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Morre aos 80 anos Claudio Abbado, um dos maiores maestros da Europa

20 de janeiro de 2014

Italiano regeu as maiores orquestras do mundo, entre elas a Filarmônica de Berlim. Era famoso pelo engajamento social, o incentivo aos jovens talentos e pelo modo gentil de lidar com quem atuava sob sua batuta.

Claudio Abbado Dirigent
Foto: picture-alliance/dpa/Keystone

Morreu nesta segunda-feira (20/01) aos 80 anos o maestro italiano Claudio Abbado, em sua casa em Bolonha, no norte da Itália, depois de um longo período de doença. Ele dirigiu algumas das melhores orquestras do mundo, como a Filarmônica de Berlim.

"Claudio Abbado morreu serenamente às 8h30 desta manhã, cercado por sua família", informaram parentes do músico em comunicado.

Chamado de "o melhor maestro do mundo" pelo jornal britânico Financial Times, conhecido por seu modo amável e discreto de liderar os músicos sob sua batuta, Abbado havia sido homenageado em agosto passado com o título de senador vitalício do Parlamento italiano. Ele abriu mão do salário de parlamentar para financiar bolsas de estudo de jovens músicos, afirmando que a música "ajuda as pessoas a viverem juntas".

Em 2000, foi diagnosticado com câncer de estômago. Em maio de 2010, Abbado sofreu uma recaída da doença, que o forçou a cancelar concertos que daria no La Scala de Milão.

Claudio Abbado com a pianista argentina Martha Argerich, no ano de 1968Foto: Getty Images/Afp/Erich Auerbach

Incentivo a jovens

Filho de um violinista e de uma professora de piano, Claudio Abbado nasceu em 26 de junho 1933 em Milão. Ele começou seus estudos abrangentes de música no Conservatório de Milão já aos 16 anos, dedicando-se não só ao piano, mas também a composição e regência. Em 1960, estreou no Scala. Nos anos seguintes, ganhou vários prêmios por seu trabalho, tendo sido, entre outros, assistente de Leonard Bernstein, em Nova York.

Nos anos seguintes, trabalhou em grandes casas. Foi diretor musical da Orquestra Sinfônica de Londres, do Teatro alla Scala, em Milão, e maestro convidado na Orquestra Sinfônica de Chicago. No fim dos anos 80, assumiu o posto de diretor musical da Ópera Estatal de Viena.

Ele era conhecido como simpatizante da esquerda e quebrou tradições ao realizar concertos em fábricas e escolas, tentando envolver o público mais amplo no mundo da música clássica. Depois de uma viagem à Venezuela, se tornou um dos maiores incentivadores da Orquestra Sinfônica Simón Bolivar, parte de um programa destinado a tirar jovens da pobreza através da música.

"Eu me chamo Claudio." Com essas palavras, Abbado se apresentou em 1989 aos músicos da Filarmônica de Berlim, quando assumiu o posto de diretor musical e principal regente do conjunto, sucedendo ao lendário Herbert von Karajan, que o chamara pela primeira vez para reger o grupo como maestro convidado em 1966.

"Não sou chefe"

À frente daquela que é considerada a mais prestigiada orquestra do planeta, abriu o repertório a programas inovadores e novas interpretações. E imprimiu uma forma diferente de trabalho, baseada na colaboração e no coleguismo.

"Não sou o chefe deles, nós trabalhamos juntos", disse certa vez. Em 2002, Abbado deixou seu posto na capital alemã para retornar à Itália. Nos anos seguintes, dedicou-se cada vez mais a promover jovens talentos musicais.

"Sua morte é uma perda infinitamente pesada para todos nós", escreveu a Filarmônica de Berlim em sua página na internet, afirmando ter "profundo amor e gratidão" em relação a Abbado, cujos "amor à música e insaciável curiosidade" são "fontes de inspiração" para a orquestra.

Abbado foi chamado de "o melhor maestro do mundo" pelo jornal britânico "Financial Times"Foto: Imago/Dieter Matthes

MD/rtr/afp/kna/dpa

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