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Moro irá ao Senado para explicar diálogos com procurador

11 de junho de 2019

Após escândalo envolvendo troca de mensagens, ministro deve depor em comissão da Casa na próxima semana. Caso levantou questionamentos sobre a condução da Lava Jato.

Justizminister Sergio Moro
Moro negou que diálogos com procurador configuravam conluio contra Lula e outros réus da Lava JatoFoto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, deve comparecer na semana que vem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para falar sobre a troca de mensagens com o procurador Deltan Dallagnol que foi divulgada pelo site The Intercept Brasil. Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o ex-juiz é esperado no dia 19 de junho.

Segundo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), foi o próprio Moro que se colocou à disposição para ser ouvido pelos senadores. Em um ofício encaminhado a Alcolumbre, Coelho informou que Moro se ofereceu para comparecer no dia 19 ou 26 de junho. Após um acordo com líderes da oposição, Alcolumbre anunciou que a data mais próxima foi a escolhida.

"Manifestamos a nossa confiança no ministro Sérgio Moo, certos de que esta será uma oportunidade para que ele demonstre a sua lisura e correção como juiz federal, refutando as críticas e ilações a respeito da sua conduta à frente da operação Lava Jato", escreveu Coelho no documento encaminhado ao presidente do Senado.

No último domingo, o site The Intercept Brasil publicou uma série de reportagens revelando mensagens atribuídas ao ex-juiz federal e hoje ministro Moro, trocadas através do aplicativo Telegram com procuradores da Lava Jato, incluindo Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa. O caso provocou uma nova tempestade política no Brasil e questionamentos sobre a conduta do ex-juiz à época em que ele julgou os casos da Lava Jato na 1° Instância da Justiça Federal.

Os diálogos contêm, segundo o portal, indícios de que Moro orientava as investigações da Operação Lava Jato em Curitiba, o que o site descreve como uma "colaboração proibida" de Moro com Dallagnol.

O Intercept também afirma que procuradores da Lava Jato "tramaram em segredo" para impedir a autorização de uma entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes das eleições de 2018, por temor de que isso ajudasse o candidato do PT, Fernando Haddad.

Outras conversas mostrariam que Dallagnol estava preocupado com a solidez das acusações apresentadas contra Lula para condená-lo pelo caso do tríplex de Guarujá, poucos dias antes de a denúncia ser apresentada ao então juiz Sergio Moro.

O ministro Moro declarou, através de nota, que as mensagens não revelam "qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado". Ele também criticou o site por não tê-lo procurado antes da publicação da reportagem e disse que as conversas foram tiradas de contexto.

JPS/ots

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