-empossado no cargo, a Alemanha fará o que for preciso para garantir a segurança de Israel. Contudo, argumentou que isso não significa isentar o governo israelense de críticas. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, disse que somente o Hamas é responsável pela guerra.
Os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 mataram 1.200 pessoas e 251 foram levadas como reféns. A campanha de Israel em Gaza matou mais de 52 mil palestinos, a maioria civis, de acordo com as autoridades de saúde administradas pelo Hamas.
Segundo um enviado de Washington a Israel, a Casa Branca mantém conversas com o grupo palestino Hamas e deve destravar uma proposta para retomada da entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Segundo a ONU, o bloqueio da distribuição de ajuda levou a um caos humanitário no território palestino, que enfrenta falta de alimentos e materiais médicos.
Já o Fórum Tikva, um grupo israelense que representa alguns parentes de reféns, criticou o plano americano, dizendo que a retomada da distribuição de ajuda humanitária deveria ser condicionada à libertação dos 59 prisioneiros do Hamas em Gaza.
Netanyahu ressalta cooperação com Alemanha
Ao se reunir com Wadephul, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel e a Alemanha têm "relações excelentes". "Temos muitos interesses comuns, muitos valores comuns e muitos desafios comuns", disse Netanyahu.
Espera-se que o relacionamento de Wadephul, membro do partido conservador União Democrata Cristã (CDU), com Netanyahu seja menos tenso do que o de sua antecessora, Annalena Baerbock, que entrou em maior embate com o governo israelense por causa do bloqueio de ajuda a Gaza.
Wadephul também vai se encontrar com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammed Mustafa, em Ramallah, na Cisjordânia.
gq (reuters, dpa, dw)
O mês de maio em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
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O braço armado do Hamas informou que libertou o soldado israelense-americano Edan Alexander, de 21 anos, que havia sido mantido como refém em Gaza desde 7 de outubro de 2023. A libertação ocorreu "após contatos com a administração dos EUA, no âmbito dos esforços dos mediadores para chegar a um cessar-fogo", disse a organização terrorista palestina em comunicado (12/05).
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Primeira bênção dominical do papa Leão 14
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Macron, Merz, Starmer e Tusk visitam Kiev
Os líderes do Reino Unido, Keir Starmer, da França, Emmanuel Macron, da Alemanha, Friedrich Merz, e da Polônia, Donald Tusk, se encontraram com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Kiev, uma demonstração conjunta de apoio à Ucrânia. A visita ocorre um dia após o presidente russo, Vladimir Putin, receber aliados no evento que marcou os 80 anos do fim da Segunda Guerra em Moscou. (10/05)
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O papa Leão 14 celebrou sua primeira missa após ter sido escolhido como o novo líder da Igreja Católica. O missionário agostiniano retornou à Capela Sistina, onde ocorreu o conclave, para celebrar a missa na presença dos cardeais. Na homilia, disse que foi eleito para que a Igreja possa ser um "farol" para iluminar as regiões do mundo onde haja falta de fé. (09/05)
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Cardeal americano Robert Prevost é eleito novo papa
O conclave elegeu o cardeal americano Robert Prevost, de 69 anos, como o 267º papa da Igreja Católica. Missionário agostiniano, ele é o primeiro pontífice nascido nos EUA da história. Em seu primeiro discurso aos fiéis, homenageou o papa Francisco, pediu construção de pontos e paz a todos os povos. (08/05)
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Começa o conclave que irá eleger o novo papa
Cardeais de todo o mundo estão reunidos no Vaticano para eleger o próximo líder da Igreja Católica.133 cardeais de 71 países estão aptos a votar no maior e mais geograficamente diverso conclave em 2 mil anos de história. Ao fim do primeiro dia, fumaça preta na chaminé da Capela Sistina indicou que não houve consenso em torno de um novo nome. (07/05)
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Trabalhadores ao redor do mundo protestam no 1º de Maio
Redução de jornada, garantia de direitos e melhoria do ambiente de trabalho foram algumas das reivindicações de manifestações em todo o mundo no Dia do Trabalhador, como nesta em Daca, capital de Bangladesh. A data remonta ao início de uma greve em Detroit ocorrida em 1886, que resultou na prisão e morte de trabalhadores. (01/05)