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Morgan Freeman é acusado de assédio sexual

25 de maio de 2018

Em reportagem da CNN, oito mulheres acusam famoso ator americano de comportamento impróprio ao longo de anos. Freeman pede desculpas e diz que não teve intenção de desrespeitar ou ofender.

Morgan Freeman: "Peço desculpa a quem se sentiu desrespeitado ou desconfortável, nunca foi essa a minha intenção"Foto: Reuters/L. Jackson

O ator americano Morgan Freeman, de 80 anos, foi acusado por oito mulheres da indústria cinematográfica de assédio sexual e comportamento impróprio ao longo dos últimos anos, informou a emissora CNN nesta quinta-feira (24/05).

A reportagem da emissora americana exibe depoimentos de pelo menos 16 pessoas, oito das quais dizem ter sido vítimas de assédio sexual por parte do ator, e outras tantas que afirmam terem presenciado comportamentos e atitudes impróprias em ambiente de filmagem, na promoção de filmes ou dentro da produtora Revelations Entertainment, criada por Freeman.

Entre os casos relatados pela CNN está o de uma assistente de produção da comédia Despedida em grande estilo (2017), protagonizada por Freeman, Michael Caine e Alan Arkin. A mulher alega que o ator a tocava sem consentimento e fazia comentários diários sobre o corpo e a roupa que vestia.

Outro depoimento é da jornalista Chloe Melas, da própria CNN e que coassina a reportagem. Ela recorda que, numa ronda de entrevistas sobre o mesmo filme, Freeman teceu vários comentários de teor sexual enquanto olhava insistentemente para ela. Na época, ela estava grávida de seis meses.

Além disso, quatro pessoas que trabalharam em produções com Freeman ao longo da última década descrevem um persistente comportamento impróprio, que incluía assédio verbal e tentativa de, por exemplo, levantar as saias de mulheres.

"Cada uma delas disse que não denunciou o comportamento de Freeman porque receava perder o emprego. O comportamento padrão descrito pelas pessoas que falaram com a CNN revela os problemas sistemáticos que existem na indústria do entretenimento", afirma a reportagem.

"As alegações contra Freeman não se referem a coisas que se passaram em privado. São coisas que alegadamente aconteceram em público, diante de testemunhas e até mesmo em frente às câmeras", disseram Melas e An Phung.

"Antes do [movimento de denúncia] #Metoo, muitos homens da indústria do entretenimento se comportavam sem medo das consequências, porque muitas vezes quando algum homem com poder o fazia, era a vítima que sofria as consequências", lamentam.

Freeman pede desculpas

O ator americano pediu desculpa "a quem se sentiu desrespeitado ou desconfortável" com suas ações, num comunicado divulgado pelo seu agente, Stan Rosenfield.

"Quem me conhece ou trabalhou comigo sabe que não sou capaz de ofender alguém intencionalmente nem de criar situações que causem desconforto", diz trecho do comunicado. "Peço desculpa a quem se sentiu desrespeitado ou desconfortável, nunca foi essa a minha intenção."

Freeman é considerado um dos atores mais respeitados e famosos de Hollywood, com uma carreira premiada de quase 50 anos da qual fazem parte filmes como Conduzindo Miss Daisy (1989), A fogueira das vaidades (1990), Um sonho de liberdade (1994), Seven – os sete crimes capitais (1995), Amistad (1997) ou Invictus (2009).

Vencedor de um Oscar de melhor ator coadjuvante pelo desempenho em Menina de ouro (2004), Freeman foi este ano homenageado pelo sindicato americano de atores e críticos de cinema SAG-AFTRA, que, depois da reportagem da CNN, anunciou que vai rever sua posição.

PV/lusa/efe

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