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Pacote na Itália

5 de dezembro de 2011

Primeiro-ministro italiano apela pela aprovação de seu pacote para combater a crise, afirmando que a Itália está ameaçada de um colapso. Comissão Europeia sauda o programa. Sindicatos anunciam protestos.

Monti se diz confiante de que Parlamento vai aprovar pacoteFoto: dapd

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, apelou nesta segunda-feira (05/11) pela adoção de seu programa de combate à crise e afirmou que a Itália está ameaçada de um "colapso" se o Parlamento não aprovar as medidas. A Comissão Europeia saudou o programa de austeridade, acordado pelo gabinete no domingo.

O pacote prevê um impacto orçamental de mais de 20 bilhões de euros até 2014. Entre outros, estão previstos um aumento no imposto sobre imóveis, a introdução de um imposto de luxo, medidas contra a evasão fiscal e o aumento da idade de aposentadoria para 66 anos, no caso dos homens, e 62 anos para as mulheres.

"Acreditamos que a Itália entrará em colapso sem esse pacote", disse Monti, em referência à Grécia, que teve de ser resgatada várias vezes por programas de ajuda internacional. Ele se mostrou confiante, no entanto, de que o programa de austeridade vai ser aprovado pelo Parlamento italiano. O aval dos parlamentares é esperado para antes do Natal.

Contribuição italiana

"Com o programa, a Itália dá sua contribuição para a luta contra a crise do euro", disse Monti. Segundo ele, para que a Itália continue a ser um parceiro com credibilidade e respeito na Europa e no mundo, o país deve resolver os seus "grandes" problemas. "Somos obrigados a agir, e estamos confiantes de que podemos resgatar a Itália através de esforços conjuntos", disse Monti.

Plano prevê aumento de idade de aposentadoriaFoto: picture-alliance/ ZB

A dívida da Itália, de cerca de 1,9 trilhão de euros, corresponde a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) italiano. Além de corte de gastos e aumento de impostos, o programa também prevê que a economia italiana seja estimulada com mais de 10 bilhões de euros, a serem investidos em programas de incentivo à entrada de mulheres e jovens no mercado de trabalho e ao desenvolvimento da região sul do país.

Elogios europeus

A Comissão Europeia afirmou que o pacote de austeridade italiano está "na direção certa" e contribui para os esforços da zona do euro para dar uma resposta "arrojada" à crise.

"As medidas tomadas ontem são muito importantes", afirmou o porta-voz para assuntos econômicos da Comissão, Amadeu Altafaj. "Eles definitivamente estão indo na direção certa de reformas estruturais decisivas", acrescentou.

O severo orçamento adotado pelo gabinete de Monti no domingo chega nas vésperas de um importante encontro de cúpula na quinta e sexta-feira, quando os líderes europeus tentarão elaborar um plano para garantir maior disciplina fiscal na zona do euro. "Todos esses elementos contribuem para tornar a nossa resposta à crise mais ousada, mais eficaz, mas ainda há muito por fazer", reconheceu Altafaj.

Sindicatos anunciaram protestos contra pacoteFoto: picture-alliance/dpa

Passo importante

O comissário de Assuntos Econômicos da UE, Olli Rehn, saudou as medidas, mas pediu para que Roma faça ainda mais. "Este pacote é um passo muito importante para fortalecer as finanças públicas e apoiar o crescimento econômico", avaliou Rehn, acrescentando que a Comissão faria uma "avaliação detalhada" das medidas, assim que recebesse todos os detalhes.

"O baixo potencial de crescimento da economia italiana não pode ser corrigido do dia para a noite, mas as medidas anunciadas vão ajudar a remover alguns obstáculos ao crescimento", disse. "É fundamental manter o ritmo na reforma econômica e da renovação política, para que sejam tomadas outras decisões que podem trazer mais crescimento e mais e melhores empregos de forma justa."

Protestos

Duas confederações sindicais italianas convocaram os trabalhadores para duas horas de paralisação no dia 12, em protesto contra o plano de austeridade e a reforma das aposentadorias divulgado neste domingo. As organizações pretendem "pedir a abertura de uma negociação", em particular sobre a reforma das regras para aposentadoria.

MD/afp/dpa/lusa/rtr
Revisão: Alexandre Schossler

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