Morre Abbas Kiarostami, maior nome do cinema iraniano
4 de julho de 2016
Cineasta não resiste a um recém-descoberto câncer gastrointestinal, na França. Após alcançar fama internacional no início da década de 1990, ele venceu a Palma de Ouro com o filme "Gosto de Cereja", em 1997.
Foto: picture alliance/INFOPHOTO
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O cineasta iraniano Abbas Kiarostami morreu aos 76 anos, na França, vítima de um câncer gastrointestinal, noticiou a agência iraniana de notícias Isna nesta segunda-feira (04/07).
Segundo a Isna, a morte de Kiarostami foi confirmada pela Casa do Cinema do Irã. O cineasta havia viajado à França para tratar um câncer, diagnosticado em março deste ano. Kiarostami chegou a ser submetido a diversos procedimentos cirúrgicos, entre fevereiro e abril, de acordo com informações da Isna.
Kiarostami venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1997, com o filme Gosto de Cereja. A obra conta a história de um homem iraniano que planeja cometer suicídio e procura alguém que pudesse enterrá-lo depois de morto.
Além disso, Kiarostami foi indicado outras quatro vezes por suas obras Um alguém apaixonado, em 2012, Cópia fiel, estrelando Juliette Binoche, em 2010, Dez, em 2002, e Através das oliveiras, em 1994.
Nascido em Teerã, em 22 de junho de 1940, Kiarostami estudou belas artes. Seus primeiros trabalhos foram anúncios publicitários, ilustrações e roteiros. Seu envolvimento com o cinema começou em 1969, quando foi nomeado diretor do departamento de cinema do Instituto para o Desenvolvimento Intelectual de Jovens e Adultos do Irã (Kanoon, na sigla original).
Kiarostami, considerado um dos cineastas mais influentes do Irã, conquistou fama internacional com o filme Close-up, em 1990. Ao longo de sua carreira, Kiarostami teve de deixar o Irã para produzir alguns de seus filmes – por questões econômicas, mas também ideológicas.
PV/lusa/ap/afp
Os dez melhores filmes em Berlim
Palco de guerra e conciliação, centro de política e diversão, cidade de agentes e criminosos, música e poesia: há mais de 100 anos o cinema enfoca Berlim. Quais são os seus filmes preferidos sobre a mágica metrópole?
Foto: picture-alliance/dpa
#10: Menschen am Sonntag
Um olhar cético: a modelo Annie (Annie Schreyer) bem gostaria de passar o domingo em casa. Seus amigos estão se divertindo no lago Wannsee. Berlim e cercanias são os verdadeiros protagonistas de "Gente no domingo", uma mistura de documentário e ficção lançada em 1930. A direção conjunta desse legendário pioneiro entre os filmes sobre Berlim coube a Robert Siodmak e Edgar G. Ulmer.
Foto: Imago/United Archives
#9: Cabaret
O diretor e coreógrafo americano Bob Fosse rodou o musical "Cabaret" em 1972, em duas cidades alemãs: a maioria das externas em Berlim Ocidental, as cenas internas em estúdios de Munique. A trama da intensa tragicomédia, premiada com oito Oscars, se desenrola em 1931, tendo a ascensão do nazismo como pano de fundo para os improváveis amores Liza Minnelli (na foto, com Joel Grey).
Foto: picture-alliance/AP Photo/Warner Bros. Home Video
#8: Die Mörder sind unter uns
Wolfgang Staudte realizou "Os assassinos estão entre nós" em 1946, como primeira produção cinematográfica alemã após a Segunda Guerra Mundial, pela companhia Defa. As filmagens se dividiram entre estúdios berlinenses e locações autênticas na metrópole devastada – dando origem ao gênero "Trümmerfilm" ("filme das ruínas"). A estreia foi no setor de Berlim sob ocupação soviética.
Foto: DEFA
#7: One, two, three
Billy Wilder enfrentou circunstâncias espetaculares ao realizar "Cupido não tem bandeira" em 1961. O veterano hollywoodiano nascido na Áustria pretendia usar como cenário a Berlim dividida, mas ainda basicamente transitável. Durante as filmagens, porém, o Muro foi erguido. Por ser impossível filmar no Portão de Brandemburgo, o monumento precisou ser trabalhosamente replicado em Munique.
Foto: picture-alliance/dpa
#6: Bridge of Spies
A trama da coprodução teuto-americana "Pontes dos espiões" (2015) igualmente se desenrola no auge da Guerra Fria. O aclamado Steven Spielberg realizou as filmagens em locações originais da capital alemã. Além do icônico Muro de Berlim, recebe destaque a Glienicker Brücke, ponte historicamente famosa como local de troca de espiões na Alemanha dividida.
Foto: 2014 Twentieth Century Fox
#5: Berlin is in Germany
Em 2001 Hannes Stöhr salpicou com imagens eloquentes da nova-velha capital sua história de um outsider da história. Em "Berlim fica na Alemanha", Jörg Schüttauf (na foto, à esquerda) interpreta Martin, cidadão da extinta RDA que começou a cumprir sua pena de prisão nos tempos do regime comunista. Ao ser libertado, a queda do Muro e o país reunificado são coisas que ele só conhece da televisão.
Foto: Imago/EntertainmentPictures
#4: Sommer vorm Balkon
Andreas Dresen concentrou a ação de "Verão em Berlim" (2004) no bairro Prenzlauer Berg. As protagonistas Katrin (Inka Friedrich) e Nike (Nadja Uhl) têm sua amizade posta à prova ao conhecerem um caminhoneiro boa-vida. A combinação de comédia social e colorido local berlinense agradou ao público nacional.
Foto: Imago/United Archives
#3: Oh Boy
O diretor Jan-Ole Gerster evocou atmosferas anticonvencionais em seu primeiro longa. Com grande sensibilidade para nuances poéticas, encenou a trajetória do melancólico Niko Fischer (Tom Schilling), que largou a universidade e vaga pelas ruas berlinenses. Trabalho de conclusão do curso de cinema para Gerster, "Oh Boy" (2012) conquistou seis Prêmios do Cinema Alemão, entre outros.
Foto: picture-alliance/dpa/X-Verleih
#2: Victoria
Em 2015, Sebastian Schipper conseguiu materializar nas telas o mundo noturno da juventude de Berlim. Tudo começa com uma noitada num clube, onde vários amigos se reúnem – mas acabam por se envolver num redemoinho de situações imprevistas e potencialmente fatais. Rodado em uma única tomada, o thriller "Victoria" oferece 140 minutos de autêntica vivência jovem berlinense.
Foto: Panorama Entertainment
#1: Der Himmel über Berlin
Mais berlinense de todos os filmes berlinenses, "As asas do desejo" (1987) deve ao fotógrafo francês Henri Alekan inesquecíveis imagens em preto-e-branco da metrópole a poucos anos da queda do Muro. Wim Wenders enfoca Damiel (Bruno Ganz) e Cassiel (Otto Sander), dois anjos que observam e guardam à distância a vida na cidade. Até que um deles sucumbe ao fascínio de ser humano. Ou de Berlim?