1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Morales pede que papa e ONU ajudem na crise da Bolívia

14 de novembro de 2019

Ex-presidente propõe também participação de ex-governantes em processo de pacificação do país, como o uruguaio José Mujica e o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. Número de mortos durante protestos sobe para dez.

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia
Morales: "Se não houver diálogo nacional vai ser difícil parar esse confronto"Foto: Reuters/E. Garrido

O ex-presidente boliviano Evo Morales pediu nesta quarta-feira (13/11) que a Organização das Nações Unidas (ONU), países amigos da Europa e o papa Francisco acompanhem o diálogo para pacificar a Bolívia, em texto publicado no Twitter.

"A violência atenta contra a vida e a paz social", escreveu Morales.

Anteriormente, o ex-presidente boliviano havia proposto, ao falar a uma rádio do Uruguai, a presença de ex-governantes, como o uruguaio José Mujica e o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, na mediação para ajudar "na pacificação da Bolívia".

Na entrevista, ele defendeu sua gestão e afirmou que, legalmente, continua sendo presidente da Bolívia, já que o Parlamento boliviano ainda não formalizou sua renúncia.

Em uma coletiva de imprensa na Cidade do México, onde foi recebido como asilado político, Morales propôs um diálogo nacional para conter os confrontos na Bolívia – com participação da sociedade civil, "políticos que perderam as eleições e movimentos sociais de diferentes setores".

O ex-presidente disse que o diálogo pode ser acompanhado "por países amigos e organizações internacionais". Ele afirmou ainda estar disposto a retornar ao seu país, "se o povo (boliviano) pedir" e para contribuir com a pacificação, e enfatizou que "se não houver diálogo nacional vai ser difícil parar esse confronto".

Ele voltou a acusar a Organização dos Estados Americanos (OEA) de contribuir para agravar a crise na Bolívia. "A OEA não está a serviço dos povos latino-americanos e menos ainda dos movimentos sociais. Está a serviço do império americano", disse o ex-presidente.

Morales alegou que, quando a oposição e a OEA acusaram as eleições de fraudulentas, não considerava "nenhum problema" que organizações internacionais e instituições verificassem a lisura do processo.

No entanto, disse que viu uma atitude suspeita na forma de a entidade agir. O ex-governante acrescentou que, se foi determinado que ele não venceu no primeiro turno eleitoral, "então, cumprindo as regras e a Constituição, há um segundo turno".

Protestos somam dez mortos

Duas pessoas morreram durante novos confrontos entre seguidores de Morales e da oposição, aumentando para dez o número de vítimas fatais dos protestos, que ocorrem há três semanas na Bolívia.

Jeanine Añez, segunda vice-presidente do Senado e senadora da oposição a Morales, se declarou nesta terça-feira presidente interina no país. O Tribunal Constitucional aprovou a troca de poder.

Añez, de 52 anos, tem que organizar novas eleições num prazo de 90 dias. Na quarta-feira, ela apresentou seu gabinete de ministros, cuja maioria é formada por políticos de Santa Cruz, tradicional reduto eleitoral da oposição.

Morales renunciou à presidência no último domingo, após a OEA denunciar supostas irregularidades no pleito em que o então presidente foi reeleito para o quarto mandato consecutivo.

Sua participação nas eleições foi autorizada pelo Tribunal Constitucional, embora a Constituição que ele mesmo promulgou limite a dois o número de mandatos consecutivos e a população tenha rejeitado a possibilidade de reeleição indefinida num referendo.

MD/efe/epd/ots

________________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
App | Instagram | Newsletter

Pular a seção Mais sobre este assunto