Morre a atriz vencedora do Oscar Diane Keaton, aos 79 anos
11 de outubro de 2025
Celebrada em Hollywood, ela venceu a estatueta de melhor atriz por "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa". Atuação em "O Poderoso Chefão" impulsionou seu nome no mundo do cinema.
Diane Keaton estrelou mais de 60 filmes ao longo de sua carreiraFoto: Jerod Harris/Getty Images
Anúncio
A atriz americana Diane Keaton morreu aos 79 anos neste sábado (11/10), na Califórnia, informou a revista People.
Os detalhes de sua morte ainda não foram divulgados, e os familiares da atriz pediram privacidade.
Conhecida por sua atuação premiada com o Oscar de melhor atriz em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977) e por seu papel na franquia O Poderoso Chefão, Keaton foi uma colaboradora frequente do diretor Woody Allen, com quem contracenou no longa-metragem premiado pela Academia.
O filme também venceu o Oscar de melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro original, consolidando Keaton como uma das principais atrizes da indústria e um ícone de estilo excêntrico.
Vencedora do BAFTA e do Globo de Ouro, Keaton ainda recebeu outras três indicações ao Oscar, por Reds, As Filhas de Marvin e Alguém Tem Que Ceder.
Na saga O Poderoso Chefão, ela interpretou Kay Adams, namorada e posteriormente esposa de Michael Corleone, vivido por Al Pacino. Sua atuação na série de filmes lançados na década de 1970 impulsionou seu nome no mundo do cinema.
Keaton atuou em filmes até 2020
Em sua fase mais recente, Keaton estrelou dois filmes sobre mulheres idosas. Um deles, Poms (2019), conta a história de Martha, uma mulher com doença terminal que se muda para uma comunidade de aposentados para morrer, mas acaba formando um grupo de líderes de torcida composto por idosas.
Sobre envelhecer, Keaton disse em uma entrevista à agência de notícias AFP em 2019 que a vida ficou mais fácil. "Acho que sim, porque o que você tem a perder? É como se fosse a verdade. É isso. Você encara", disse ela.
Nascida Diane Hall em Los Angeles em 5 de janeiro de 1946, Keaton teve relacionamentos com Allen, Pacino e Warren Beatty. Quando os escândalos de assédio sexual em Hollywood explodiram no final de 2017, antigas acusações de abuso sexual contra Allen vieram à tona. "Woody Allen é meu amigo e continuo acreditando nele", defendeu Keaton em janeiro de 2018.
gq (AFP, DPA)
Dez filmes de Woody Allen
Diretor completa 80 anos, tão producente quanto no início da carreira: a média continua sendo praticamente de um filme por ano. Selecionamos dez trabalhos que marcaram sua trajetória no cinema.
Foto: AP
Noivo neurótico, noiva nervosa
Quando Woody Allen lançou seu sexto filme, em 1977, o estilo intelectual-neurótico já era uma marca em sua carreira. Mas "Annie Hall" – lançado no Brasil como "Noivo neurótico, noiva nervosa" – levou à telona novos níveis de reflexão, com traços mais profundos e psicológicos nos personagens. O resultado é uma obra-prima, vencedora do Oscar de Melhor Filme em 1978.
Foto: Imago/United Archives
Manhattan
Dois anos depois, chegou aos cinemas outra obra-prima: "Manhattan" é considerado por muitos o melhor dos filmes de Woody Alllen – e um dos maiores tributos do cinema a Nova York. A comédia romântica é estrelada pelo próprio diretor, ao lado da ex-mulher Diane Keaton e de Meryl Streep, então em início de carreira.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Memórias
"Memórias", de 1980, é considerado pelo próprio Woody Allen um dos seus melhores trabalhos. O filme explora as contradições das aspirações artísticas do diretor: conhecido até então mais pelo trabalho como comediante, Allen se mostrou um cineasta pensativo, que tinha, entre outros, o sueco Ingmar Bergman como inspiração. "Memórias" documenta essa crise de identidade, sem deixar o humor de lado.
Foto: Imago/AD
Zelig
O diretor surpreendeu o mundo do cinema em 1983 com "Zelig", uma comédia em preto e branco narrada como documentário. O filme tem Woody Allen no papel de Leonard Zelig, uma figura de caráter fraco e desamparada que se adapta de forma tão intensa ao ambiente que acaba em constante transformação – uma crítica sutil ao oportunismo. Mia Farrow, então casada com Allen, estrela o filme ao lado dele.
Foto: Imago/AD
A rosa púrpura do Cairo
Woddy Allen criou em "A rosa púrpura do Cairo", de 1985, um dos papéis mais bonitos da carreira de Mia Farrow: Cecilia, a jovem e infeliz garçonete que vai ao cinema com frequência em busca de se libertar do marasmo de sua vida. Os personagens de seus filmes favoritos acabam se tornando reais – numa bela reflexão sobre o poder do cinema.
Foto: Imago/EntertainmentPictures
Hannah e suas irmãs
Em "Hannah e suas irmãs" (1986), Woody Allen deu a seu público um filme filosoficamente profundo e intelectualmente maduro, que provou o talento do diretor para criar papéis para mulheres. Mia Farrow, Barbara Hershey, Carrie Fisher, Dianne Wiest e Maureen O'Sullivan estrelam o longa, que tem ainda Michael Caine e, num papel secundário, o próprio Allen.
Foto: imago/EntertainmentPictures
A era do rádio
"A era do rádio", de 1997, faz tributo ao poder da mídia. Conta a história de uma típica família judia do bairro do Queens, em Nova York, que se reúne regularmente nos anos 1930 e 1940 para ouvir rádio em casa. O filme é um retrato bonito e bem-humorado da era de ouro do rádio americano.
Foto: picture-alliance
Crimes e pecados
Woody Allen uniu drama e comédia em "Crimes e pecados" (1990), um caleidoscópio de histórias e personagens entrelaçados numa trama existencial. Estrelando ao lado do próprio diretor, um elenco de grandes atores, como Martin Landau e Mia Farrow.
Foto: Imago/United Archives
Match Point
Após uma série de filmes fracos, que davam a impressão de que Woody Allen apenas se repetia, "Match Point" mostrou o diretor em grande forma. O longa não é uma comédia centrada em Nova York, mas um thriller envolvente filmado na Inglaterra, que acabou lançando a carreira internacional de Scarlett Johansson.
Foto: dpa
Vicky Cristina Barcelona
Na última década, Woody Allen vem filmando em diferentes cidades europeias. Desta fase, "Vicky Cristina Barcelona" (2008) é provavelmente o seu melhor filme, ao lado de "Meia-noite em Paris" (2011). O longa rodado na Espanha conta com grande elenco, que inclui Scarlett Johansson, Penélope Cruz e Javier Bardem.