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Montadoras alemãs fazem recall de 630 mil carros

22 de abril de 2016

Audi, Mercedes, Opel, Porsche e Volkswagen revisarão software que gerencia emissão de poluentes em dezenas de milhares de veículos na Europa. Decisão é resultado de inquérito ordenado por Berlim.

Níveis de emissão de poluentes sendo testado em escapamento de carro
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul

As montadoras alemãs Audi, Mercedes, Opel, Porsche e Volkswagen realizarão um recall de cerca de 630 mil veículos na Europa para corrigir o software que gerencia a emissão de poluentes.

Um funcionário do governo alemão comunicou, nesta sexta-feira (22/04), que a decisão foi tomada no âmbito de um inquérito pedido por Berlim, em decorrência do escândalo de manipulação de emissões de poluentes da Volkswagen. A BMW, que começou a investir em tecnologias de economia de combustível mais cedo do que as rivais, inicialmente não está afetada pelo recall.

A fonte explicou que foi pedido às montadoras que façam alterações nos dispositivos que desligam sistemas para remover o óxido nítrico do escapamento dos automóveis sob temperaturas específicas. Os sistemas de limpeza de poluentes são desligados a baixas temperaturas para proteger os motores ou prevenir possíveis acidentes, algo permitido por regulamentações da União Europeia (UE).

Mas não estava claro se alguns fabricantes se apoiam nesta regulamentação para driblar regras ambientais. De acordo com a revista semanal alemã Der Spiegel, a tecnologia deriva, em grande parte, de peças produzidas pela multinacional alemã Bosch.

Segundo o ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, a investigação encontrou irregularidades em 16 marcas. Além das citadas montadoras alemãs, também estão afetadas as fabricantes Renault, Alfa Romeo, Chevrolet, Dacia, Fiat, Hyundai, Jaguar, Jeep, Land Rover, Nissan e Suzuki.

O governo alemão havia ordenado a realização de testes em vários veículos de diferentes marcas, mas descobriu que apenas a Volkswagen tinha instalado o software manipulador. O escândalo apelidado de "Dieselgate" causou a renúncia do então presidente do Grupo Volkswagen, Martin Winterkorn.

A montadora destinou 6 bilhões de euros para eventuais provisões, mas se estima que a soma final será muito maior. Reportagens sugeriram que o Grupo Volkswagen deve reservar mais de 16 bilhões de euros em provisões para cobrir eventuais multas regulatórias, processos judiciais e o custo de recolher e consertar os carros afetados.

A VW já iniciou o recall de cerca de 8 milhões de veículos na Europa. E na quinta-feira, a montadora chegou a um pré-acordo com as autoridades judiciais americanas, oferecendo 5 mil dólares de indenização a cada cliente nos EUA, além de propor a recompra de até 500 mil veículos.

As montadoras Daimler e Mitsubishi enfrentaram acusações semelhantes, recentemente. Na quinta-feira, foi divulgado o início de investigações internas na fabricante alemã Daimler, depois de pedido feito pelas autoridades americanas.

A empresa afirmou querer analisar a certificação das emissões de poluentes dos seus carros vendidos nos EUA. Já a montadora japonesa Mitsubishi anunciou também ter manipulado testes de consumo de combustível em 625 mil veículos.

PV/afp/rtr

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