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Crise da dívida

21 de outubro de 2011

Autoridades da UE se reúnem no fim de semana para encontrar uma saída para a crise da dívida que ameaça a moeda única. Ministros de Finanças do Eurogrupo aprovam nova parcela de 8 bilhões de euros para resgate da Grécia.

Merkel e Sarkozy: divergências podem travar decisões no fim de semana
Merkel e Sarkozy: divergências podem travar decisões no fim de semanaFoto: dapd

A ampliação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e o corte parcial da dívida grega são temas de discórdia na maratona de reuniões das autoridades europeias em Bruxelas.

Nesta sexta-feira (21/10), os ministros das Finanças da zona do euro iniciaram as discussões que prosseguem neste sábado com os colegas de pasta dos demais países-membros da União Europeia (UE). A cúpula dos chefes de Estado e governo da UE acontece no domingo.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, declararam durante a semana que os líderes devem discutir uma solução global para a crise no domingo, mas que nenhuma decisão seria adotada antes de um segundo encontro que deve acontecer na próxima quarta-feira (26/10).

A Grécia, todavia, pode dormir aliviada. Na noite desta sexta-feira, os ministros de Finanças da zona do euro aprovaram a liberação da parcela de 8 bilhões de dólares do pacote de resgate da Grécia. Já em meados de novembro, Atenas poderá receber o dinheiro.

Na declaração final do encontro, os ministros de Finanças do Eurogrupo afirmaram também que um segundo pacote de resgate será necessário para evitar a falência da Grécia. O novo pacote será discutido no encontro de cúpula da UE, a se realizar no domingo.

Impasses

Apesar das contínuas negociações entre representantes da França e da Alemanha – as maiores economias da zona do euro –, nesta sexta-feira, não houve qualquer avanço em outros pontos de negociações. Assim, os líderes do bloco europeu deverão intervir diretamente no próximo domingo e, provavelmente, na quarta-feira. 

Gregos protestam por soluções mais sociais para a criseFoto: dapd

O impasse contrariou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, que salientou que a situação tem "consequências desastrosas". Para ele seria melhor chegar a uma conclusão já na cúpula de domingo.

Analistas apontam que três questões ainda servem de obstáculo para um consenso na zona do euro sobre a melhor estratégia de combate à crise. O primeiro se refere ao corte no débito grego. A Alemanha sugere um cancelamento de 50% a 60% da dívida do país. França e credores privados mantêm a posição de que um perdão de 30% do débito seria o suficiente.

Modelo de socorro aos bancos

Outro ingrediente que complica a constituição de uma estratégia conjunta de combate à crise é a perda de credibilidade entre os bancos que lidam com a questão. Com a expectativa de um corte nos débitos da Grécia, é cada vez mais difícil para os bancos, que financiam a dívida grega e débitos de outros países, levantarem dinheiro a curto prazo.

Devido à falta de confiança entre as instituições financeiras, o Banco Central Europeu (BCE) está injetando mais dinheiro na cobertura das dívidas. O perdão nos débitos gregos pode fazer com que bancos gregos, espanhóis, italianos e franceses necessitem de mais capital próprio para não irem à bancarrota.

A questão em aberto é saber se os bancos irão buscar essa recapitalização de forma isolada ou se os Estados-membros da UE fariam isso de forma compulsória. A França defende que o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) apoie os bancos para que o orçamento do país não seja afetado. Já a Alemanha cogita a recapitalização obrigatória por parte dos bancos.

Ampliação do fundo de resgate

O FEEF deve ser ampliado para proteger países ameaçados, como Espanha e Itália. O volume do fundo deve ser alavancado para 1 ou 2 trilhões de euros. A França propõe que o FEEF passe a ter licença de operar como um banco, para poder financiar-se através dos bancos centrais nacionais, caso seja necessário.

Já a Alemanha quer uma alavancagem do FEEF que permita aumentar o seu volume operativo dos atuais 440 bilhões de euros para cerca de 1 trilhão de euros, sem que a contribuição dos Estados de moeda única tenha de ser alterada.

A preocupação dos responsáveis europeus é a concessão de garantias parciais a quem comprar títulos da dívida pública de países da zona do euro em dificuldades financeiras, até um determinado percentual, de 20% ou 30%, por exemplo, sendo o risco restante assumido pelo investidor.

Liberação de parcela para resgatar economia grega está indefinidaFoto: picture alliance / ZB

MP/dw/lusa/ap/rtr/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque

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