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Ministro da Defesa admite que criminosos podem migrar do Rio

22 de fevereiro de 2018

Raul Jungmann afirma que possível fuga de criminosos, devido à intervenção federal, causa preocupação. Governo anuncia aumento no controle em rodovias para evitar migração.

Raul Jungmann
Jungmann diz que plano detalhado da intervenção será apresentado na próxima semanaFoto: Imago/Agencia EFE

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira (22/02) que, com a intervenção federal, a migração de criminosos do Rio de Janeiro para outros estados é "plausível" e causa preocupação.

"Acho que é plausível, porque essa migração ocorre, por exemplo, dentro do Rio de Janeiro, ocorre dentro de Pernambuco, ocorre dentro de Goiás. Onde você há uma eficácia maior das forças de segurança, o crime certamente migra. Essa é uma preocupação que temos que ter e temos que cuidar para que ela não se corporifique", disse o ministro ao ser questionado por jornalistas.

Leia mais: "Intervenção atesta falência de instituições democráticas"

Jungmann anunciou ainda que o general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor na área de segurança pública do Rio de Janeiro, deve apresentar na próxima semana o plano detalhado de ação no estado.

O ministro fez as declarações após participar de um almoço com comandantes das Forças Armadas que contou também, pela primeira vez, com a presença do presidente Michel Temer. Jungmann afirmou que a intervenção federal do Rio não foi tema no encontro, que tratou do orçamento de 2018.

Controle nas rodovias

Diante a possibilidade de migração de criminosos, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, se reuniu com os secretários de Segurança Pública de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, que são vizinhos do Rio de Janeiro, para traçar estratégias para evitar essa fuga.

Entre as medidas, Jardim anunciou o aumento do controle nas rodovias. O ministro afirmou que as polícias rodoviárias estadual e federal poderão agir em conjunto em vias estratégicas como a Fernão Dias e Dutra. 

"Vão apenas abordar veículos suspeitos, sempre por amostragem, não haverá perturbação", destacou Jardim e acrescentou que a medida visa conter o fluxo financeiro e a chegada de munições. As fronteiras com Argentina, Paraguai, Bolívia, Colômbia e Peru terão reforço na segurança para evitar a entrada no país de drogas e armamentos.

No encontro em São Paulo, que durou cerca de duas horas, foi estabelecido um protocolo de intenções, com medidas que ainda serão implementadas. Segundo Jardim, haverá cooperação política, financeira e operacional entre os estados e a União. "A eficiência será maior se trabalharmos todos juntos", declarou. 

Diferente do ministro da Defesa, os secretários estaduais de Segurança Pública ressaltaram que a iniciativa é apenas preventiva e que não estão preocupados com a fuga de criminosos do Rio de Janeiro, pois, segundo eles, repressões ao tráfico de drogas em situações anteriores não provocaram migrações para outros estados. 

CN/abr/ots

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