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Moro autoriza uso da Força Nacional no Ceará

4 de janeiro de 2019

Cerca de 300 agentes e 30 viaturas seguem para o estado para ajudar a conter a onda de violência e de ataques criminosos dos últimos dias. Decisão do ministro da Justiça atende a pedido do governador Camilo Santana (PT).

Agentes da Força Nacional
Homens da Força Nacional devem começar a atuar neste sábado no estadoFoto: Agência Brasil/M. Camargo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou nesta sexta-feira (04/01) o envio da Força Nacional ao Ceará para ajudar a conter a onda de ataques criminosos coordenados que afligem o estado desde o início da semana.

Segundo o ministério, cerca de 300 homens e 30 viaturas serão transferidos para o Ceará, onde atuarão pelos próximos 30 dias – se necessário, o prazo pode ser prorrogado. Os primeiros agentes já começaram a se deslocar e devem iniciar a atuação já neste sábado.

Na portaria em que autoriza o envio do efetivo, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, Moro diz ter levado em consideração a "gravidade dos fatos" e as "dificuldades das forças estaduais de atenderem sozinhas" à onda de violência.

A portaria também determina que a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) intensifiquem as ações de prevenção e repressão ao crime organizado, e que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) preste todo o apoio necessário às ações de segurança pública no estado.

O pedido de envio da Força Nacional foi feito pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), na tarde de quinta-feira, após criminosos terem explodido uma bomba na coluna de um viaduto em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, e incendiado dois ônibus e uma van.

Em redes sociais, Santana afirmou ter solicitado também o apoio do Exército. Para reforçar a segurança, seu governo anunciou a nomeação imediata de 220 novos agentes penitenciários, antes prevista para março, e de 373 novos policiais militares, já formados, para atuação nas ruas.

Onda de violência

A região metropolitana de Fortaleza e o interior do estado vêm registrando ataques desde a quarta-feira (02/01). Segundo o último balanço da Secretaria de Segurança Pública, houve incêndios, crimes e episódios de depredação de estruturas públicas em diversos bairros da capital.

Também foram identificados ataques com veículos em três cidades da região metropolitana. No interior, forças de segurança estaduais foram informadas de crime contra estruturas públicas em nove cidades, incluindo ataques contra agências bancárias, prédios públicos e veículos.

Na cidade de Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza, policiais militares trocaram tiros com criminosos que, segundo a Polícia Militar, tentavam danificar o radar de uma rodovia. Um policial e três bandidos foram baleados: um criminoso morreu e outros dois foram detidos.

De acordo com o governo do estado, até o momento 45 pessoas foram presas ou apreendidas por participação nos atos coordenados.

Para o secretário nacional de Segurança Pública, Guilherme Theophilo, os ataques têm relação com disputas entre facções criminosas, e as ordens estão sendo emitidas de dentro dos presídios.

"Só há mais violência ou aumento da taxa de homicídio onde tem uma disputa entre as facções no território. Como no estado do Ceará nós temos Comando Vermelho, PCC [Primeiro Comando da Capital], GDE [Guardiões do Estado], Família do Norte e tantas outras, há ainda uma disputa muito grande por territórios. E é isso o que eles fazem", afirmou em entrevista coletiva.

Segundo o monitor de homicídios do Instituto Igarapé, o Ceará foi o terceiro estado brasileiro com o maior índice de mortes violentas em 2017, chegando a 56,9 homicídios por 100 mil habitantes, perdendo apenas para Pernambuco e Rio Grande do Norte.

EK/abr/ots

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