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Ministro da Defesa "é um pato manco"

(ef)13 de março de 2002

Um dia depois de um relatório oficial atestar que a tropa alemã está mal equipada e sobrecarregada, o ministro da Defesa, Rudolf Scharping, é xingado de "pato manco".

Willfried Penner constata sobrecarga, insatisfação e insegurança na tropa alemã.Foto: AP

O ministro da Defesa da Alemanha, Rudolf Scharping, está politicamente incapacitado de agir, segundo a Federação das Forças Armadas. O presidente da organização de cúpula da tropa alemã, Bernhard Gertz, disse, em Berlim, nesta quarta-feira, que quando chama Scharping de "pato manco" está apenas descrevendo a sua atuação política muito limitada.

O ministro social-democrata não conta mais com o apoio do governo nem do seu partido (SPD), disse o coronel Gertz. Assim como a oposição conservadora, o militar espera a substituição de Scharping no Ministério da Defesa para depois das eleições de um novo Parlamento e do governo, em 22 de setembro.

O motivo da nova ofensiva contra o ministro da Defesa e membro mais criticado do gabinete do chanceler federal Gerhard Schröder é o relatório do encarregado do Parlamento para questões militares, Willfried Penner, apresentado nesta terça-feira (12). Ele aponta consideráveis deficiências nas Forças Armadas (Bundeswehr). Muitos equipamentos são mais velhos do que os soldados. Baseado em 5 mil queixas que colecionara em 2001, Penner constatou que os militares alemães estão mal equipados e se sentem duplamente sobrecarregados com as ações no exterior - como no Afeganistão e nos Bálcãs – e a reforma das Forças Armadas.

Extrema-direita

- O relatório apresenta, porém, um dado positivo: o número de delitos da extrema-direita, por motivos racistas, xenófobos e anti-semitas, diminuiu levemente em 2001 em relação ao ano anterior. No ano passado foram registrados 186 casos de expressões racistas e xenófobas acompanhadas de uso da violência e pichação de slogans, produção e escuta de músicas com textos do gênero.

Dúvidas

- A tropa alemã se queixa de limitações em sua capacidade de ação e parece estar perdendo a confiança em seus superiores, segundo o relatório. E o seu autor acrescenta: Soldados questionam o sentido de uma ação prolongada nos Bálcãs, criticam informações que recebem tarde demais sobre a missão no Afeganistão e não se identificam mais com o seu serviço. Onze anos depois da unificação alemã, o encarregado do Parlamento para questões militares criticou os soldos mais baixos pagos aos militares da região da ex-República Democrática Alemã, a RDA comunista.

Insegurança

- Soldados que integram a tropa internacional de paz em Cabul reclamaram também que as medidas de segurança na capital afegã são insuficientes. Eles não dispõem de tanques com serviço de alto-falante e por isso são confundidos com soldados russos. Estes são malvistos pela população, porque a Rússia travou uma guerra de anos no Afeganistão.