Um dos maiores atores de língua alemã da história, suíço teve carreira brilhante no teatro e desempenhou papéis memoráveis no cinema, como Adolf Hitler no aclamado "A queda".
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Morreu neste sábado (16/02), aos 77 anos, o suíço Bruno Ganz, considerado um dos maiores atores de língua alemã da história. O artista lutava há anos contra um câncer.
Nascido em 1941, Ganz dedicou décadas de sua carreira ao teatro e passou a ser mais conhecido do grande público através do cinema, a partir dos anos 1970.
Um dos seus papéis mais famosos foi o de Adolf Hitler no filme A queda (2004), que mostra os últimos dias do ditador nazista em seu bunker em Berlim. Aclamado pela crítica, o longa foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Ganz era um dos atores favoritos do cineasta Wim Wenders, que o dirigiu em filmes como O amigo americano (1977), Asas do desejo (1987) e Tão longe, tão perto (1993).
O ator também desempenhou papéis importantes em filmes de língua inglesa, como Sob o domínio do mal (2004), O leitor (2008) e Os meninos do Brasil (1978). Uma de suas atuações mais marcantes foi em A eternidade e um dia, do diretor grego Theo Angelopoulos. O filme levou a Palma de Ouro em Cannes em 1998.
Recentemente, no teatro, Bruno Ganz interpretou Fausto, de Goethe, na adaptação de Peter Stein. No ano passado, ele chegou a aceitar um papel numa encenação da ópera A flauta mágica, de Mozart, mas, com a saúde debilitada, teve que deixar o projeto.
Um de seus últimos papéis foi o de Sigmund Freud, em 2018, no filme Der Trafikant.
"Com ele, perdemos não apenas um artista grandioso, que até o final trabalhou de forma intensiva e alegre em seus projetos, mas também um ser humano e amigo maravilho", escreveu sua agente, Patricia Baumbauer. Segundo ela, o ator morreu em Zurique, cercado de familiares.
RPR/dpa
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Cidades do país foram cenário de várias produções internacionais ao longo dos anos, especialmente Berlim.
Foto: Koch Media
Alemanha ano zero
Uma das principais obras do neorealismo italiano, o filme de 1948, dirigido por Roberto Rossellini, faz parte da trilogia do diretor composta também por "Roma, cidade aberta" (1945) e Paisà-Libertação (1946) – todos três situados na Itália e na Alemanha do pós-guerra sob as heranças do fascismo e do nazismo. O filme é uma crítica aguda às relações sociais e de poder na Alemanha da época.
Foto: Koch Media
Cortina rasgada
Longa-metragem americano de 1966, dirigido por Alfred Hitchcock, foi mal recebido pela crítica. Sem a elaboração narrativa de seus trabalhos anteriores, o filme narra a história de um físico americano que, durante uma passagem por Copenhague, resolve seguir secretamente para Berlim Oriental, ou seja, para além da Cortina de Ferro, em companhia da namorada.
Foto: picture-alliance/dpa/United Archives/IFTN
Helsinki Nápoles: toda a noite
O cineasta finlandês Mika Kaurismäki escolheu para sua comédia policial, lançada em 1987, Berlim como cenário – cidade situada entre Hensinki e Nápoles, origem dos pais do protagonista do filme. "Road movie" que se passa durante apenas uma noite na capital alemã, o filme tem participações especiais dos diretores Wim Wenders, Jim Jarmusch e Samuel Fuller.
Foto: picture alliance/United Archives/IFTN
Alemanha Ano 90 Novo Zero
O título original deste filme de Jean-Luc Godard, de 1991, "Allemagne 90 neuf zéro", traz a ambiguidade entre o "nove zero" dos anos 1990 e o "novo zero", ou seja, a ideia de uma Alemanha "zerada" após a queda do Muro de Berlim e a reunificação do país. Um filme-ensaio cheio de citações e associações, no qual o espião Lemmy Caution perambula pela capital alemã.
Europa
O dinamarquês Lars von Trier recebeu por essa coprodução internacional de 1991 o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes. Parte da "Trilogia Europa", o filme narra os confrontos de um protagonista cheio de ideais em meio à decadência europeia no ano de 1945. Com sua estética noir, voz off e sobreposição de imagens, o longa tem roteiro inspirado em "América", livro de Franz Kafka de 1927.
Foto: picture alliance / United Archives
Dr. M
Coprodução internacional, "Dr. M" é o remake, dirigido pelo francês Claude Chabrol em 1990, de "Dr. Mabuse, o jogador", filme de Fritz Lang de 1922. Da mesma forma que no clássico de Lang, no filme de Chabrol a cidade de Berlim, cenário da narrativa, é abalada por uma série de supostos suicídios inexplicáveis. Na versão do diretor francês, o vilão é substituído pelo magnata da mídia Dr. Marsfeldt.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Galuschka
O escritor fantasma
Filme de suspense de Roman Polanski, lançado em 2009, tem praticamente todas as suas locações na Alemanha – tanto nos estúdios Babelsberg, de Potsdam, quando em Berlim e na costa alemã dos Mares do Norte e Báltico (mais precisamente nas ilhas de Usedom, Romo e Sylt). Polanski foi premiado com o Urso de Prata de melhor direção pelo filme no Festival de Cinema de Berlim.
Foto: Kinowelt
Praia do Futuro
Dirigido pelo brasileiro Karim Aïnouz, o filme foi rodado em Berlim, Fortaleza e na costa alemã do Mar do Norte. Lançado em 2014, o longa-metragem conta a história de amor entre o salva-vidas Donato (Wagner Moura) e Konrad (Clemens Schick). O filme tem na trilha sonora, entre outros, "Heroes", de David Bowie.
Foto: Alexandre Ermel
Grande Hotel Budapeste
Coprodução internacional dirigida pelo americano Wes Anderson, essa tragicomédia de 2014, exibida no Festival de Berlim, foi rodada sobretudo na cidade de Görlitz, localizada na fronteira entre Alemanha e Polônia e chamada de "Görliwood" por atrair a atenção de diversos diretores de cinema como cenário de filmes. Anderson e equipe passaram mais de 50 dias gravando na cidade.
Foto: Twentieth Century Fox
Ponte dos espiões
Longa-metragem de 2015 dirigido por Steven Spielberg, o filme tem diversas locações em Berlim e arredores, entre eles a Glienicker Brücke – ponte a que se refere o título do filme. O protagonista da história é um advogado (Tom Hanks) que, durante a Guerra Fria, defende um espião soviético detido pelos EUA, sendo enviado a Berlim para negociar sua troca por um norte-americano preso pelos russos.