Ministro palestino pede tropa de paz
18 de abril de 2002O ministro palestino da Cooperação Internacional, Nabil Shaath, pediu a ação de uma tropa de proteção internacional, depois de conversar com o ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, em Berlim, nesta quinta-feira (18). "É desejável uma tropa internacional de proteção como terceiro partido no conflito", disse o ministro palestino.
O ministro alemão confirmou que apóia todo tipo de iniciativa política que acabe com a escalada da violência, mas não quis comentar uma possível participação de soldados alemães na tropa de paz. "A discussão seria desnecessária e geraria equívocos", esquivou-se Fischer. Mas ele admitiu que um terceiro partido, liderado pelos Estados Unidos, tem de exercer um papel importante numa solução de paz duradoura entre israelenses e palestinos.
Uma eventual presença militar alemã no conflito é muito polêmica, por causa do extermínio de seis milhões de judeus na Europa pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. O governo alemão defende tanto o direito de existência e segurança do Estado de Israel, quanto a criação de um Estado palestino independente.
Os dois ministros exigiram, mais uma vez, a retirada imediata das tropas israelenses dos territórios ocupados. O alemão, que já tentou em vão mediar um cessar-fogo no Oriente Médio, esclareceu que conversara com o seu colega palestino sobre os passos que devem ser dados após o fim da fracassada missão do secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, nesta quarta-feira. "O decisivo agora é uma retirada de Israel dos territórios ocupados", disse Fischer.
O ministro alemão exigiu de Israel, ao mesmo tempo, garantia de livre acesso das ONGs de ajuda humanitária aos territórios palestinos. "As organizações de ajuda têm de poder retomar o seu trabalho lá e é importante que a comunidade internacional ajude as partes em conflito de forma enérgica", destacou o chefe da diplomacia alemã.
Assim como a União Européia, o governo de Berlim não acha que a missão de Powell no Oriente Médio fracassou, embora não tenha conseguido um cessar-fogo, nem a retirada das tropas palestinas dos lugares que ocuparam durante a operação "Muro Protetor", nas últimas duas semanas. O mais importante, segundo ele, é que os EUA se engajaram no conflito, no mais alto nível, e que o secretário de Estado anunciara que quer voltar ao Oriente Médio em algumas semanas.