1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Crise do euro

14 de fevereiro de 2011

Reunidos em Bruxelas, ministros das Finanças da zona do euro criticam proposta lançada por Merkel e Sarkozy. Além da falta de detalhes, dizem que pacto foi elaborado sem que seus países fossem consultados.

Países do euro divergem sobre medidas para evitar novas crisesFoto: AP

Os ministros das Finanças dos 17 países da zona do euro se reuniram em Bruxelas, nesta segunda-feira (14/2), para tentar acelerar as reformas destinadas a restaurar a já combalida credibilidade da moeda europeia. Os ministros discutiram mudanças no atual Fundo Europeu de Estabilização Financeira e propostas sobre o futuro mecanismo permanente, a entrar em vigor em 2013.

Na reunião, o chamado "pacto de competitividade", proposto por Berlim e Paris, foi questionado abertamente. Os outros Estados do euro criticaram o plano tanto por sua falta de detalhes quanto pela forma com que as primeiras ideias foram elaboradas, sem que eles fossem consultados previamente.

Especialmente os países menores o veem com ceticismo. O pacto tem como meta uma maior cooperação das economias dos países da zona do euro, a fim de prevenir futuras crises. Entre as medidas do pacto estão o aumento da idade de aposentadoria, a equalização do imposto sobre as empresas e a separação de salários e aposentadorias da inflação.

Preparados para fazer mais coisas em comum

Para Juncker, proposta franco-alemã vem fora de horaFoto: AP

A ideia é assegurar que "cada país da zona do euro cresça na mesma direção", disse nesta segunda-feira o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy. "A moeda comum significa que devemos estar preparados para fazer mais coisas em comum", afirmou.

O ministro das Finanças holandês, Jan Kees de Jager, disse que a proposta da premiê alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Nicolas Sarkozy, tem "seus lados bons". Entretanto, afirmou que não deve ser adotada literalmente. "Nem Merkel nem a UE deve nos impor [à Holanda e a outros sócios da zona do euro] nada", acrescentou De Jager.

"Nós estamos falando sobre uma tentativa de se encontrar uma solução final para o pacote de governança econômica, que já é em si um pacote para uma melhor competitividade. De modo que deveríamos nos concentrar neste trabalho agora", criticou o ministro das Finanças finlandês, Jyrki Katainen.

"Ninguém se opõe na Europa e na zona do euro a um incremento da competitividade, mas o debate está agora em ver se ele é possível com os instrumentos que já estão atualmente à nossa disposição", comentou o primeiro-ministro de Luxemburgo e presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.

Preparação para cúpula em março

Finlandês Jyrki Katainen também é contra pacto de competitividadeFoto: AP

A reunião do Eurogrupo foi essencialmente dedicada a preparar a cúpula extraordinária de líderes dos 17 países da zona do euro, agendada para 11 de março. Na reunião extraordinária começarão a ser tomadas importantes decisões sobre uma "resposta abrangente" à crise na zona do euro, a serem formalmente adotadas na cúpula da União Europeia de 24 e 25 de março.

Atualmente, os ministros das Finanças negociam sobre o montante que o fundo permanente deve dispor, assim como sua forma e por quais países esse dinheiro deve ser disponibilizado.

Enquanto as alterações ao atual fundo europeu são temas de discussão entre os 17 ministros da zona do euro, o debate sobre o futuro mecanismo será aberto aos outros 10 Estados-membros da UE que não adotaram a moeda. Isso dá sequência à decisão de abrir esse debate a outros países que, não sendo do espaço monetário único, possam eventualmente querer participar dele.

Berlim continua contra aumento do fundo

Enquanto não haja compromissos sobre uma coordenação econômica mais estreita na zona do euro, a Alemanha é contra um aumento dos fundos do mecanismo de resgate.

O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, não acha necessário um fortalecimento do fundo de resgate ainda vigente. "No momento, os mercados estão estáveis, de forma que é melhor, provavelmente, que não ponhamos em risco essa tranquilidade através de discussões supérfluas", afirmou.

MD/dpa/rtr/lusa
Revisão: Carlos Albuquerque

Pular a seção Mais sobre este assunto