Especialistas avaliam se desenho a carvão serviu de esboço para a obra-prima de Leonardo da Vinci. Rascunho pode ser da mesma época e possui características semelhantes às do famoso quadro.
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Especialistas avaliam se um desenho de uma mulher nua que se assemelha ao célebre retrato da Mona Lisa teria sido feito pelo próprio autor da pintura original, Leonardo Da Vinci, como esboço para sua obra-prima.
Cientistas do Museu do Louvre, em Paris, onde o famoso quadro está exposto, examinam um desenho a carvão conhecido como Monna Vanna, que teria sido produzido no estúdio do mestre florentino.
O desenho integra desde 1862 uma ampla coleção de arte renascentista do Museu Condé, localizado no Palácio de Chantilly, no norte da capital francesa. Os curadores do museu acreditam que os testes realizados durante um mês no Louvre indicam que o desenho foi, ao menos em parte, feito por Da Vinci.
As análises buscam determinar se o esboço foi feito antes ou depois da Mona Lisa, que foi pintada em algum período após 1503.
"O desenho possui uma qualidade, na forma como o rosto e as mãos estão colocadas, que é realmente extraordinária", afirmou nesta sexta-feira (29/09) o curador Mathieu Deldicque.
"Observamos algo que foi trabalhado paralelamente à Mona Lisa no final da vida de Leonardo", afirmou. "É quase certo se tratar de um trabalho preparatório para uma pintura a óleo", disse, ressaltando a semelhança da obra com a Mona Lisa. Ele aponta que as mãos e o corpo da imagem são quase idênticos à obra-prima de Da Vinci
As proporções do desenho são quase as mesmas da Mona Lisa, e pequenas perfurações em torno da figura sugerem que pode ter sido usada para traçar o contorno da imagem numa tela.
O especialista do Louvre Bruno Mottin confirmou que o desenho é datado da virada século 15 e que seria de qualidade bastante refinada. Os testes revelaram não se tratar apenas de uma cópia de um original perdido.
Mottin, porém, afirma que deve haver cautela antes que a obra seja atribuída a Da Vinci, que morreu em 1519. "O sombreamento no alto do desenho, próximo à cabeça, foi feito por uma pessoa destra. Leonardo desenhava com a mão esquerda", apontou.
Ele afirma que as análises ainda levarão tempo para serem concluídas. "É um desenho muito difícil de se trabalhar por ser bastante frágil."
O especialista espera que a identidade do autor da Monna Vanna possa ser a tempo para uma exposição no Palácio de Chantilly que comemorará os 500 anos da morte de Da Vinci, em 2019.
RC/afp/ap
Os mais espetaculares roubos de obras de arte da história
Armados, disfarçados de policiais ou de turistas, ladrões entraram para a história ao roubar valiosas pinturas e objetos de museus – da "Mona Lisa" a uma moeda de ouro de 100 quilos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
Quando o sorriso de Mona Lisa desapareceu
Em 1911, o retrato feminino mais famoso do mundo – "Mona Lisa", de Leonardo da Vinci – foi roubado. Um jovem italiano, Vincenzo Peruggia, furtou a imagem do Louvre depois de se vestir como um empregado do museu parisiense e esconder a obra debaixo do casaco. A pintura reapareceu em 1913, após um comerciante de arte denunciar Peruggia à polícia.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
A pintura mais roubada
O retrato de "Jacques 3º de Gheyn", de Rembrandt, foi roubado quatro vezes da Dulwich Picture Gallery, no Reino Unido, em 1966, 1973, 1981 e 1986. Por isso, a pintura também é conhecida como "o Rembrandt para viagem". Também após o último roubo, a obra de arte felizmente foi recuperada.
Foto: picture-alliance/akg-images
Misterioso roubo em Boston
Em 1990, o roubo de 13 pinturas do Museu Isabella Steward Gardner, em Boston, nos EUA, atraiu a atenção internacional. Dois homens disfarçados de policiais invadiram o prédio e roubaram, entre outras obras de arte, "Chez Tortoni", de Édouard Manet, e "O Concerto" (foto), de Jan Vermeer. Até hoje, as molduras, sem os quadros, permanecem penduradas no local.
Foto: Gemeinfrei
O roubo espetacular de pinturas de Van Gogh
Em 1991, sem ser notado, um homem se fechou num banheiro do Museu Van Gogh, em Amsterdã, e roubou 20 pinturas com a ajuda de um supervisor. Entre elas, estavam o "Autorretrato diante do cavalete" (foto). No entanto, a polícia conseguiu recuperar as obras roubadas apenas uma hora depois, no veículo usado na fuga. Depois de alguns meses, os ladrões foram presos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
"Virgem do fuso" desaparecida
A pintura de Leonardo da Vinci, avaliada em até 70 milhões de euros, foi roubada em 2003 de um castelo na Escócia. Dois ladrões, que entraram na exposição como turistas, dominaram o guarda do Castelo de Drumlanrig e fugiram com a obra. A imagem ficou desaparecida por quatro anos. Somente em 2007 ela foi recuperada após uma batida policial realizada em Glasgow.
Foto: picture-alliance/dpa
Roubo armado no Museu Munch
Em 2004, "O grito" e "Madonna", do expressionista Edvard Munch, foram roubadas em Oslo. Dois criminosos armados invadiram o Museu Munch e furtaram as obras diante de várias testemunhas. Durante uma busca, a polícia recuperou as duas pinturas. Porém, o estado de "O grito" era tão ruim que o quadro não pôde ser totalmente restaurado.
Foto: picture-alliance/dpa/Munch Museum Oslo
Roubo milionário na Suíça
Em 2008, ladrões armados roubaram quatro pinturas no valor de 180 milhões de francos suíços do museu privado Fundação Coleção Emil G. Bührle, em Zurique: "Rapaz de colete vermelho", de Paul Cézanne; "Conde Lepic e suas filhas", de Edgar Degas; "Amendoeira em flor", de Vincent Van Gogh; e "Campo de papoulas perto de Vétheuil" (foto), de Claude Monet. Todos foram recuperados.
Foto: picture-alliance/akg-images
Moeda de ouro de 100 quilos em Berlim
Em março de 2017, uma moeda de ouro de 100 quilos, com valor nominal de 1 milhão de dólares, foi roubada do Museu Bode, em Berlim. Os ladrões provavelmente usaram uma escada para entrar no edifício. A moeda, chamada de "Big Maple Leaf", é originária do Canadá, tem 53 centímetros de diâmetro e três centímetros de espessura. Na parte frontal, ela traz o retrato da rainha Elizabeth 2ª.
Foto: picture-alliance/dpa/F.May
2019: Roubo na Abóbada Verde em Dresden
Três conjuntos de joias foram roubados no museu Grünes Gewölbe (Abóbada Verde), no Palácio Real em Dresden, em 25 de novembro de 2019. Investigações iniciais apuraram que os ladrões entraram por uma janela e quebraram as vitrines, como mostra um vídeo.