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Moraes manda polícias informarem líderes de atos ilegais

8 de novembro de 2022

Ministro do STF dá 48 horas para que PRF, PF e polícias civis e militares forneçam a identificação de veículos, bem como dados de líderes e financiadores dos bloqueios em rodovias e atos antidemocráticos nos quartéis.

Protesto antidemocrático em São Paulo
Além de bloquear rodovias, apoiadores de Bolsonaro também foram para frente de quartéis pedir "intervenção federal"Foto: Matias Delacroix/AP/picture alliannce

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (07/11) que as polícias civis, as polícias militares, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informem em até 48 horas a identificação de todos os veículos que participaram dos bloqueios ilegais em rodovias e em atos em frente a quartéis militares.

Moraes solicitou o envio ao STF de "todas as informações sobre a identificação dos caminhões e veículos", bem como dos "dados dos respectivos proprietários, pessoas físicas ou jurídicas".

"Determino, ainda, que informem se identificaram líderes, organizadores e/ou financiadores dos referidos atos antidemocráticos, com a remessa dos dados e providências realizadas", escreveu.

Após a derrota do presidente Jair Bolsonaro na eleição presidencial, bolsonaristas passaram a bloquear estradas em vários estados para contestar o resultado. Eles também realizaram protestos em frente a quartéis das Forças Armadas, em que pediam "intervenção federal" e atacavam o STF.

Na semana passada, Moraes já havia intervindo nos atos de cunho golpista ao determinar que as polícias militares dos estados podiam agir na desobstrução de rodovias bloqueadas, inclusive as federais, bem como identificar, multar e prender os responsáveis pelos bloqueios. Após a decisão na terça passada, governadores e PMs estaduais começaram a desbloquear algumas estradas.

Ao longo da semana, o ministro do Supremo determinou ainda que as forças de segurança informassem dados como multas aplicadas, pessoas autuadas e identificação de veículos.

O auge do movimento ilegal, segundo a Polícia Rodoviária Federal, ocorreu na segunda-feira passada, quando foram registrados mais de 400 pontos de interdição ou bloqueio em quase todos os estados do país e no Distrito Federal.

Desde então, os atos foram perdendo força. Segundo o último boletim da PRF, rodovias federais do país ainda registravam 15 interdições (fluxo parcialmente interrompido) e quatro bloqueios (fluxo totalmente interrompido) nesta segunda-feira, sendo estes últimos em estradas de Mato Grosso e Santa Catarina.

Violência contra policiais

Alguns dos atos se tornaram violentos. Nesta segunda, um grupo agrediu policiais em um bloqueio ilegal na rodovia BR-470 em Rio do Sul (SC), deixando dois agentes da PRF feridos após receberem golpes de barras de ferro.

Vídeos divulgados em redes sociais mostram policiais militares e rodoviários federais sendo cercados por pessoas vestidas de amarelo ou com a bandeira do Brasil, que então lançam cadeiras de plástico e outros objetos contra os agentes. Um homem também é visto golpeando um policial com uma barra de ferro.

O Pará também registrou violência nesta segunda. Agentes da PRF foram atacados por manifestantes com pedras, paus e tiros quando tentavam desobstruir um trecho da rodovia BR-164 em Novo Progresso.

A corporação informou que todos os veículos usados pelos policiais na ação foram danificados, sendo três deles perfurados por balas. Um policial rodoviário federal acabou ferido.

Vídeos em redes sociais também mostraram o ataque. Em um deles, uma criança é carregada por um adulto. "A criança que aparece nas imagens passou mal, foi socorrida pelos policiais rodoviários federais, levada ao pronto atendimento, passa bem e já recebeu alta médica", disse a PRF.

ek (ots)

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