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"Missão cumprida", diz Trump sobre ataque à Síria

14 de abril de 2018

Presidente americano agradece a aliados e afirma que bombardeio em resposta ao uso de armas químicas pelo regime de Assad foi "perfeitamente executado". Rússia, por sua vez, diz que 70% dos disparos foram interceptados.

O presidente americano, Donald Trump
"Não poderia haver resultado melhor", afirma Donald TrumpFoto: picture-alliance/dpa/AP/S. Walsh

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou as redes sociais na manhã deste sábado (14/04) para agradecer a seus aliados e saudar os bombardeios na Síria durante a madrugada.

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OpiniãoBombardeio sem consequências, mas com uma mensagem

"Um ataque perfeitamente executado na noite passada. Obrigado à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e pelo poder de seu excelente Exército. Não poderia haver um resultado melhor. Missão cumprida!", escreveu o republicano em sua conta no Twitter.

Momentos depois, em outra mensagem, Trump disse estar "muito orgulhoso" do Exército americano, que "será o melhor que o país já teve" depois de investidos os bilhões de dólares aprovados para gasto militar. "Não haverá nada nem ninguém que chegue perto", afirmou.

Na madrugada desta sábado, EUA, França e Reino Unido lançaram mais de cem mísseis em território sírio, em resposta ao suposto ataque químico na cidade síria de Duma, que matou mais de 40 pessoas na semana passada e é atribuído pelo Ocidente ao regime de Bashar al-Assad.

O bombardeio americano foi pontual – a princípio, não haverá outro – e teve como foco, segundo os três países, o coração do programa de armas químicas sírio.

"Ordenei às Forças Armadas dos EUA que lançassem ataques precisos em alvos associados ao poderio de armas químicas do ditador sírio", disse Trump em discurso na Casa Branca, enquanto os primeiros mísseis caíam em território sírio.

Foram três os alvos atingidos durante a madrugada: um centro de pesquisa científica na grande Damasco e duas instalações de armas químicas a oeste de Homs – uma delas, segundo os EUA, usada na produção do agente nervoso sarin, e outra parte de um posto de comando militar.

O Pentágono afirmou que os ataques atingiram todos os alvos e tiveram como objetivo dar um sinal inequívoco ao governo sírio e impedir o uso futuro de armas químicas. O tenente-general Kenneth F. McKenzie chamou os bombardeios de precisos, esmagadores e eficazes.

Apesar de os americanos falarem em execução perfeita, não está claro o real alcance do ataque. A França afirma que "grande parte" do arsenal químico sírio foi destruída, enquanto a Rússia alega que 71 dos 103 disparos foram interceptados pelo sistema de defesa de Assad.

Segundo um comunicado do Ministério da Defesa da Rússia, "informações preliminares" apontam que não houve mortes de civis ou entre as forças sírias. Relatos iniciais falavam em três civis feridos na cidade de Homs.

O secretário americano de Defesa, James Mattis, disse que o bombardeio foi duas vezes maior que um ataque semelhante realizado pelos EUA em abril no ano passado, que mirou uma base aérea síria com mais de 50 mísseis e foi também uma retaliação ao uso de armas químicas por Assad.

A ação militar deste sábado desencadeou uma série de reações em todo o mundo. O Ocidente saiu em peso para apoiar o ataque, com a Alemanha e a União Europeia dizendo estar ao lado dos EUA. Já Assad e seus aliados – Rússia, Irã e Hisbolá – reagiram com indignação e ameaças.

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu neste sábado para tratar do assunto, após uma solicitação da Rússia para uma reunião de emergência do órgão.

EK/afp/dpa/ots

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