Ministro defende ideia de "cultura dominante" na Alemanha
30 de abril de 2017
Thomas de Maizière expõe plano para uma "Leitkultur", a ideia de estabelecer valores predominantes para o país. Para ministro do Interior, isso ajudaria migrantes a integrar-se; para críticos, isso limitaria a imigração.
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Em artigo publicado na edição do jornal alemão "Bild", deste domingo (30/04), o ministro do Interior em Berlim, Thomas de Maizière, expôs seu plano sobre a questão controversa de promover uma cultura dominante na Alemanha, dizendo querer iniciar um debate público sobre o assunto.
Em sua contribuição ao jornal como convidado, De Maizière defendeu a ideia de promover uma cultura dominante na Alemanha, afirmando que o fortalecimento de valores definidos sob tal "Leitkultur" ("cultura dominante", "cultura guiadora") acabaria por criar uma tolerância maior no país.
"Com minhas teses, pretendo fazer um convite para uma discussão sobre uma 'Leitkultur' para a Alemanha", escreveu o ministro no diário, afirmando ainda que quem se sentir seguro em sua própria cultura seria "forte". O mais importante, ressaltou De Maizière, é o respeito à dignidade humana.
O ministro listou um total de dez pontos que, em sua opinião, fazem parte de uma "Leitkultur" alemã, como, por exemplo, hábitos sociais: na Alemanha, cumprimenta-se com um aperto de mãos; mostra-se o rosto e se diz o nome. "Nós não somos burca", salientou o político conservador. Pertencem também a essa "cultura dominante" o conhecimento geral, a meritocracia, o legado da história alemã com uma relação especial com Israel e a riqueza cultural.
Críticos da ideia de "Leitkultur" argumentam, no entanto, que isso serviria, entre outros, para o propósito de limitar a imigração, ao rejeitar aqueles que não conseguirem se adaptar. Os opositores da ideia afirmam que essa procura por um núcleo de valores levaria, automaticamente, a choques culturais, com tal "cultura dominante" sendo tratada como inerentemente superior às culturas nativas dos migrantes.
Nos últimos 15 anos, a questão da "Leitkultur" tem feito parte de um debate social e político na Alemanha. Defendida principalmente pelos partidos conservadores da União CDU/CSU (União Democrata Cristã/União Social Cristã), a ideia defende o ponto de vista de que os imigrantes na Alemanha devem se adaptar a um conjunto de valores estabelecidos. Outras legendas, como o Partido Verde ou o Partido Social-Democrata (SPD), rejeitam a proposta.
Os comentários de De Maizière vêm em meio ao início da campanha eleitoral para as eleições legislativas previstas para setembro próximo na Alemanha.
CA/dpa/kna/rtr
Dez regras dos restaurantes na Alemanha
Da leitura conjunta do cardápio à Coca-Cola sem gelo e às gorjetas no banheiro. Confira dez particularidades que você deve conhecer antes de ir a um restaurante alemão.
Foto: karuka/Fotolia
Sente-se com desconhecidos
Nos restaurantes alemães, você provavelmente não será recebido por um funcionário sorridente, que segura um cardápio à porta. O lado bom disso é que é possível escolher a própria mesa. Em pequenos cafés, sentar-se com desconhecidos é comum, portanto, não fique surpreso se um estranho se juntar à sua mesa, especialmente se você estiver sentado sozinho.
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Divida o cardápio
Já que não há "escolta" até a mesa, pode também não haver ninguém para trazer um cardápio. Normalmente, há um ou dois sobre a mesa, e, quase sempre, há menos cardápios do que cadeiras. Portanto, se você for jantar com amigos, é bem possível que seja necessário ler as opções em conjunto.
Foto: Fotolia/Tatyana Gladskih
Não espere atendimento personalizado
Não pense que um atendente irá parar ao lado da mesa assim que você se sentar. Talvez seja necessário, primeiramente, dar uma boa olhada em volta até que haja contato visual suficiente para que você possa fazer o pedido. Geralmente, não há um funcionário específico para cada mesa.
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Não vá com sede
Não há bebida de graça nos restaurantes alemães. Ao contrário de estabelecimentos em outros lugares do mundo, é preciso pagar até mesmo por água, com ou sem gás. E fique atento: a água custa pelo menos o mesmo que uma cerveja.
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Pense antes de tocar
Em muitos restaurantes, pão acompanha a refeição, mas a cesta não é reposta depois de esvaziada. No sul da Alemanha, pretzels e vários tipos de pães costumam ser dispostos sobre as mesas, mas cuidado: o garçom costuma contar exatamente o quanto foi consumido. Por isso, uma inocente mordida poderá aumentar a conta.
Foto: cmfotoworks/Fotolia
Aprenda a língua do garfo
Se a refeição foi finalizada há meia hora, mas o prato continua sobre a mesa, é provável que você não fale a "língua do garfo". Colocar os talheres na posição 3 ou 4 horas (pense nos ponteiros do relógio) significa que você está satisfeito. Também é um sinal de que seus companheiros de mesa podem roubar o que sobrou no seu prato.
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Não espere gelo na bebida
Cubos de gelo são uma raridade, mesmo para bebidas como Coca-Cola ou Sprite. De acordo com a sabedoria popular, não é saudável consumir líquidos não alcoólicos com temperatura abaixo da ambiente. Enquanto Coca, água com gás, sucos e outras bebidas são servidas mornas, pode ter certeza de que a cerveja estará na temperatura correta — ao menos para o gosto dos alemães e sem cubos de gelo, é claro.
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Leve moedas ao banheiro
Depois de tomar Coca-Cola quente, é muito provável que você precise ir ao banheiro. Não fique surpreso ao ver uma pessoa vestindo um jaleco branco perto de um prato cheio de moedas. Ela está lá para limpar o banheiro e, por isso, espera uma pequena gorjeta, independentemente de quanto custou a comida. Não se esqueça de colocar uma moeda de 50 centavos no bolso antes de deixar a mesa.
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Prepare-se para dar sua opinião
Os garçons alemães são treinados para perguntar sobre a satisfação do cliente quando tiram a mesa. Pode parecer não muito prático, uma vez que o jantar já terminou e nada mais pode ser feito para melhorá-lo. A resposta correta para "estava tudo em ordem?" é "bom". Se você responder "horrível", esteja preparado para receber um mero e educado aceno com a cabeça em troca.
Foto: picture-alliance/dpa
Cuidado com as gorjetas
Num país estrangeiro, a hora da gorjeta pode levar turistas a cometer gafes. Na Alemanha, a conta geralmente é arredondada. Destinar 5% a 10% do valor total é praticamente uma regra. Por uma refeição que custa 36,40 euros, é normal pagar 38 euros, caso você esteja satisfeito com a comida e o serviço, 39, se você precisar de um euro para o banheiro, ou 40, se você não quiser carregar o troco.