1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Mobilização militar no combate interno ao terror para breve

20 de agosto de 2016

Pela primeira vez polícia e Bundeswehr realizariam treinamentos conjuntos para confrontar atos terroristas. Mobilização militar interna era tabu na Alemanha, até recentemente. Exercícios podem começar já em novembro.

Tropa de reservistas da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs)
Constituição da Alemanha restringe raio de ação da BundeswehrFoto: picture-alliance/dpa/M. Hiekel

A Bundesweher (Forças Armadas alemãs) poderá começar em breve treinamentos para o combate interno ao terrorismo. O presidente da conferência dos secretários estaduais do Interior da Alemanha, Klaus Bouillon, confirmou que a medida poderá ser aprovada em breve, em entrevista publicada pelo jornal Rheinische Post neste sábado (20/08).

"Eu estimo que a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, e o ministro do Interior, Thomas de Maizière, darão sinal verde para os exercícios em 31 de agosto", declarou o também secretário do Interior do Sarre. "Os treinamentos para uma mobilização interna da Bundeswehr poderão começar já em novembro."

Bouillon disse acreditar que os exercícios se realizarão "na maioria dos estados". Segundo o convênio jornalístico Redaktionsnetzwerk Deutschland (RND), até o momento estão planejadas manobras militares e policiais nos estados do Sarre, Baden-Württemberg e Saxônia-Anhalt.

Social-democratas cedem

Caso aprovada, essa seria a primeira cooperação militar-policial no combate a atos terroristas no país, e implica questões constitucionais ainda delicadas. Porém mesmo os estados governados pelo Partido Social-Democrata (SPD), que no passado se opuseram a emendas à Lei Fundamental nesse sentido, estão começando a mudar de posição, apontou Bouillon.

"Também vejo um movimento nos estados de governo social-democrata pela cooperação entre a polícia e a Bundeswehr em caso de terrorismo e catástrofes", comentou o presidente da conferência ministerial, que pertence à conservadora União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel.

Um exemplo dessa mudança de perspectiva no SPD é o secretário do Interior da Baixa Saxônia, Boris Pistorius, que reivindicou em carta que todas as 16 unidades federais da Alemanha conduzam juntas os treinamentos antiterror. "de acordo com a lei e sob comando policial".

Reserva é reflexo de abusos estatais nazistas

Em reação ao abuso das Forças Armadas para o terror promovido pelo Estado, durante o regime nazista, a Lei Fundamental alemã só permite mobilizações militares domésticas sob circunstâncias especiais, como desastres naturais ou ameaças internas iminentes.

Em 2012, uma decisão do Tribunal Constitucional Federal estabeleceu que a Bundeswehr também pode ser acionada em caso de atentados terroristas. Em julho de 2016, o Ministério da Defesa confirmou a situação legal dessa questão, em seu relatório sobre a estratégia militar nacional.

Em seguida á recente onda de ataques armados no país – como em Munique, Würzburg, Reutlingen e Ansbach, parte dos quais reivindicados pela organização jihadista "Estado Islâmico" (EI) –, a chefe de governo Angela Merkel pronunciara-se a favor da mobilização militar em caso de atentado de grandes proporções.

AV/afp,dpa

Pular a seção Mais sobre este assunto