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Catástrofe

Morales diz que diretor da LaMia foi seu piloto

2 de dezembro de 2016

Líder boliviano reconhece Gustavo Vargas de voos antes e depois de assumir a presidência. Mandatário pede investigação sobre a empresa após acidente que vitimou a delegação da Chapecoense.

Evo Morales
"Eu não sabia que [a LaMia] tinha autorização, não sabia que era uma empresa com matrícula boliviana", disse MoralesFoto: picture-alliance/dpa/Abi

O presidente da Bolívia, Evo Morales, reconheceu nesta sexta-feira (02/12) que Gustavo Vargas, diretor-geral da companhia aérea boliviana LaMia, proprietária do avião que caiu próximo a Medellín com a delegação da Chapecoense, foi piloto presidencial.

Segundo informações da agência de notícias Efe, Morales disse que reconheceu o piloto de voos realizados no início de seu governo e que se recordava dele de outros tempos. O presidente também admitiu que desconhecia que a companhia tinha matrícula boliviana.

"Eu não sabia que [a LaMia] tinha autorização, não sabia que era uma empresa com matrícula boliviana", disse Morales. "Devemos investigar como foi legalizada, como foi constituída a empresa, como são dadas as licenças correspondentes."

Morales lembrou que quando era líder sindical foi levado por Vargas num avião de pequeno porte a Chapare, numa zona de camponeses produtores de coca, para suspender as mobilizações dos trabalhadores após negociações com o governo. Na época, Vargas era oficial da Força Aérea Boliviana.

Morales pediu uma investigação sobre o caso. Ele se referiu à circunstância de que outra pessoa, chamada Gustavo Vargas Vilegas, que integrava a diretoria da Direção Geral de Aeronáutica Civil, o órgão regulador da aviação boliviana, como diretor do registro aeronáutico nacional. A relação entre os dois Gustavos está documentada nas redes sociais. Eles, supostamente, seriam pai e filho, segundo informações da mídia local.

O presidente lamentou as vítimas do acidente com o avião que levava a delegação da equipe de futebol da Chapecoense, a qual disputaria a final da Copa Sul-Americana em Medellín.

Até o momento, a causa mais provável do acidente seria a falta de combustível. As autoridades bolivianas retiraram a licença da LaMia e suspenderam as autoridades do setor aeronáutico enquanto as causas do acidente são investigadas.

RC/efe

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